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1616 Palavras
A sexta-feira já se iniciava, meu turno já acabava e minha irmã teria que ir trabalhar em poucos minutos, mas felizmente ela tinha vindo me ver no hospital, antes de ir ao trabalho. – eu não aguento mais tudo o que está acontecendo, as vezes eu tenho vontade de pegar no papai e colocar ele no lugar do Ayler, para depois fugirmos desse lugar_ Elena reclama pela milésima vez depois de me contar as novidades e eu também partilhar informações com ela. – relaxa, daqui a alguns anos já nem vamos sentir tanto assim_ tento a convencer, mas ela me olha com a sobrancelha arqueada_ pelo lado positivo estamos todos vivos_ tento novamente mas sua expressão de incredulidade só piora_ desisto_ levanto as mãos em rendição. – melhor mesmo, e quanto a essa mulher que acha que pode te azucrinar, pra próxima quebra ela_ fala seriamente me arrancando uma gargalhada_ estou falando sério, você não é saco de pancadas dela viu, e se um dia eu a conhecer vou quebrar uma cadeira em cima dela_ cruza os braços. – eu entendi Lena_ falo em meio a risada. – que bom_ tirou um sorriso mínimo_ eu preciso ir, mas eu amo você_ se levanta de onde estava sentada e me dá um abraço. – eu também amo você irmã_ retribuo o abraço e seguimos lado a lado em direção a recepção, onde vi e ouvi Lorenzo perguntando de mim para a recepcionista, mas logo me viu e voltou sua atenção para nós. – tchau Gabie, eu diria que te ligo mas como você está sem celular, nos vemos aqui_ fala para mim, mas alfinetando pelo facto de eu ter sido confiscada o celular por um i****a que me colocou de castigo mesmo com meus 22 anos de idade. – tchau Lena_ aceno para ela que se vai ignorando a presença de Enzo. – agora entendi por que eu fiquei plantado lá fora_ Enzo reclama do meu lado_ vamos, já devíamos estar em um lugar_ ele segue na frente e sou obrigada a seguí-lo em direção a seu carro no lado de fora do hospital. Entro no carro e coloco o cinto de segurança_ pra onde vamos?_ pergunto enquanto ele dá partida. – pra casa_ declara dando marcha ré. – então por que você falou que já deveríamos estar em um lugar? – casa também é um lugar_ fala óbvio. – por que eu perguntei?_ reviro os olhos e me mantenho quieta, olhando para a paisagem durante as 3 horas até sua casa. ••• Antes dele desligar o motor eu abri a porta do carro e desci, deixando ele para trás subi até meu quarto agora já devidamente arrumado com algumas coisas que Lena me deu uns dias atrás e tendo mais a minha cara. Como eu estava super cansada do meu turno e repentinamente tinha ganhado zero vontade de fazer qualquer coisa na vida, decidi ir tomar um banho e dormir, por isso larguei minha mochila na cama, retirei meu suéter e depois o sutiã, estava abrindo a calça quando a porta foi aberta e como se tudo estivesse passando em câmera lenta, eu peguei meu suéter e me cobri, Enzo se virou de costas para mim e eu fiquei com mais raiva ainda do i****a. – NÃO SABE BATER NA PORTA c****e?_ grito irritada enquanto coloco o suéter de volta. – nossa_ ele fala com um tom que nem consigo decifrar_ eles são naturais?_ pergunta desavergonhado. – vai se ferrar_ peguei um dos meus sapatos e atirei com tudo nas costas dele. – aí, isso dói_ ele reclama. – sai daqui, agora_ falo autoritária. – merda Gabriela_ ele reclama tentando segurar onde o sapato o atingiu, mas sem sucesso. – sai do meu quarto agora Lorenzo_ vou até ele e o empurro em direção a porta. Em contrapartida ele se vira e segura minha mão, olha para meu rosto e depois desce na direção dos meus p****s. – para de me olhar assim, sai daqui_ cruzo os braços, aí ele sorri e olha para o teto_ está sorrindo porquê? Tenho cara de palhaça por acaso?_ pergunto indignada. – estava aqui imaginando todas as coisas possíveis de se fazer com você nesse exato momento_ fala voltando sua atenção à análise do meu corpo. – você é um i****a, veio me azucrinar? – oxe, eu tinha me esquecido, eu vim pra te falar que as 11 horas preciso que você me acompanhe pra um lugar_ fala colocando suas mãos no bolso. – já me avisou, agora vaza_ aponto para a porta novamente. – que grossa, e ainda diz que quer me conquistar_ fala abrindo a porta e eu a fecho atrás dele_ vista algo legal_ fala mesmo com a porta fechada, me fazendo soltar um suspiro e então finalmente vou tomar meu banho. Pelo menos consegui dormir pelo tempo que eu tinha até ir a sei lá onde o i****a queria me levar, tomei outro banho só pra não ficar fedendo a suor, depois procurei por uma roupa "legal" para vestir. – eu me visto de jeito legal, por que ele falou para eu me vestir legal? Será que minhas roupas não são legais?_ falo olhando para todas as minhas calças jeans e camisetas_ está bem que eu uso sempre jeans e camiseta, mas isso é legal_ reviro os olhos e opto por pegar um vestido que só tinha usado uma única vez desde que o comprei. Escolhi meus tênis da Vans, peguei uma lingerie qualquer e enquanto eu passava hidratante no meu corpo, tive uma ideia magnífica que me fez ir ao fundo de minha mala, procurar por uma coisa que minha querida irmã tinha me oferecido e que eu tinha quase a certeza de que nunca usaria, mas que agora parece com certeza a peça ideal para começar com meu plano de conquista de um mafioso. Assim que achei o que eu precisava, me vesti e no momento em que terminei, duas batidas soaram na porta, me fazendo seguir até a porta e dar de cara com Enzo. – nossa, finalmente uma peça de roupa legal_ me olhou de baixo para cima. – todas as minhas roupas são legais_ falo óbvia. – Aham claro, e eu sou um amor de pessoa_ segue na minha frente_ não tem nenhum sapato legal também? Ficaria legal com esse vestido legal_ declara ao pé da escada. – ah meu Deus, você só sabe reclamar? Eu já estou de vestido, não é o suficiente?_ reclamo atrás dele. – tanto faz, você quem sabe, tem livre arbítrio mesmo_ dá de ombros. – não parece_ reviro os olhos. – não é para parecer_ retruca. – não vou me estressar, estou de bom humor_ falo mais para mim mesma do que para ele. – bipolar_ fala abrindo a porta e seguindo para seu carro. Eu vou atrás em silêncio e me sento no banco do carona, depois olho para ele que já colocava a chave na ignição. – que foi?_ pergunta sem me dirigir o olhar. – eu tenho um presentinho para você. –um presente para mim?_ me olha com a sobrancelha arqueada. – é, você disse que gosta de brinquedos, então eu tenho 1 para você_ mostrei um pequeno controle e ele me olhou confuso. Estende a mão e pega o controle, aí ele esboça um mini sorriso_ isso é mesmo o que eu estou pensando? Isso é o controle de um vibrador?_ me olha com um sorriso de canto que expressa mais do que ele poderia falar_ Gabriela, Gabriela, você acabou de me surpreender_ olhou para o controle e apertou um botão fazendo o objeto começar a vibrar_ olha só essa carita de safada_ segurou meu queixo. – haham, engraçadinho, desliga isso_ com um movimento rápido tento pegar o controle, mas ele não permite. – não, você me deu, logo é meu_ falou dando partida. – me diga, pra onde vamos?_ cruzo os braços. – para o hospital, você vai me ser útil lá_ fala focado na estrada. – e eu precisava estar de uma roupa legal para ir ao hospital?_ arqueio a sobrancelha. – essa é a minha cidade, você deveria estar apresentável para estar do meu lado. Reviro os olhos_ nossa, que empolgante_ falo com sarcasmo_ já agora, eu preciso que você me prometa algo_ falo olhando para a paisagem. – não_ fala antes que eu prosseguisse. – você nem sabe o que eu diria_ reclamo. – está bem, fale_ me incentiva. – eu quero que você prometa que será sincero comigo com relação aos seus sentimentos_ peço. – agora que você já falou, a minha resposta é não_ retruca. – qual é, isso não é pedir muito. – eu não faço promessas. – mas não é como se isso fosse algo impossível ou absurdo, eu só pedi que você não mentisse para mim sobre seus reais sentimentos. – está bem, eu não me importo de ser sincero, afinal, eu já deixei bem claro que não sinto absolutamente nada por você e não sentirei_ dá de ombros. – promete de mindinho_ levanto meu mindinho. Ele me olha com indignação por alguns minutos_ você não acha que isso é pedir demais? – ninguém vai ver o chefe da máfia prometendo de mindinho_ reviro os olhos_ só promete, eu juro que não conto isso para ninguém_ insisto e ele levanta o mindinho sem nem se dignar a me olhar. Com um sorriso eu junto nossos mindinhos e espero ele dizer a palavra mágica_ eu prometo_ diz sem vontade. – legal_ sorri abertamente, olhando para a janela. – tira esse sorriso do rosto_ fala autoritário, mas eu o ignoro, me focando no caminho até o tal hospital que ele falava.
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