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1124 Palavras
Entrei em casa na ponta dos pés para não ser vista por ninguém, porém minha mãe estava me esperando, me encarando com as mãos na cintura, batendo o pé direito incessantemente demonstrando que estava muito irritada. — Estava aonde? — Ela questionou com cara f**a. — Fui respirar um pouco de ar livre. — Sorri, como se não tivesse feito nada demais. — Você está prestes a se tornar líder do clã Stuart, Mary. Não é uma qualquer que corre descalça e volta com os pés sujos! — Eu entendi, mãe. Não farei mais isso sem sua permissão. — Tentei controlar o ímpeto de revirar os olhos. — Já posso ir? — Eu só quero lhe avisar que Francis Valois está vindo para o seu casamento. — Casamento? — Ri alto. — Eu não vou me casar! — Você vai. — Ela segurou meu braço com força e olhou no fundo dos meus olhos. — E você vai parar de andar com aquele híbrido e a sua família sórdida. Não me importa se o ama, você tem um dever com essa família, que é juntar as linhagens de bruxos e nos tornar mais forte que aqueles vampiros! Fique sabendo que eu não vou medir esforços para acabar com eles se você não seguir as minhas ordens! — Soltou meu braço e continuou olhando em meus olhos. — Eu só quero o seu bem, querida. Só isso. Minha garganta se fechou e segurei as lágrimas. Minha mãe poderia ser capaz das piores coisas para benefício próprio, e com certeza envolveria m***r Klaus e a mim se continuássemos juntos. Eu a conhecia bem demais para temer seus atos. Concordei com a cabeça e, em silêncio, respirei fundo e fui lentamente para o meu quarto e cai na cama, com o rosto molhado em lágrimas. — Mary. — James bateu na porta. — Posso entrar? Abri a porta com magia e continuei com o rosto enterrado no travesseiro. Eu não queria que ninguém me visse chorando, mas no James eu poderia confiar. James sentou ao meu lado e acariciou meus cabelos com cuidado. — Eu sei que você está triste, mas nossa mãe só quer o nosso bem, você sabe. Os Valois são uma poderosa família de bruxos, isso seria muito mais vantajoso para você do que para ela. — Isso não é justo, James! — Limpei as lágrimas. — Por que nenhum de nós pode apenas se casar por amor sem ser através de uma aliança? — Você pode amar Francis com o tempo. — Mas eu amo o Klaus, e ele me ama também! Eu vejo como você olha pra Rebekah e eu sei que você sente algo por ela. Seria muito triste se tivesse que se casar por interesse e não por amor. — Não importa o que eu ou você sentimos. Sabemos que teremos que fazer o que o nosso dever mandar. Eu farei o mesmo quando chegar a hora. — Eu não vou me afastar do Klaus. Não me importa o que a minha família vai pensar. Se você quiser viver sob regras inúteis, fique a vontade, mas eu não sou assim. — Fiz uma pausa para pensar por alguns segundos. — Você pode me ajudar, ou pode ficar e receber ordens da nossa mãe. — O que você vai fazer? — Questionou com receio. — Eu vou embora com o Klaus, se ele aceitar. — Não, Mary, isso é loucura! — Vai me ajudar ou não? James pensou por longos segundos mas, por fim, concordou. Às vezes, ter um irmão mais velho é bom. James sempre me ajuda ou me protege, apesar das brigas e diferenças. Eu sei que ele não se importa em obedecer nossa mãe e deveria ser ele o próximo para assumir o clã. — Pare de chorar — pediu, secando minhas lágrimas. Lavei meu rosto e me senti mais calma. O plano já está traçado em minha mente e nada poderia dar errado. É um plano sem erros. Alguém bateu na porta e abri. Encostado nela, havia um garoto loiro, os cabelos parecidos com o de Klaus. Ele parecia ser mais novo que eu. — Eu sou o Francis. — Ele segurou minha mão sem permição e a beijou. Retirei a mão rapidamente e olhei para James. — Eu vou ver se há algo para ajudar na festa de hoje à noite. — James saiu, nos deixando a sós. — Posso entrar? — Francis perguntou, olhando meu quarto com curiosidade. — Não. — Fiquei na frente e impedi sua passagem. — Em breve seremos casados, Mary. É melhor se acostumar com a minha presença em seu quarto. — É claro que sim, Francis. — Forcei um sorriso. — Até lá você fica bem longe de mim. — Isso são modos? — Minha mãe ficou ao lado de Francis com um olhar de reprovação. — Fui eu que mandei o Francis aqui. Comece a se arrumar, filha, hoje à noite seu noivado se tornará oficial! Respirei fundo controlando a raiva. Se tudo correr bem, isso não vai acontecer. — Claro, mamãe. — Sorri sem mostrar os dentes, concordando com a cabeça. Olhei com raiva para os dois que saíram rindo, conversando sobre algo. Escolhi um vestido vermelho escarlate, eu precisava ficar bonita para manter a aparência de uma jovem que está prestes a noivar. Desci e vi vários convidados perambulando pela festa super animada, com várias bebidas e comidas. — Acho melhor você dar um tempo dessa festa — James sussurrou para mim, tomando um gole de sua bebida. — Por quê? — Mary! — Ouvi o grito da minha mãe. Fui até lá e uma multidão se formou ao nosso redor. — Deixem nosso convidado de honra passar! — Ela disse para a multidão que se abria. Convidado de honra? Não há ninguém em especial, pensei com confusão. — Klaus Mikaelson — ela anunciou e ergui o olhar, encontrando os olhos de Klaus no meio dos presentes ali. Minha mão começou a suar e meu estômago se contorceu. Ele pode pensar ser traição esse noivado. Eu sei bem como o Klaus pode ser impulsivo em momentos de raiva. — O que comemoram? — Ele perguntou com os olhos fixos em mim. Abaixei a cabeça e não respondi. — O noivado de Mary Stuart e Francis Valois. — Ela sorriu falsamente. — Não é maravilhoso? — Você vai casar, Mary? — Klaus perguntou a mim. Apenas olhei em seus olhos, esperando que ele não acreditasse nisso. Não consegui negar na frente da minha mãe ou da minha família. Sempre fui colocada sob muita pressão e responsabilidade que agora eu tenho medo de decepcioná-los e das consequências disso. — É verdade, Mary? — Ele questionou com raiva nos olhos.
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