Capítulo 19 - Amoras

3356 Palavras
Sophie POV Aquele não era, nem de longe, o melhor clima que já tivemos ao jantar em casa. Mas ao menos o vovô Finn havia feito minha lasanha favorita. A pequena mesa da cozinha foi a escolhida para jantarmos, já que estávamos apenas em quatro pessoas e ela era quadrada, então vovô achou melhor do que preparar a enorme mesa da sala de jantar. Na verdade, não usávamos aquela mesa desde que mamãe morreu, mas ninguém falava muito sobre esse assunto, já que eu, vovô, Sam e meu pai sempre coubemos na mesa da cozinha. Só que o problema é que essa mesa fazia com que Sam e Eros ficassem perigosamente perto. Eles se encaravam como rivais, sem trocar nenhuma palavra mas ainda sim rivais. – Eros, meu garoto, que nome mais interessante você tem! É estrangeiro? Vovô perguntou quebrando o gelo e eu ajudei ele a servir os pratos colocando apenas um pouco da lasanha para Eros e botando mais salada sabendo que por estar perto da competição ele não poderia exagerar na massa. O lutador, sentado ao meu lado esquerdo, afirmou contundente parecendo feliz por meu avô se interessar por ele. – É grego. Significa amor, mais precisamente o amor apaixonado. Eros disse com suas bochechas ruborizando um pouco e eu pisquei sem entender ainda segurando a espátula na mão. Ele estava tímido? Eros? Tímido? – Seus pais deviam estar realmente muito apaixonados quando tiveram você! E seus irmãos? Soube que tem dois. Vovô não poderia fazer nada além do que ele fazia de melhor. Falar, falar e falar. Eros me olhou de esguelha sabendo bem que se meu avô tinha essa informação era porque eu contei. Ele não podia me culpar por querer compartilhar as coisas com um dos meus únicos amigos nesse mundo que era meu avô. – Sim, Linux e Daphne. Linho e vitoriosa, respectivamente. Disse Eros em resposta e eu ri. – O significado do nome do seu irmão é linho? Torci o rosto esperando um pouco mais já que o nome de Linux parecia tão imponente. Ele me encarou com um sorrisinho debochado como se achasse aquilo hilário. – Bem, tem mais de um significado. Linux na mitologia grega foi um músico e poeta, a mama já achava esse nome bonito então colocaram nele. Deu de ombros e eu entendi que ele só não tinha falado isso antes por pura diversão. Era bem a cara de Eros isso. – Os gregos também tem dois nomes? Meu irmão finalmente se manifestou com desdém mastigando ruidosamente a lasanha em seu prato. Não havia nada que me deixasse mais possessa do que quando ele fazia isso de propósito para deixar as pessoas na mesa constrangidas. Mas o lutador - aparentemente doido - ao meu lado não pareceu se importar não com o tom da pergunta e nem mesmo com os barulhos irritantes produzidos por meu irmão. – Sim, o meu inclusive é igual o do meu baba, Nikolai. Comentou com um sorriso e também se deixou comer. Eros era bem regrado quanto a alimentação, mas pareceu não se importar ao que meu avô o ofereceu mais lasanha. – Aquele que conduz o povo à vitória. Disse o vovô com um risinho que fez Eros arregalar os olhos espantado. – Como o senhor sabe disso? Perguntou ele cobrindo a boca enquanto mastigava, o total oposto de Sam que não parecia se importar se estavamos vendo a comida em sua boca ou não. – O vovô era padre quando mais novo, e grego é meio que uma disciplina extracurricular para padres. Explicando brevemente, levantei para pegar suco na geladeira mas mesmo assim pude escutar a risada de Eros. – Ah! E o senhor me deixou fazer papel de bobo aqui?! Eu servia dois copos com o suco, de costas para a conversa na mesa, de alguma forma eu estava tentando me manter emocionalmente distante de Eros mas não conseguia. Queria manter minha mente longe do que aconteceu entre nós, do que ele me disse, do que eu disse a ele, de tudo isso que estava nos ocorrendo mas parecia impossível. – Não seja assim, eu queria vê-lo explicar. É sempre bom conhecer novas pessoas! Vovô riu e eu voltei à mesa com o suco e coloquei diante de Eros que agradeceu, mas meu avô fez uma careta. – Vocês não vão beber com a gente? Tem cerveja de milho, estrelinha. Você adora! Sorriu para mim e eu suspirei voltando a comer. – Está perto demais da próxima luta do Eros, ele precisa maneirar no álcool. Comentei apenas alto o suficiente para que eles ouvissem, mas me assustei ao sentir a mão quente do lutador sendo depositada no meu antebraço. – Sophie, eu posso beber, não se preocupe comigo. Sem contar que você também pode! Atraiu meu olhar para ele com seu semblante caloroso. Ele parecia diferente desde ontem mas eu não sabia dizer como exatamente. Eros era um cara de muitas faces, aos poucos eu tenho aprendido que ele apresenta uma face para cada pessoa que conhece como lhe convém. Mas ao observá-lo mais de perto você consegue ver isso que eu via agora. Uma rachadura em sua máscara perfeita. – Não queria te deixar bebendo suco sozinho. Murmurei lentamente tirando meu braço do alcance dele, algo que ele certamente percebeu e por isso não disse nada até que meu avô o fizesse. – Isso foi muito meigo da sua parte, querida. Façamos assim, vamos tomar licor de amoras depois da janta e a cerveja fica para depois da luta. Melhor assim? Vovô exclamou levantando o astral novamente. [...] Ainda que um pouco a contragosto por saber que ele nem mesmo deveria estar aqui, estava arrumando minha cama para Eros poder dormir. Eu iria dormir na sala ou no chão, ainda decidiria. Mas enquanto eu forrava a cama, uma enxurrada de pensamentos invadiu minha mente sobre muitas coisas. Uma delas é que quanto mais tempo eu passava com o Zervas, mais eu amolecia com relação a ele e isso estava acabando comigo. Ao me formar na academia de polícia eu fiz um juramento, juramento esse que eu não estava conseguindo cumprir por causa das minhas emoções. Nem mesmo tinha aberto o resultado do exame confiando cegamente nele, mas e se ele estiver mentindo? O que eu faria? Eu teria que dar voz de prisão a ele no mesmo instante e eu não saberia se estava apta para isso agora. Se meus superiores soubessem que eu estava com posse de uma prova tão forte em mãos e ainda nem mesmo a analisei, eu poderia ser afastada do serviço (no melhor dos casos). – Sophie... Como se adivinhasse sobre quem eu estava pensando, Eros chegou em meu quarto enquanto eu colocava a fronha nos travesseiros. Não desviei meu olhar para ele, ainda estava processando o que havia em minha mente. – O que você está fazendo? Se aproximando sem me tocar, provavelmente por eu ter me esquivado de seu toque a poucos minutos atrás na mesa de jantar, ele perguntou. – Nesse momento ajeitando esse quarto para você poder dormir. Respondi o óbvio. Manter uma distância emocional. É isso o que eu preciso. – Não é disso que eu estou falando. Se colocou ao meu lado e pendeu a cabeça para frente tentando pescar meu olhar como um cachorrinho sem dono mas sem sucesso. – A salada, o suco, agora você cedendo a cama do seu quarto para mim. O que está havendo? Essa era a pergunta do milhão. O que estava havendo comigo? Como eu ao menos poderia respondê-lo sem nem mesmo saber o que de fato estava ocorrendo. – Tenho medo de que seu desempenho seja prejudicado por minha causa. Disse aquela meia verdade afofando os travesseiros. – Você ao menos está se ouvindo? Como você poderia ser capaz disso, querida? Ouvi sua risada tranquila e a maneira tão pacata com que ele levava toda aquela situação me irritava. Me virei para ele e o encarei nos olhos. Ele parecia ter acabado de tomar banho, estava apenas com uma calça de flanela e seus cabelos molhados como se resfriados e gripes nunca pudessem o alcançar. – Não me chame assim. E sim, você pode se prejudicar se comer m*l ou dormir m*l, e eu não quero encrencas pro meu lado! Disse andando até a cômoda e puxando uma toalha com raiva e batendo a gaveta com mais raiva ainda. Joguei a toalha na direção dele e apontei para o seu cabelo. Ele demorou um pouco até entender que se tratava de seu cabelo molhado, mas quando entendeu sorriu minimamente começando a esfregar o próprio cabelo lentamente. A parte desnuda de seu corpo me chamando a atenção pela opulência, ver seu corpo sempre me daria esse tipo de sensação, de que meus olhos precisavam explorar cada cantinho. – Hm... então você está fazendo isso por você? Para não ter problemas? Suspendeu as sobrancelhas e foi a minha vez de rir. – É claro! E por qual outro motivo eu faria? Cruzei meus braços e vi a mão esquerda dele que segurava a toalha fraquejar por um momento. Ele fez um esforço para me enganar com aquele sorriso polido e disse: – Ah... nada. Só queria saber mesmo. O vovô Finn tá esperando a gente na sala. Apontou para a porta com seu polegar e saiu pela mesma. Bufei com raiva de mim mesma. Eu precisava ter sido tão rude com ele também?! Minha mente estava uma confusão, talvez o vovô estivesse certo. Precisávamos de álcool. E ao atravessar o corredor para ir até a sala, vi pela janela Sam guardando as vacas e as deixando protegidas do que parecia ser uma tempestade se aproximando. Se eu nunca tivesse saído de casa como Sam, eu nunca teria conhecido Eros. Talvez ele nunca tivesse que passar por essa investigação e nem mesmo ter que ser exposto com uma pessoa completamente diferente dele para a mídia como dois palhaços em um picadeiro. – Estrelinha, veja! Está novinho em folha! É aquele que nós fizemos antes de você se formar. Vovô chamou minha atenção mostrando a garrafa que continha um rótulo improvisado com uma estrela desenhada no meio e eu me lembrei exatamente do dia em que fizemos aquele licor. Um sorriso cresceu aos poucos em meu rosto. – Deve estar uma delícia pelo tempo... Comentei e adentrei totalmente a sala de estar acabando por ver Eros, agora com uma camisa, sentado no sofá já bebendo. Os copinhos em que hovô servia o licor eram os colecionáveis de vidro de desenhos animados que eu e Sam juntamos quando pequenos. Tudo naquela casa era assim, cheio de história. Era como ter Eros invadindo a minha vida pela porta da frente. – Por que o senhor chama ela assim, vovô Finn? Perguntou o lutador e eu vi que suas bochechas estavam um pouco avermelhadas mostrando que o álcool do licor realmente estava fazendo efeito bem mais rápido do que deveria. – A Sophie? Bem, essa é uma história bem interessante. Vovô sorriu e eu o olhei imediatamente o censurando. – Não vovô, essa história não... Pedi me sentando no outro extremo do sofá tendo Eros encarando a distância física que eu coloquei entre nós. – Deixa de ser boba! Vovô riu e começou a contar aquela história que contava para todos que perguntavam sobre aquele bendito apelido. – Ela fez uma peça na escola quando pequena e todo mundo recebeu papéis mais interessantes mas ela foi designada para ser uma estrela. Me serviu um tantão do licor bem concentrado e virei de uma vez me esquecendo que a consistência da bebida era bem diferente das outras, então senti minha garganta arder por pelo menos uns longos trinta segundos. – Ela chorou tanto! Parecia que o mundo ia acabar, mas ao contrário das outras crianças ela era a única estrela enquanto os outros eram qualquer outra coisa. Evitei de olhar para os dois enquanto a história era contada. Odiava me lembrar como eu me senti naquele dia. Todos diziam que eu não poderia ser uma estrela se eu era "tão redonda quanto uma lua". Crianças sabem ser bem cruéis quando querem. – E desde então ele me chama assim. Quis encerrar logo colocando mais licor no meu copo mas ele arrancou a garrafa da minha mão percebendo que eu logo passaria do ponto de novo. – A história não termina assim, me deixe terminar, menina teimosa. Vovô disse servindo Eros mais uma vez que recebeu a bebida com alegria. – Quando nós voltamos para casa eu mostrei a ela a estrela mais brilhante do céu, a estrela do norte, a tal estrela que ela interpretou na peça e expliquei a ela o que significava. Ergui meus olhos para Eros e vi seus olhos brilharem em expectativa de saber mais sobre aquilo. Ele estava realmente interessado sobre a minha vida? Você pode até achar que eu estou sendo muito amargurada, mas não é todo dia que uma celebridade decide se instalar na sua casa, dormir na sua cama, comer sua comida e ouvir suas histórias de infância com todo o prazer do mundo. – "Quando não se sabe para onde ir, a estrela do norte te guia." Vovô sorriu ao dizer aquilo e eu me lembrei de quando ele disse isso. Estávamos no pasto, eu chorava ainda vestida de estrela e ele me carregava no colo me contando sobre a estrela do norte. Eros percebeu que eu estava estudando sua reação a história e trouxe seu olhar até mim, suas bochechas tomaram um tom de rosa que contrastava com seus olhos. Como pode alguém ex viciado ser tão fraco para um licorzinho de amoras? – Interessante, eu sempre fui chamado de Sam mesmo. Meu irmão interrompeu o momento batendo com as botas sujas sobre o assoalho de madeira e meu avô fez uma careta o estapeando para tirar os calçados. – Deixa de ser intrometido, você sempre detestou apelidos! Comentou vovô semicerrando os olhos para ele e Sam riu. – Claro! Eu sempre era o "fósforo", o "caipira", o "espiga de milho"... Segurei uma gargalhada que saiu mais como um riso cuspido e eles olharam para mim. – O papai pesava a mão nos apelidos com ele. Disse ainda tentando não rir do meu irmão ou eu sabia que seria uma guerra eterna. Eros, que até então estava calado demais para ser verdade, meneou a cabeça dizendo: – Devo admitir que fósforo é bem criativo. Isso foi o estopim para que eu começasse a gargalhar, vovô rir e mesmo com Sam ficando com raiva ele também se deixou rir. [...] Sem sono e sem lugar onde dormir além do sofá da sala, permaneci na varanda de casa por algum tempo olhando para o céu estrelado. Esse céu do interior que nunca seria igual o da cidade grande. Minha cabeça estava cheia, meu peito queimava - não sei se pelo licor ou pelos sentimentos - e meu corpo pedia arrego de tanto estresse. E logo quando eu estava pensando em dormir no estábulo ou voltar para o sofá, um ranger característico das tábuas da varanda me fizeram perceber que alguém estava se aproximando. Pelo perfume, Eros. – Você deveria estar dormindo. Comentei com o rosto deitado sobre meus braços que descansavam em meus joelhos. – E você está muito controladora hoje. Rebateu se sentando ao meu lado e ergueu os olhos para o céu da mesma maneira que eu fazia. – Não, você que está irresponsável. Quis me manter na razão e escutei sua risadinha. – Eu sempre sou assim, só agora que isso te incomodou? O que ele disse me fez refletir. Acho que sim. Acho que estava com medo de vê-lo fracassar enquanto estava ao meu lado e que as pessoas relacionassem o seu fracasso a estar comigo. E parecendo ler a minha mente ele suspirou. – Você é muito pilhada, Welsh. Se realmente fosse uma estrela, seria uma cadente. Disse se apoiando nos cotovelos e eu olhei para trás vendo ele praticamente deitado na varanda olhando para o céu. – Quem dera. Ao menos eu realizaria desejos. Tudo o que me faz semelhante a uma estrela é o fato de que em algum momento ela explode! Disse com sarcasmo fazendo o mesmo que ele e me deitando no chão da varanda. Ele riu e depois me encarou. – O que foi agora? Enlouqueceu de vez? Perguntei ao ver ele estranhamente ficar de olhos fechados enquanto seu rosto ainda me encarava. – Shiiu... estou fazendo meu pedido. Tive que rir ao ver ele realmente levando aquela coisa de estrela à sério. – O que você vai pedir? Suspendi as sobrancelhas e ele imitou o gesto aproximando nossos rostos. – Se eu disser não vai se realizar. Murmurou e o cheiro em seu hálito ainda era o do licor de amoras. Respirei fundo e tentei desviar meu olhar, mas não consegui. – Você deve estar muito bêbado, suas bochechas parecem estar fervendo de tão vermelhas. Estalei a língua em desdém e ele continuou me encarando, seus olhos - agora escuros por causa do crepúsculo - alternando entre algumas áreas do meu rosto. – Eu tô praticamente sóbrio, Sophie. Isso aqui é... vergonha. Quase me engasguei com a saliva ao ouvir aquilo e tive que me sentar novamente para voltar a respirar da maneira correta. – Como é?! Questionei e ele se levantou também. – Eu acho que estou com um problemão, delegada. Quanto mais ele falava, mais vermelho ficava seu rosto, orelhas, pescoço e eu comecei a ficar preocupada. O que seria tão sério ao ponto de deixar Eros, o invicto, com vergonha? Algo relacionado à sua i********e? Será que ele quebrou algo da minha casa? Será que ele quer ir embora e não está sabendo como pedir? Uma hemorroida? Não sabia o que pensar, minha mente estava longe agora. – Você quebrou alguma coisa? Perguntei de pronto. – Não. Respondeu ele de imediato. – Roubou algo de alguém? Perguntei novamente. – Não. Respondeu ele franzindo as sobrancelhas. – Tá com algum caroço estranho em algum lugar? Perguntei um pouco mais delicadamente e ele torceu o nariz. – Não! Sophie, no que você está pensando? Não é nada disso, eu... Ele hesitou e eu ri um pouco. – Oras, você não fala logo, então eu tava imaginando o que poderia ser, já que- Antes que eu pudesse terminar de falar, ele me interrompeu me puxando pelos ombros até que estivéssemos cara a cara. – Eu me apaixonei por você, Sophie. Okay, nada teria me preparado para aquilo. Primeiro eu ri. Compulsivamente. Depois eu percebi que não era uma piada e acabei murchando na frente dele, meus olhos caindo sobre minhas mãos que estavam sobre o meu colo. – Por que você está fazendo isso? Murmurei desanimada e ele tentou erguer meu rosto com suas mãos, mas eu me recusava a encará-lo. – Isso o quê? Me declarando? Bem, eu- O interrompi ao ver ele com aquele sorrisinho metido no rosto. – Não! Mentindo! Você está mentindo para mim! Tirei suas mãos de meu rosto, senti minha garganta doer e a vontade de chorar me invadir. Ele pareceu perceber que eu não estava brincando nem pregando uma peça nele. Então, com a mesma dose de firmeza que suas mãos possuíam, as mesmas me puxaram com delicadeza para perto dele novamente. Ele não tentou dialogar antes de me beijar, talvez de alguma maneira ele soubesse que poderia me deixar mais calma daquela maneira. Juntou nossos lábios em um beijo calmo, pacifico, como se quisesse me dizer que estava tudo bem, que aquela era uma zona neutra onde eu podia me abrir com ele. Mas mesmo assim eu ainda tentava resistir. Minhas mãos apertavam sua camisa com raiva, mas meu corpo me traía se entregando aos toques suaves daquelas mãos calejadas. – Sophie eu realmente te- Ele foi interrompido em sua fala ao que a luz da varanda se acendeu. Levei um susto e pulei para longe dele percebendo que Sam encarava Eros enfezado, então aproveitei a oportunidade ara fugir para dentro de casa. Droga, isso não podia estar acontecendo de novo comigo!
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