Capítulo 2
Alexandra narrando
Eu não conseguia acreditar que Danilo tinha me dado um golpe, eu fiquei até o amanhecer na frente do hotel esperando ele chegar mas nada, tinha somente a minha mala e um pouco de dinheiro.
— A senhora precisa de ajuda? – a moça que ajudei ontem cujo nome era Fernanda pergunta.
— Não, estou bem, obrigada!
— Está todo mundo dizendo que você foi abandonada – ela fala – o hotel inteiro – eu a encaro
— Bando de fofoqueiros – eu respondo – ele vai voltar.
— Quando? – ela pergunta – eu vi quando ele saiu e até a mala levou junto.
— Ele não pode me abandonar, ele me deu um golpe.
— Denuncia ele – ela fala e eu a encaro
— Não posso. Não posso denunciar ele.
— Se ele te deu um golpe e te denunciou – ela fala – você precisa denunciar ele.
— Eu não posso – eu olho para ela segurando as lagrimas – eu confiei naquele maldito e ele me enganou!
— Você é garota de programa? – ela pergunta
— Jamais, nunca fui garota de programa – eu respondo – eu era uma pianista, na verdade eu sou, profissional, mas larguei minha vida por ele.
— Você pode trabalhar nisso – ela fala – aqui no México contrata pianistas direto, até mesmo dentro do hotel.
— Eles pagam bem? – eu pergunto para ele
— Por hora – ela fala – da para ganhar uma grana extra.
— Posso ficar na sua casa?
— Na minha casa? – ela pergunta
— É – eu respondo – eu não tenho para onde ir.
— Pode – ela fala me encarando.
Eu vou com ela até sua casa que na verdade era quase uma caixa de sapato, eu me sento no sofá que também era sua cama e coloco a mão sobre o rosto sem acreditar no que tudo estava acontecendo, quando foi que eu me perdi na minha vida e parei nisso? Que desisti dos meus sonhos e que na verdade eu sempre quis dar orgulho aos meus pais, me deslumbrei com o dinheiro fácil. E se respingasse em mim a morte daquele homem? Tenho certeza de que tudo foi planejado por Danilo nos mínimo detalhe.
Eu estava trocando de roupa quando Fernanda entra no pequeno quarto.
— Que cicatriz é essa que você tem? – ela pergunta apontando para a minha barriga – é uma cicatriz de cesárea? – eu olho para o espelho vendo a cicatriz.
— Não é nada! – eu respondo para ela – não é nada – eu afirmo e ela me olha.
— A agência que uma amiga minha trabalha está precisando de babá – ela fala
— Jamais – eu respondo para ela – cuidar de criança? Desculpa, não suporto criança.
— Eles pagam bem – ela fala me encarando
— Quanto?
— 4 mil dólares.
— Por mês?
— Por semana – ela fala
— Tudo isso? – eu pergunto para ela
— Eles procuram uma pessoa culta, discreta – ela fala me encarando – você toca piano, fala em inglês, espanhol, português e já viajou bastante.
— Não sei, trabalhar com criança – eu falo – deve ser um saco!
— Pensa na ideia – ela fala – melhor do que tocar quase semi-nua em um bar para homens. – eu a encaro.
Ela me entrega o endereço da agencia e eu a encaro, estava já aqui na sua casa há duas semanas e tinha arrumado um serviço rápido como pianista, porém era em um bar masculino, onde não tinha contato com eles, mas era um bar de negocio, muitos empresários.
Eu passava a noite tocando o piano, com uma mascara e de lingerie, recebendo gorjetas e propostas inusitadas durante a noite, mas me recusava a me deitar com qualquer um deles.
Enquanto eu tocava o piano, eu vejo um homem n***o muito bonito e gostoso se aproximando, de terno cinza, camiseta branca, musculoso, e a boca carnuda, ele me encara e eu toco o piano encarando ele também, seu olhar vai para todo o meu corpo, mas logo a sua atenção vai para o homem ao seu lado que chama ele.
Eu termino de tocar e vou até o camarim mas quando eu ia tirar a mascara, um homem mais velho de cabelo branco surge no camarim, e passa a mão sobre a sminhas costas, eu me viro tirando a mão dele de mim.
— Como uma mulher tão bela como você está aqui, tocando piano – ele fala me encarando – seminua, quando poderia ser minha e ter tudo que você quiser.
— Tire suas mãos imundas de mim – falo olhando para ele – não te dei esse fdireito.