Acordei no sofá, a visão meio embaçada no início, mas logo fui percebendo as silhuetas ao meu redor. Meus pais e o José Vicente estavam ali, todos me olhando aflitos. — O que aconteceu? — perguntei confusa, a cabeça meio pesada. — Você desmaiou, filha — minha mãe respondeu com a voz doce, passando a mão no meu rosto, como fazia quando eu era criança. — Como se sente? — Tô bem… Posso ir pro meu quarto? Quero ficar sozinha um pouco — pedi baixinho. Meu pai apenas assentiu, mas foi o José que se aproximou, a voz carregada de mágoa. — Você se lembrou? É por isso que não quer mais ficar perto de mim? Olhei nos olhos dele. Tinha dor ali. E culpa. Mas também havia amor. Eu não conseguia sentir raiva, mesmo depois de lembrar de tudo. — Não… só quero descansar — falei e segurei a mão dele co

