A vida de Clarice

799 Palavras
Clarice era uma uma pequena guerreira desde muito nova. Sua mãe morreu no parto para dá a luz e seu pai a rejeitou por isso. Assim ela foi parar no orfanato muito cedo, como seu pai era vivo e não autorizou a sua adoção, ela ficou no orfanato durante toda sua infância e adolescência. Seu pai dizia que esse era o castigo que ela merecia por ter matado sua esposa. A única lembrança que Clarice tinha da sua mãe era um broche de borboleta cheio de pedras coloridas que brilhavam como uma estrela. Quando completou a maioridade ela finalmente pode sair do orfanato.Havia chegado a hora em que ela começaria a enfrentar o mundo como realmente era. Nas ruas de Salvador ela olhava para os edifícios, para os carros sem saber para onde ir. Apesar de ter morado a vida inteira naquela cidade, sentia-se como uma estrangeira em uma terra desconhecida. Naquele momento, a única coisa que ela se agarrava com esperança, era nas entrevistas de emprego agendada por algumas cuidadoras do orfanato. Clarice sabia que a sua vida poderia ficar mais fácil ou mais difícil após as entrevistas. Olhou para o outro lado da rua e viu um velho homem que usava uma boina na cabeça . Ele estava vendendo revistas e jornais. Ela rapidamente atravessou a rua e parou diante daquele velho homem perguntando se ele conhecia alguém que alugasse um quarto. Clarice teve muita sorte pois aquele velho homem, cujo nome era José, estava alugando um dos quartos da casa. Um dos seus filhos havia casado e a renda extra ajudaria a impulsionar o negócio da família, que era uma confeitaria. Clarice não podia se conter de tanta felicidade agora já tinha um local onde pousar a cabeça a noite. Não estava mais desamparada e sem lar. Passou a manhã ajudando aquele velho homem em sua banca de revistas e ao meio dia seguiram juntos para a casa, onde agora seria o seu lar. A casa era muito antiga, com muitos móveis de madeira tinha uma grande janela onde era possível ver toda a rua e os pedestres passando por ela. Aquela garota ficou em pé na porta da casa não sabendo o que fazer. O velho homem pediu para que ela entrasse e se sentasse. Afirmou que logo sua esposa e seu filho mais novo estariam de volta. Alguns minutos depois e a porta da casa se abriu revelando a silhueta atlética de um homem e um rosto cansado de uma Senhora. Ambos entraram desejando boa tarde. Ao ouvir as vozes o velho homem se dirigiu até a sala afim de explicar tudo para sua família. O jovem que acompanhava a senhora era o Ryan, filho do casal. Ele não conseguia tirar seus olhos azuis dos grandes olhos castanhos de Clarice. Assim que o velho homem explicou tudo para sua família, aquela velha Senhora abriu um largo sorriso para ela e a levou até um dos quarto para que ela pudesse conhecer e se instalar. Enquanto isso Ryan estava na sala pensativo pois nunca conhecera uma garota tão bonita quanto a Clarice. Ele também sabia que não poderia pensar nela pois já tinha uma namorada, que era muito ciumenta por sinal. Durante a tarde Clarice foi para confeitaria com aquela Senhora e seu filho mais novo. Dona Joana estava feliz em ter conhecido a Clarice e queria mostrar tudo para ela. Durante muito tempo dona Joana teve o sonho de ter uma menina, mas não foi possível, pois depois do nascimento do último filho dona Joana teve complicações e não pôde ter mais filhos. E por esse motivo dona Joana começou a ver a Clarice como a filha que não teve e estava muito feliz com a sua presença. No final do dia, ao retornarem para casa, Clarice ajudou Dona Joana a preparar o jantar enquanto o Ryan lhe fazia algumas perguntas buscando a conhecer melhor. Seu interesse era notório. Depois do jantar Clarice se recolheu indo até o seu quarto. Onde trocou seu vestido florido por um pijama de algodão. Clarice possuía pouquíssimas roupas. A vida no orfanato não era fácil e as roupas que chegavam de doações eram divididas entre todas as crianças. Suas roupas de agora haviam sido compradas pelas cuidadoras do orfanato, que se compadeceu dela. Já que ela precisava deixar o orfanato e não possuía uma roupa decente. Clarice deitou em sua cama de madeira e pegou um livro velho na estante para ler. O livro contava a história de Anne, que assim como ela era órfã, mas que diferente dela Anne conseguiu ser adotada. Assim foi o primeiro dia de Clarice após sua saída do orfanato, lugar que havia sido seu lar por 18 longos anos. Clarice não tinha mais suas cuidadoras e agora precisava cuidar de si mesmo.
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