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1931 Palavras
POV Cassie Enquanto eu colocava Vinnie na cama sentia a enorme vontade de me deitar ao seu lado e ficar ali com ele como sempre fazíamos em minha casa, mas eu obviamente não seria tão trouxa a esse ponto. -- Me desculpa Cassie, eu não queria ter dito aquilo, foi num momento de raiva e eu me arrependo totalmente disso, por favor acredita em mim. - Vinnie tentou pegar em minha mão mas me soltei rapidamente, se ficasse ali por mais um minuto eu com certeza não sairia mais. -- Tchau Vinnie. - suspirei e saí de seu quarto fechando a porta, eu sabia que isso poderia ser muito drama meu, mas qual é, eu aceito ser chamada de v***a por qualquer um, menos por ele. Enquanto andava por sua casa tentando não fazer nenhum barulho, percebi que tinha alguém na cozinha, era uma silhueta alta e masculina, provavelmente seu pai. Abri a porta o mais devagar possível, a pessoa estava de costas então não foi tão difícil sair da casa, entrei em meu carro e acelerei, indo de volta para a casa de Kio. Minha visão não estava das melhores mas era o único jeito de voltar. Enquanto dirigia liguei o rádio e tocava Stuck with me - The neighbourhood, uma das minhas músicas favoritas. Sentia o vento gelado bater em meu rosto e por um momento, minha cabeça havia esvaziado, todos os problemas em minha mente haviam sumido. Eu me sentia cansada, exausta na verdade, só queria ficar sozinha andando pelas ruas ouvindo música e sentindo meus cabelos voarem. Estacionei o carro de Becky na mesma vaga que estava e desci, tinha bem menos gente no jardim já que provavelmente era 04:00 da manhã e todos estavam cansados, entrei na casa e já pude avistar Tristan e os outros sentados em um sofá e pareciam chapados, nem me esperaram. -- Cheguei. - me joguei ao lado de J no sofá e joguei minha bolsa ao meu lado. -- Foi levar o Vinnie em casa? - Becky perguntou com um sorrisinho de lado e só naquele momento percebi que Olívia estava ali, quando Becky fez a pergunta percebi Olívia me olhar irritada. -- Sim, ele tava quase caindo de bêbado. - revirei os olhos e peguei o baseado da mão de J dando uma tragada. -- E por que ele não pediu pra mim? - Olívia perguntou arqueando uma sobrancelha e me encarando. -- Que tal você mesma perguntar pra ele uh? - dei um sorriso sarcástico e ouvi a risadinha de J. A garota bufou e se virou pra frente, começamos a conversar e beber e eu realmente queria sair dali. -- Quer subir? - J sussurrou em meu ouvido e eu sorri, já não estava em total consciência então assenti. Nos levantamos e segurei em sua mão o levando até as escadas, já sabia que Becky e Tristan pegariam em meu pé no dia seguinte, mas eu estava totalmente bêbada e pouco me fodendo. Eu não lembro muito do que aconteceu naquela noite e não sou a pessoa mais confiável pra contar, mas sei que foi totalmente insano. (...) Acordei com o sol forte batendo em meu rosto, abri os olhos devagar sentindo minha cabeça latejar e meu corpo todo estava pesado, me mexi na cama e senti um braço em cima de minha cintura. Tentei me virar sem acordar a pessoa atrás de mim e quando consegui vi que a pessoa, era J, nada novo por aqui. O loiro dormia tranquilamente ao meu lado, sua respiração era calma e sua expressão era de um verdadeiro anjo. Tirei seu braço da minha cintura e me levantei devagar indo até o banheiro do quarto, entrei e quando me olhei no espelho me surpreendi vendo o tanto de marcas roxas em meu pescoço. -- Nossa. - Sussurrei para mim mesma passando a mão nos chupões. Fui até o box entrando no mesmo e ligando o chuveiro, senti a água fria em contato com minha pele e meus pelos se arrepiaram por completo, meu corpo todo relaxou e por um momento pensei em ficar ali o dia todo. Por mais que eu quisesse ficar ali apenas aproveitando a água, tive que sair, me enrolei em uma toalha que achei no armário embaixo da pia e saí do banheiro. Quando voltei para o quarto J já estava acordado mas continuava deitado na cama com apenas o lençol da cama cobrindo seu quadril, era uma cena maravilhosa. -- Espero não ter te acordado. - falei me sentando na cama ainda de toalha. -- Pensei que tivesse ido embora. - J sorriu de lado e me entregou sua camiseta que estava jogada pela cama, que por sinal, estava toda bagunçada. -- Eu tô muito acabada pra ir embora. - sorri colocando sua camiseta branca e pisquei um olho para o garoto que corou. J me puxou e passou seus braços por minha cintura me fazendo rir, nós nem éramos tão próximos mas por algum motivo, eu ficava toda boba com ele. Nós conversamos por mais um tempo até que do nada, Becky entrou no quarto junto com Tristan e os dois arregalaram os olhos. -- Até de manhã? - Becky perguntou indignada e nós dois rimos. -- A gente só tá conversando Becky. - revirei os olhos e percebi que a mesma olhava para J com um sorriso malicioso, provavelmente por ele ainda estar totalmente nu, coberto apenas pelos lençóis. -- Eu sei bem qual é essa conversa, ontem vocês só faltavam pegar uma caixa de som e microfone. - Becky falou e ela e Tristan soltaram uma gargalhada alta. Vi que J já estava quase se enfiando de baixo das cobertas de tanta vergonha, joguei dois travesseiros em Becky e Tristan que saíram correndo ainda rindo. -- Será que a gente fez muito barulho? - o loiro perguntou com um pouco de receio na voz e eu ri. -- Pra falar a verdade, eu não lembro de nada, mas Becky é exagerada, fica tranquilo. - passei a mão em seus cabelos lisos e ouvi meu celular tocar. Peguei o aparelho que estava em uma pequena mesa ao lado de sua cama e li o nome de meu pai na tela. -- Oi pai. - atendi com a voz mais doce e gentil que eu conseguia, meu pai não era do tipo que me prendia dentro de casa ou ficava ligando de cinco em cinco minutos, mas eu sabia que dormir fora sem o avisar era mancada. -- Como assim "oi pai"? Cassie McKay onde você está? - meu pai perguntou do outro lado e J me olhou com as sobrancelhas juntas. -- Eu tô com uns amigos pai, relaxa. - respondi tranquilamente tentando deixar meu pai menos puto. -- E você não foi pra escola né? Cassie você não pode ficar faltando assim, só pra ir em festas. - meu pai falou super chateado e eu o entendo completamente. -- Eu vou amanhã pai, prometo. - suspirei olhando para minhas mãos. -- E vai mesmo, agora vem pra casa por que eu tirei o dia de folga pra almoçar com a minha filha e minha namorada. - meu pai falou e agora seu humor parecia estar bem melhor. -- Já é namorada? Tô indo. - perguntei rindo e me levantando da cama. -- Olha o respeito. - soltei uma risada e desliguei a chamada. -- Vou ter que ir. - falei pegando meu vestido do chão e tirei a camiseta que estava em meu corpo. -- Eu te levo. - o loiro se levantou da cama e não consegui desviar o olhar de seu corpo, também haviam marcas roxas e avermelhadas em seu abdômen e até algumas marcas de arranhados em seu peito, o que apenas o deixava mais gostoso. J colocou suas roupas e só agora percebi que estávamos em um quarto de hóspedes da casa de Kio, era bem grande e por um instante cheguei a pensar que esse era o quarto de J. Nos vestimos e o garoto foi até o banheiro escovar os dentes, desci as escadas para esperar na sala e vi Kio sentado no sofá com cara de morto. -- Tá de ressaca né. - falei me sentando ao seu lado e ele assentiu colocando a mão na testa e fazendo uma careta. -- Eu nunca mais vou beber desse jeito. - Kio parecia que tinha sido atropelado por vinte caminhões, ele estava com uma garrafa de água nas mãos e olhava para o teto, parecendo pensar em algo. -- Bebeu tanto assim pra que? - perguntei sorrindo de lado e ele sibilou sem som "Becky". -- Ah, tá explicado. - soltei uma risada e flashes de memória vieram em minha mente. -- Eu que gosto dela mas vocês que transam né. - Kio falou bufando e foi impossível não rir alto. -- Como você sabe? - perguntei me arrumando no sofá, completamente curiosa. -- As paredes dessa casa são, infelizmente, muito finas. - o moreno suspirou e eu ri mais. -- Do que estão rindo? - J desceu as escadas arrumando seus cabelos com os dedos. -- Nada. - respondi rapidamente e me levantei. - Tchau Kio, tenta conversar com ela tá? TCHAU BECKY E TRISTAN. - gritei a última parte para os dois que estava no andar de cima. -- TCHAU AMOR DA MINHA VIDA. - ouvi a voz de Becky e Tristan gritou um breve "TCHAU CASS". -- Tchau, a gente se vê amanhã, agora vaza que a minha cabeça tá quase explodindo com toda essa gritaria. - Kio acenou com a mão e cobriu seu rosto novamente. Saímos da casa e o quintal estava um lixo, cheio de copos e garrafas no granado, ainda bem que Kio tem empregados. Entramos no carro de J e ele logo deu partida, no rádio tocava uma música qualquer enquanto ficávamos em silêncio, mas não era um silêncio r**m, era bem confortável. -- Está entregue. - J falou assim que parou o carro na frente da minha casa. -- Obrigada babe. - respondi tirando o cinto de segurança e antes que eu pudesse sair, o loiro segurou em meu rosto e se aproximou deixando um selinho leve em meus lábios. -- De nada. - falou sorrindo e eu sorri de lado, desci do carro andando pelo jardim da frente até chegar na porta. -- Quem era esse? - meu pai perguntou assim que passei pela porta e tirei meus saltos. -- Um amigo. - dei de ombros e fui até a escada para subir pro meu quarto. -- Amigo... - meu pai encarou meu pescoço por um momento e só então lembrei que não havia passado nenhuma gota de maquiagem para esconder isso, ele conseguia ser muito desconfiado quando queria. - vamos sair daqui a duas horas. - duas horas? Eu estava podre de cansada e com certeza cairia de sono na rua. Apenas murmurei um "aham" para meu pai e subi as grandes escadas que sempre me matavam de preguiça, entrei em meu quarto e me joguei na cama sentindo o alívio de estar, finalmente, em meu maravilhoso quarto. Suspirei e fiquei ali deitada pensando em tudo que havia acontecido desde o momento que entrei para aquela nova escola, e principalmente, em como eu havia conhecido e me aproximado tão rápido de Vinnie. Eu odiava o jeito que minha mente sempre me lembrava dessas coisas de um momento para o outro, literalmente do nada. ×××××× ×××××××××× ××××××
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