Floresta dos Sussurros, 8 de agosto 1939
Dava para se ouvir os gritos de dor saídos do meio da selva, um arrepio cobria os corpos de quem sabia o que estava acontecendo. As preces ansiosas vindas da igreja de Saint Paulo, pedia ao criador que o sacrifício secasse a sede dos mortos vivos com presas de marfim. Não haveria motivos para confiar num vampiro, mas a verdade é que aquele povo se escondia em suas longas masmorras de pedra, negavam os vícios da humanidade, mas se deliciavam com os corpos das virgens que saiam de suas casas sem se preocupar com o perigo que lhes cercava. Os homens também eram mortos, mas a crueldade de verdade era feita com os pequeninos. Em resumo, o caos na terra pairava por causa da guerra entre dois clãs antigos.
Os gritos vindos do sacrifício ecoavam pela cidade, o silencio rodeava pelas beirasse cantos, as crianças temiam o desconhecido maligno, os jovens respiravam por seus breves momentos de paz, mesmo sabendo que logo mais outra jovem seria levada para o festim.
Não se sabe a atração que os seres sem alma costumam ter em humanas. A verdade é que os festins lhes afastariam de um perigo maior, mas as jovens continuariam sendo devoradas por eles. Dizem que quando um vampiro bebe do sangue de uma mulher, sangue raro bebericado por um vampiro, sua sede é saciada por anos a fim, um forte ardor s****l lhe sobe à cabeça, um frenesim sem igual é partilhado entre eles, num banquete banhado de sangue e levado a esturdia em pleno eclipse lunar. O pudor não existe entre eles, o tabu não lhes é uma opção, ouvi dizer que na lua cheia todos se devoram em busca de uma perdição.
Nefastos, pecaminosos, sem alma, sanguinários e cruéis. Suas peles pálidas e frias escondem o que lhes acontece quando o sangue quente desce por sua garganta. Meu maior medo é ter no destino um demônio desta magnitude em meu encalce. Mas, caso isto aconteça, que me devore de todas as formas, que beba de meu sengue e peque em pestanejar.