📓 NARRADO POR MANUELA SANTANA
A casa ficou em silêncio depois que a Ana foi embora.
Silêncio daquele que só vem antes da bagunça.
Do tipo que avisa: “se prepara, o caos vem bonito hoje.”
Fiquei parada um tempo, olhando pro espelho de novo.
A menina que olhava de volta não era mais a mesma.
Nem de longe.
Peguei o short jeans rasgado, o top preto colado e passei batom vermelho do tom que minha mãe odiaria e que meu irmão provavelmente ia ter um ataque cardíaco se me visse com ele.
Prendi o cabelo, deixei uns fios soltos caindo pelo rosto e dei o último retoque no delineado.
Sorri pro reflexo.
Santana até o osso.
Com cara de problema e alma de desafio.
Peguei a bolsa, saí de casa e comecei a descer o beco.
O som do morro já batia fundo, a batida do funk misturada com risada, che
