Ficamos nos encarando naquele QG por uns minutos sem dizer nada. O silêncio era pesado, mas ao mesmo tempo cheio de algo que eu não conseguia nomear. Ele estava em pé, encostado na parede segurando um beck que já estava no fim. Eu, sentado no sofá, pernas abertas, cotovelo apoiado no joelho, fingindo que olhava pro celular, mas sentindo o peso do olhar dele em mim. Até que ele falou. — Vamos na minha casa, é minha hora de almoço. A voz dele era grossa, cheia de intenções, e eu não sou burro — sabia exatamente o que ele queria. Mas o que me assustava era que, por algum motivo, eu também queria. Não sei o que se passava na minha cabeça. Não sei se era o cheiro de maconha no ar, se eu tava chapado por tabela, ou se era só aquela energia estranha que puxava meu corpo na direção dele. Ma

