Capítulo 138 — José Vicente

1316 Palavras

Minha mãe me medicou e ficou um tempo ali, sentada comigo no chão da sala, rodeada pelos cacos de vidro espalhados pelo tapete, o cheiro forte de álcool ainda no ar. Eu tremia, mas a respiração já não tava mais tão descontrolada. Parecia que tinha corrido uma maratona. Exausto. Queria só silêncio, paz, uma pausa dessa merda toda. — Meu filho… você não precisa passar por isso… — ela falou baixinho, a mão quente na minha nuca, tentando me segurar, me ancorar, sei lá, no meio do caos. — A gente pode sumir, sabe? Pode ir embora amanhã mesmo, hoje mesmo. Eu vou contigo se quiser. Fechei os olhos e só escutei a voz dela. Era o único som que me fazia sentir que talvez, só talvez, aquilo tudo ainda pudesse ter um fim. — Eu… eu não aguento mais essa vida, mãe. Não quero mais morro, não quero arm

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