NORA “Você está pronta para dizer adeus, querida?’’ A voz fala enquanto as batidas na porta aumentam e ecoam pelo quarto, encolho os dedos dos pés e puxo o edredom sobre a cabeça. Não. Não. Não. Fecho os olhos e começo a contar, talvez se eu ignorar a voz vá embora. 1,2,3,4, 5,6,7… Respire, Nora. Respire. “Aqui é escuro”. Uma voz diferente da primeira, fala. Mordo o lábio inferior e tento não comparar a última voz com a voz dela. “É tão injusto que eu seja a única quem pagou, Nora. Vocês não são melhores’’. Volto a fazer a contagem numérica na cabeça, trazendo os joelhos até a altura do meu peito. Mais batidas e então as vozes se misturam. Um delas está zangada, a outra apenas debocha da minha miséria. Penso na quantidade de passos até a porta e em quem vou encontrar se

