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1455 Palavras
Repetimos esse processo umas 5 vezes até ela se acalmar por completo e sua respiração regular completamente. – vamos, você não pode ficar tão estressada assim, isso não vai fazer bem a você_ falo ficando de pé ao mesmo tempo que ela. – como você consegue ficar tão calma enquanto tudo dá errado? Droga Gabriela_ ela me olha com irritação. – oxe, por que você está brava comigo? – porque você finge que nada está acontecendo, me acalmar para que? É você quem está pagando por tudo, tá calma por que?_ a mesma fala irritada. – eu não estou calma, eu quero gritar, quebrar tudo e só Deus sabe o quão destruída e cansada isso tudo me deixou_ eu dou de ombros. – então grite, quebre tudo. – e isso adianta? Vai mudar alguma coisa? Não, não vai, então por que eu vou gastar minha energia com isso, eu vou dar um jeito, eu sempre dou_ a olho tentando passar tranquilidade, mas a mesma abana a cabeça negando e vai até seu quarto, onde bate a porta com força. Eu solto um suspiro e decido deixar ela sozinha por um tempo, vou até a cozinha e me sirvo com um copo de água. – hum, você está aqui_ meu pai fala ao entrar na cozinha. – você me odeia assim tanto?_ falo sem olhar para ele. – não fui eu quem te escolheu, vocês chegaram antes que eu dissesse algo e ele mesmo te escolheu_ responde com o tom de voz mais firme, pelo menos parou com o fingimento de homem sofrido_ mas eu também teria oferecido você, sabe como é, eu nunca ofereceria minha filha a um homem como aquele, mas você? Com você eu não me importo então, hoje foi meio que uma vitória, me livrei de você. Me viro para olhar para ele, as lágrimas estavam próximas de escapar mas eu as prendi com toda a força que eu possuía. – eu sempre achei que eu era o problema, que você me odiava pois via o rosto da mamãe em mim e se lembrava que não a podia ter, mas eu estava errada, você é o problema, por sua culpa a mamãe foi embora, por sua culpa ela morreu_ eu falo irritada, mas com uma voz tão serena. Ele bate o balcão com força_ não ouse me culpar pelas escolhas dela_ ele fala irritado. Eu pelo contrário soltei uma risada e segui da cozinha até a sala, em uma das gavetas da estante, peguei dois pequenos envelopes, os abri e segui até o homem na cozinha, jogando um dos papéis com força contra seu peitoral. – o que é isso_ ele me olha confuso. – veja por si só, esse teste está datado do mesmo dia, mês e ano que a mamãe morreu, ela te provou que eu era sim sua filha e ela estava indo levar nós três na casa da tia Paty pra poder ir embora desse lugar, mas ela morreu no caminho de lá, e esse aqui_ mostrei outro teste de DNA que ele mesmo havia obrigado eu a fazer umas semanas atrás, teste esse que foi feito em um laboratório desconhecido por mim até ao momento que o envelope chegou no nosso correio a 4 dias atrás_ esse é o teste que você me obrigou a fazer semanas atrás_ jogo o papel para ele_ aí está sua prova, a confirmação que você tanto negou por toda sua vida, e que foi a razão da minha mãe morrer_ nesse instante as lágrimas rolavam soltas por meu rosto. – isso, isso não muda nada_ ele fala enraivecido. – você tem razão, não muda, não muda porque eu te odeio, eu odeio todas as memórias que incluam você, eu odeio o simples facto de você respirar, odeio ter seu sangue correndo em minhas veias e te odeio com todas as minhas forças, e eu sei que isso não faz a mínima diferença na sua vida, mas não foi por você que eu aceitei aquela proposta, foi pelos meus irmãos, pelas duas pessoas que tiveram o desprazer de te ter como pai e que você destruiu a vida delas tanto quanto a minha, pois saiba que se fosse só sua vida em risco, eu pediria que ele te matasse na hora_ confesso possessa de raiva e então eu saio de casa batendo a porta com força. Ando pelas ruas meio desorientada, tudo ao meu redor parecia um simples flash e os sons apenas ruídos, quando me dei conta, eu estava sentada em um banquinho na frente da barraca de comida dos pais de meu ex-namorado. – Gabriela?_ olho para o lado e lá estava Desmond, o irmão do meu ex_ o que você faz aqui?_ ele me olha confuso. – nem eu mesma sei_ falo mais para mim mesma do que para ele_ olha só, me desculpa eu não vim com intenção de causar problemas ou coisa do gênero_ me levanto do banco e ele segura minha mão. – não vá, eu sei que você e o Jake terminaram, e de um jeito não muito amigável, mas isso não quer dizer que eu deixe de me importar com você, você ainda é como uma irmã mais nova para mim_ me olha compreensivo_ vai, senta aqui, me conta o que foi, e se for o quão o****o meu irmão foi e você finalmente conseguiu ter palavras para se expressar, eu sou bom em enumerar os defeitos dele e vou te dar suporte se você quiser criar um barraco_ ele fala sugestivo, e isso acaba me fazendo rir_ viu, já te fiz sorrir, agora só falta você se sentar aqui e se abrir comigo_ fala se sentando no banco e batendo para eu sentar. – tá, você me convenceu_ sorri e me sentei do lado dele. – agora me fala, o que foi que te deixou tão aérea?_ foca sua atenção em mim. – nada demais, eu só estava em um daqueles dias reflexivos_ dou de ombros. – eu te entendo, existem aqueles dias em que andamos por aí refletindo sobre a vida e não nos importamos nem com o facto de estarmos vestindo o pijama_ ele fala pensativo e só nesse instante é que percebo que a calça, a camisa que eu usava eram de pijama e até às pantufas eu estava vestindo. – nossa, eu não acredito que andei todo esse caminho de pijama_ cubro meu rosto com as mãos e ele ri. – ah qual é, não é assim tão mau, você pode ter parecido uma doida andando por aí de pijama mas ninguém deve ter reparado, e se alguém quiser falar alguma coisa, eu só preciso dizer, ela é médica, teve uma péssima semana e todos vão entender que você precisa desse tempo para endoidar_ dá de ombros e eu ri. – nada haver, eu estou muito sã, eu só estou tentando criar uma nova tendência de moda_ me defendo_ e já agora, por que você falou sobre eu ter conseguido palavras para me expressar?_ mudo de assunto. – ah isso, é que eu nunca vi uma garota descobrir traição e tão calmamente terminar um relacionamento, você foi tão fria que até eu tive medo. – eu não fui fria. – ah não? Você chegou ali, olhou para o Jake e disse: Jake, eu acho que você tem algo para me dizer, e caso sua mente não esteja apta pra te dizer com exatidão qual o segredo que você tem que me contar, eu já adianto que é sobre sua outra namorada Alda_ ele fala tentando imitar uma voz mais fina_ que espécie de pessoa fala com tanta calma uma coisa dessas?_ me olha indignado. – eu né, eu sou calma, eu não perco a paciência com facilidade_ dou de ombros. – você deve ter treinado com aqueles monges, não é possível. – as vezes até eu me admiro, mas enfim, eu preciso ir, obrigada pela conversa Desmond_ me levanto. – sempre as ordens_ ele sorri. – adeus_ aceno para ele e caminho de volta para casa, dessa vez notando os olhares estranhos por conta do meu pijama. ••• – doutora Summer, o senhor Sanders está na recepção pedindo para falar com a senhorita_ uma das recepcionistas fala enquanto eu seguia para me trocar pois meu turno já estava acabando. – está bem, obrigada_ agradeço dando a volta e seguindo para a recepção junto dela, mas me perguntando mentalmente, quem diabos era esse senhor Sanders. – é o homem de terno_ vendo minha confusão, ela fala indicando um homem que também olhava para mim. Apenas assenti e segui na direção do homem gato de terno na recepção, ele tinha os ombros largos, braços fortes e a postura impecável.
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