As filhas do subchefe

Matteo Vetrone

Matteo Vetrone

- Bom trabalho Greco...- Mais uma cliente satisfeita.

Alma sempre dá dois tapinhas em meu rosto quando chegamos ao fim de mais uma noite, ela é uma Senhora muito simpática que gosta de conversar e ter um pouco de atenção, aliás ela chama atenção de todos à sua volta.

Viúva com dois filhos já formados, com seus empregos e famílias, Alma passa muitas horas do seu dia sozinha, com uma grande riqueza administrada por seus filhos, mas uma mulher muito poderosa e rica.

Nossos encontros começaram de maneira natural, não se engane, Alma só tem o título de Senhora, ela é uma mulher animada, alegre e fogosa, muito fogosa.

Nós comecemos em um evento que eu frenquentava atrás de mulheres vividas e que precisam ser amadas.

Alma viu que eu tinha tudo que ela queria, por uma noite, nada além disso.

Sem sentimentos ou obrigações, eu dava tudo que ela desejava e Alma me dava o que eu precisava.

Dinheiro, sim, nada nas entrelinhas, tudo era dito nas claras, sou bom no que faço e cobro para isso.

Elas sempre saem satisfeitas, bom eu faço o meu melhor, aqui ou em qualquer quarto de hotel sou Greco, o amante que você deseja em sua cama, isso eu posso te garantir.

Alma sempre me paga uma boa quantia de dinheiro, nossas aventuras viraram encontros, hoje ela somente queria companhia para um festa, um acompanhante para não deixar ela louca com a sociedade que ela pertence.

Digamos que Alma não gosta de hipocrisia, julgamentos descabidos e o bom e velho preconceito.

Alma detesta os velhos que ficam a julgando quando eles fazem bem pior.

Fui com ela, fiz o meu melhor papel, encantei as suas amigas de longa data e agora deixo a Senhora que sempre me contrata para apenas conversar na porta de sua casa, viramos grandes amigos e nem cobro mais nada, ela quem coloca no bolso do meu palito escondido.

- Quando vou ver o diploma Greco? - Ela sempre me incentiva a estudar, graças a ela estou no último período da faculdade.

Digamos que a vida que levo não está me satisfazendo mais, queria crescer, ter uma profissão, nada contra ser quem sou atualmente, mas uma hora cansa, são vários fatores que me levam a querer mais para mim e a minha mãe, quero ter uma estabilidade que não tenho no momento.

Alma e outras mulheres que passaram pela minha cama, me ajudaram a ser quem sou hoje.

São exatamente cinco anos sendo gigolo, não se assustem, eu sou um garoto de programa.

- Mês que vem meu sonho se concretiza, quero muito que a Senhora vá em minha formatura, nunca vou esquecer o que fez por mim. - Digo com um sorriso sincero, o sorriso que destino a Dona Alma e a minha garota Helô.

- Não fiz nada que não mereceu, apenas te apresento mulheres sozinhas que querem se divertir e serem amadas pelo menos uma vez na vida.

" Claro que vou em sua formatura, estarei na primeira fila e vou aplaudir esse momento magnífico!" - Ela bate palmas e me abraça.

Nós nos despedimos e eu vou para o meu apartamento criando coragem para falar com Helô sobre a minha formatura, queria muito que ela fosse me ver.

Eu sou um acompanhante de luxo, alguém para você levar a festas, passar em lugares diferentes e também faço atividades mais quentes de é que me entende.

Mas para a Helô não sou o Greco, eu sou o Matteo, o Matteo que ama a Helô.

Aqui na Itália sou conhecido como um "Gigolô", um substantivo masculino que define o indivíduo que sobrevive ou é sustentado por outra pessoa em troca de serviços sexuais.

Essa é a definição no dicionário, para o povo na rua sou um homem sujo que se vende para bancar seus luxos...

Quem me derá fosse uma opção não ser Garoto de programa, sei que é clichê falar que não tive alternativa, bom, realmente eu não tive alternativa.

Eu sou um bastardo de algum homem qualquer pelas ruas do interior da Itália, minha mãe era garota de programa, mas se viu grávida em um descuido, um deslize, uma oportunidade de me ter ou se livrar de mim.

Mas diferente das outras que abortaram quando algo do tipo acontecia, minha mãe me quis, sim, ela me desejou, me teve e cuidou de mim como pode, da melhor forma que ela pode.

Sozinha e com uma criança, minha mamma deu tudo que ela tinha para me ver bem e saudável.

Imagina ser garota de programa aqui na Itália, é terrível!

Minha mãe sempre chegava no quarto que chamávamos de casa machucada e violada a força, eles não respeitavam as regras, não até a máfia tomar todos os bordéis para si e reformular tudo.

Não é um lugar maravilhoso agora, mas homens que são chamados de cafetões tem a quem responder e esse alguém não admite falhas da parte deles.

Assim minha mãe pode fazer o que sabia com mais cuidado e tinha com quem reclamar quando não era feita sua vontade.

Infelizmente sempre tem alguns homens que não sabem ouvir um não como resposta, esses são alvos da máfia, minha mãe respirou aliviado com a mudança e assim eu cresci e me tornei adulto.

Como minha mãe era quem era, minha infância foi difícil, minha adolescência pior ainda e minha juventude melhorou pois mudamos de cidade, viemos para Roma.

Aqui ela já era considerada velha, sem dinheiro ou qualquer outro emprego, eu meti para a minha mãe e comecei a trabalhar como garoto de programa aos meus vinte anos.

E comecei a planejar o melhor para a nossas vidas.

No processo conheci a Heloísa em uma boate aqui em Roma, na inauguração a vi tão linda dançando no meio da pista, tão despreocupada e querendo se divertir, acabei não fazendo nada durante aquela noite e fiquei olhando aquele sol que brilhava para mim.

Seus cabelos dourados balançavam conforme o seu corpo dançava o som da música animada que quase rompia os meus tímpanos.

Heloísa era perfeita, a perfeição em forma de gente, eu nunca tinha visto mulher tão formosa e delicada ao mesmo tempo.

Eu nem sei como eu pude chegar perto dela e me envolver, não um homem quebrado e cheio de segredos obscuros.

Helô não faz ideia de quem eu sou quando não estou perto dela, mas eu me sinto tão bem ao seu lado que escondo os meus segredos do mais profundo do meu ser.

O mundo é preconceituoso e não queria afastar ela de mim, é egoísta mas não consigo pensar bem quando falamos dela.

Escondo também que sou maluco por ela, que eu me apaixonei no exato momento que seus olhos se encontraram com os meus.

No meio daquela boate onde nenhuma pessoa mais existia, somente existia eu e ela no meio daquela pista, ali eu soube o quanto eu iria sofrer quando ela descobrisse quem sou e como ganho a vida.

Quando finalmente consegui me aproximar dela, achei engraçado o quanto ela era direta em tudo que desejava.

Heloísa em sua perfeição virou para mim e perguntou se queria ir para outro lugar, acredito que eu não consegui disfarçar minha cara de espanto, mas mantive o meu sorriso e disse que concordava com a sua ideia.

Fomos para um hotel de luxo perto da boate, lá foi o local onde eu tive uma das minhas melhores noites, lá eu sabia que tinha virado um i***** ao ter escondido aos meus desejos.

Depois daquela noite não consegui mais tirar a Heloísa da minha cabeça, vivo esperando ela me ligar e pedir para se encontrar comigo.

Quando estou longe dela sofro pela sua ausência, mas quando estou com ela jogo para o lado todas as minhas inseguranças e sou somente dela.

Estamos a meses nessa situação, onde sempre faço de tudo para estar perto de Heloísa e satisfazer todas as suas vontades na cama.

Sim, tenho ciência que Heloísa só me vê como um passatempo ou alguém que ela pode t*****r e ir embora sem dar mais explicação.

Eu realmente nunca reclamei, pois ela sempre deixou bem claro as suas intenções comigo...

"Sexo Matteo, a nossa relação é somente s****l, não tem essa de namorados, ficantes ou casal, somos dois adultos que transam loucamente e são almas gêmeas na cama."

Como ir contra esses argumentos?

Como falar para ela que anseio em chamar ela de minha namorada?

Tenho medo de querer e expressar que quero mais e ela me deixe, Heloísa virou uma droga que vivo em abstinência, não consigo dar do vício e tenho medo de ser internado distante dela.

O que mais me apavora é saber tão pouco dela, não sei de sua família ou onde mora, se tem irmãos ou qualquer informação mínima e íntima possível.

Heloísa é um caixa que sou louco para abrir, mas tenho medo de passar dos limites ou fazer com que se afaste.

Chegou em meu apartamento, minha mãe mora em uma parte mais tranquila de Roma, lá ela vivi sua vida bem e confortável, já eu me mantenho aqui para facilitar as coisas...

Suspiro querendo ver Helô, olho o celular e nenhum mensagem...

Vou dormir que é melhor, amanhã tenho aula cedo...