O TATUADOR

Não pode ser ele

Elas foram embora, eu decidi ligar para minha tia Bia no meio do caminho, eu conto tudo para ela, somos um baú único, ela me conta os seus segredos e eu conto os meus para ela.

Minha tia Bia é meu porto seguro, se não fosse ela, eu ficaria louco, minha mãe me deixa louco com esse medo de sei lá o que, mas parando para pensar, seu medo se chama Andrew, eu não tenho medo dele, pois eu cresci e meu tio Yuri me levou para aprender a atirar e luta de defesa pessoal.

As meninas foram embora, eu fiquei com aquilo na cabeça, esse destino não ia brincar com uma coisa dessa tão séria, mas se tratando do mesmo possa ser verdade.

— Noah, eu espero que seja muito importante essa ligação para você me acordar tão cedo assim.

— Tia Bia, "Andrew" Isso é importante para você ? Pelo barulho que fez no celular, ela pulou da cama assustada.

— O que você está me dizendo meu amor, o que tem Andrew? Não, Noah não pode ser ele, você tem certeza do que está me dizendo?

— Tia, eu tenho certeza, eu estava na praça me tatuando como sempre fiz, quando veio até mim uma moça e me pediu para eu fazer uma uma tatuagem nela, assim eu fiz, até aí tudo bem, mas chegou a amiga dela, tia e que amiga, linda, meiga, e valente ao mesmo tempo, em fim, o amor da minha vida.! — Noah, foco, me conte tudo, eu entendi que você gostou dessa menina.

— Tia, então, elas ficaram discutindo por a tal Drica está fazendo um coração com a letra A dentro dele, mas quando ela falou que estava fazendo homenagem para seu namorado que se chamava ANDREW, me deu um frio na espinha na mesma hora, mas quando a amiga falou que ele era estranho, calado na dele, na hora confirmei que seria ele, pois era todas as características dele.

Tia não fala nada para minha mãe se não ela é capaz de por o exército para me tirar daqui, do jeito que dona Brenda é rsrs.

— Pode deixar meu amor, eu não falarei nada mais com uma condição, se esse infeliz aparecer para você, ou tentar alguma coisa, você vai me comunicar no mesmo instante, posso confiar em você!?

— Claro né tia, isso não é um pedido é uma ordem.

Encerrei a ligação, já quase chegando no apartamento da tia Luana, mas me veio uma sensação de está sendo vigiado, eu vinha falando ao telefone que não vi nada, mas ao desligar eu percebi isso, se esse infeliz, como diz a minha tia, querer fazer alguma coisa comigo eu mato ele, não sou mais criança e não tenho medo dele, agora é eu que vou fazer a vida dele um inferno.

Chegando no apartamento, entrei coloquei minha mochila no chão próximo ao aparador que ficava ali perto da porta, sentei no sofá e fiquei pensando em tudo, desde do tempo da escola que Andrew me batia, até hoje, aos meu vinte anos, muita coisa mudou e ele ainda continua com essa ideia que foi minha mãe que matou a minha vó e por isso ele quer se vingar dela, como ele é m*l informado, tantas coisas minha vó fez com a minha mãe, ela tinha tantos motivos para matar a minha vó e mesmo assim nunca lhe fez nada, a vida toda foi r**m com a minha mãe, ela nunca fez nenhuma maldade com ninguém, pelo contrário, até hoje ela só faz o bem, mesmo assim as coisas r**m lhe persegue, mas se ele estiver achando que vai fazer alguma coisa com minha mãe, eu vou preso, ou até mesmo morto, mas antes eu mato ele, sem dó nenhuma, com minha mãe ninguém mais mexe, eu posso ser novo, mas não sou i****a.

Decidir tomar um banho e depois esperar minha tia Luana chegar para decidirmos o que vamos comer, eu tô cheio de fome, passei o dia tatuando que não vi a hora passar, acabei que só tomei café e mais nada, depois do banho, sentei no sofá e nada da doida chegar, já estou preocupado com ela, com esse doido andando por aí, se bem que ele nem deve saber nada da vida da minha tia, acho que seu foco sou eu e a minha mãe, eu apaguei no sofá que não vi a hora que ela chegou, o que me fez acordar foi o cheiro gostoso da pizza, ela acertou no jantar, eu amo pizza e as daqui são as melhores, não que no Brasil não tenha umas boas, tem, mas aqui o negócio é farto rsrs.

Comemos a pizza ela me contou como foi seu dia, eu lhe contei como foi o meu.

Depois da nossa conversa, pude perceber que ela não percebeu nada de diferente por aqui, então ele só está atrás de mim e de mais ninguém, pois ele que venha, pois já estou preocupado.

No outro dia decidi somente fazer uma caminhada por perto da casa da minha tia, não ia muito longe, mas antes de sair, peguei minha pistola e coloquei na cintura, sim eu tenho porte de arma, meu pai e meu tio me ajudou a tirar o porte, contra vontade da minha mãe, mas depois ela entendeu que era para minha segurança, aí ela ficou mais tranquila.

Andando por ali, a sensação de está sendo seguido veio forte, eu continuei andando, eu gosto do perigo, gosto de desafiar as adversidades, isso me faz até que bem.

Anda mais um pouco e para em frente uma lagoa, fico ali admirando todo o local, a vontade de fazer uma tatuagem em minha perna está gritando, mas eu não trouxe meus equipamentos, então essa visão vai ficar só em minha memória, fico ali sentado por mais ou menos uns vinte minutos, quando eu ouço uns passos vindo atrás de mim, já fui logo colocando a mão na arma, se ele tentar alguma coisa eu já meto bala sem dó.

Os passos foi ficando mais pesados, meu alerta já está ligado, a mão já tremendo, a vontade de atirar falando mais alto, quando um perfume doce me atingiu em cheio e meu peito disparou, quando eu ia virar para ver quem era, uma voz entrou em meu ouvido, meu campo de visão foi preenchido, eu não esperava por isso, porém era o que eu queria, até cheguei a desejar ontem a noite um novo reencontro e para minha sorte, era ela, linda com um vestido floral, uma trança de lado, uma rasteirinha e um graveto em sua mão! —Oi, senhor tatuador! Aquela voz doce, que me deixa esbabacado, me deixa sem ação.

— O garo comeu sua língua, não vai me responder?

— Oi, princesa valente!

— Eu valente, porque você acha isso de mim?

— Ontem você estava toda valente com sua amiga, por causa de uma tatuagem.

— Há, por causa da nossa discussão de ontem, então, ela é meio louca e não ela não é minha amiga e sim minha prima, toda vez que ela arruma um macho ela fica desse jeito toda romântica sem freio nenhum.

— Mas é sinal que ela aproveita a vida da melhor forma, amando.

— Quem dera se ela aproveitasse, ela sempre se ferra e dessa vez não será diferente, pois o carinha é tipo desse que na cara já se ver problema, o pior disso tudo é que dividimos o mesmo AP e ela enfiou ele em nossa casa.

— Vocês moram aqui ?

— Não, em São Paulo, estamos aqui curtindo férias e ela decidiu fazer a tal tatuagem, você acredita que o i****a não gostou, falou para ela apagar aquela frescura, ela é uma tonta.

— Mas ele viu?

— Viu, ele veio com a gente, ela pagou tudo para ele, como se não bastasse isso.

— Desculpa a minha curiosidade, mas você tem fotos dele aí? Fiquei curioso com isso, uma tatuagem tão boba e ele agir assim! Eu fiz a pergunta, já temo pela resposta, medo de ser realmente ele.

— Tenho sim, espera ai vou procurar em meu celular e te mostro e relaxa, qualquer pessoa ficaria curiosa com essa história dela! Pelo menos ela não achou estranho, em eu querer ver quem é esse cara i****a.

— Olha aqui, é esse demônio aqui, ele ainda vai acabar com a vida dela, pode anotar aí, quando eu falo é certeza! Para meu desespero, era ele mesmo e o pior, ele está no mesmo lugar que eu, agora tenho problemas a vista, mas minha tia falou que me ajudaria, ou talvez ele tirou essa ideia de nos fazer m*l.

— Nossa ele não é estranho para mim, tenho a impressão que conheço ele de algum lugar.

— Todo mundo fala isso dele, até minha mãe falou isso, a minha tia mãe dela falou isso e para piorar ninguém foi com a cara dele, ele carrega uma coisa r**m com ele, que eu não sei explicar.

Agora você me diz, como vou conviver com um cara desse debaixo do mesmo teto, eu não tenho medo dele, mais sou mulher, não tênis mesmo força que ele e nisso saio em desvantagem.

— Olha, calma, eu posso te ajudar no que precisar, só basta confiar em mim e aos poucos eu vou te contando umas coisas do meu passado, que envolve esse cara aí, mas você tem que me prometer que vai ficar entre a gente isso e um vai ajudar o outro, eai topa!? Eu estendi minha mão em sinal de um pacto e não esperava que ela fosse aceitar e para minha alegria a minha morena dos cabelos encaracolados aceitou e foi uma alegria tamanha dentro de mim, que vocês não podem imaginar.

—Aceito sim!

Trocamos nosso número, como Erica terminou comigo pela milésima vez, então não estou fazendo nada de errado, não há traição onde não há namoro e eu só vou ajudar Lina e ela vai me ajudar, talvez uma amizade pode virar em algo mais sério e tranquilo.

Depois de nós conversar mais um pouco, decidimos ir embora, pois já estava próximo da hora do almoço e ela já estava com fome, mas deixei ali um convite para um jantar mais tarde e quem sabe iremos esticar para outro lugar da preferência dela, como ela está curiosa assim como eu, vamos conversar aos poucos sobre Andrew e vamos achar uma maneira de expulsar ele de nossas vidas sei que não vai ser fácil, mas não custa nada tentar.