Capítulo 4

1473 Palavras
Narradora: Meia hora depois e o casal sai. Helen estava sozinha naquela enorme casa. Só conseguia respirar aliviada por não estar em horário de trabalho. Correu até a dispensa e buscou algumas coisas para comer. Apesar das inúmeras regras, as funcionárias que passavam a noite na mansão tinha as regalias de comer o que quisesse. Então ela foi até a cozinha, buscou algumas coisas e foi para seu quarto ver um filme e relaxar. 20 minutos depois e ela já estava apagada. Acordou sem sono de madrugada e com os pacotes de bolacha sobre a cama. Levantou ainda com a cabeça dolorida e foi deixar tudo no lixo da cozinha. A casa estava silenciosa mas havia uma luz vindo da sala. Possivelmente Fernando estava lá com a namorada, e ao se aproximar ela vê que na verdade ele está só. Ela tenta não encara-lo e passa direto. — Também esta sem sono? - ele interroga ela que logo se assusta com a voz do patrão. — Ah, que susto Sr.. - ela para e o encara — Você se assusta demais, ein. - ele revira os olhos. — São duas da manhã, e eu estou sonolenta. Como quer que eu fique, Sr? - ela olha seria. — Ei.. olha como fala comigo. - ele muda o tom de voz. — Desculpe, é a insônia mesmo Sr.. - ela responde nervosa e arrependida pela entonação que usou com ele. — É, eu também.. minha namorada é um saco. - ela escuta e permanece quieta. — Eu não posso opinar, Sr.. - ela diz sem graça. — E nem precisa.. - ele suspira - era pra eu estar sei lá, transando ou dormindo com ela. Mas simplesmente não consigo.. — O Sr está bebado? - ela pergunta diante de relatos tão íntimos daquele homem. — Eu não. Só estou desabafando. Já vi que não posso dizer nada a ninguém. - ele bufa — Não se trata disso, Sr. Eu não sou nada sua e não tenho essa autonomia pra responder como penso. Mas se te faz sentir melhor, eu posso ouvir e permanecer quieta. - ela se aproxima — Obrigado. - ele a encara. Na verdade ela é só um rosto bonito mesmo. A meses não estamos na mesa sintonia. Agora ela está lá dormindo, e eu estou tão irritado que não consigo nem me aproximar dela. É incrível como as mulheres fazem os homem reagirem. Elas podem tanto aproximar um homem, quanto afasta-lo. - ele diz e a encara. — Sinto muito lhe decepcionar. Mas os homens também. - ela diz e percebe que exagerou dando sua opinião. Ele então a encara com curiosidade. — o que sabe sobre os homens? Suponho que seja bem nova.. não deve ter tido tantas experiências assim. - ele a olha de cima a baixo — Tem razão, eu não tive. Mas o pouco que sei já basta. Os homens também são difíceis. Colocam suas necessidades no topo da prioridade e querem que as mulheres enxerguem assim também. - ela para perto do sofá. - Mas a verdade mesmo é que todos queremos a mesma coisa... Fazer as nossas próprias vontades e ignorar a do outro. Ele fica surpreso com as respostas dela e continua a interrogar: — Tem namorado, Helen? - aquela pergunta lhe deixou tão nervosa que um arrepio frio percorreu sua espinha mas ela se manteve firme. — Desculpe Sr. Eu não falo dos meus relacionamentos. Boa noite. - ela da as costas e sorri de leve. Viu que Helen é de personalidade forte, e aquilo o cativava de uma forma surpreendente. Manhã de domingo. Helen acordou bem cedo para preparar a mesa de café de Fernando e a namorada. Comprou algumas coisas que ele gosta de comer e havia pedido e deixou tudo no lugar. Ele aparece de bermuda preta e camiseta branca, os cabelos estavam bagunçados e úmidos. Certamente havia saído do banho ainda pouco. Helen estava uniformizada como de costume e cabelos presos. — Bom dia Sr. Seu café já está na mesa. - com licença. — Espere. - ele segura no braço dela fazendo ela o olhar nos olhos. — O que foi Sr? - ela olha para ele e para sua mão segurando o braço dela. — Só queria pedir que aquele desabafo ficasse entre nós. Eu estava muito irritando e acabei contando aquilo tudo a você. Não irei mais incomoda-la. - ele dizia sério como sempre foi. — Que desabafo, Sr? - ela o olha sério - juro que não me lembro de nada. - ela da de ombros. — Obrigado. - ele sorri de leve. — Obrigado pelo que Fer? - a namorada dele surge sentindo algo estranho no ar. — Pela mesa de café. - ele diz e se afasta da moça. — Ah, mas isso é obrigação dela, oras. É para isso que você é paga. não é ruivinha? — Sim.. mas eu me chamo Helen. - ela diz a corrigindo pelo comentário ofensivo e íntimo. E sai pela porta da cozinha. — Camila, por favor! - Respeite os funcionários. Ele diz assim que Helen se afasta da cozinha. — Ah, desde quando você os defende? Foi essa menina entrar aqui você começou a falar de modo estranho. Com a outra doidinha não tinha isso.. - ela diz e se aproxima com os olhos serrados. - Por acaso gosta dela? Se sente atraído por ela? Porque pelo jeito a contratou pelo corpinho.. - o alfineta. — Já chega Camila! - ele bate na mesa fazendo ela dar um pulo na cadeira. - Eu perdi a fome.. se for comer eu vou te esperar na sala pra você ir embora. - ele levanta e sai. — Mas o que que é isso? Desde quando ele fica tão irritado com o que eu digo ou penso dos empregados? - ela suspira nervosa e sai também. Helen estava de longe, mas conseguia ouvir tudo o que falavam. Ficou muito chateada com tudo que aquela moça dizia. Precisava do emprego e tinha que engolir certos desaforos. Aquela moça era a namorada do seu chefe. Se não fosse isso, certamente Helen teria resolvido ela mesma com as próprias mãos aos insultos da loira. Mas dependia da grana para seu sustento e sua tia. As dívidas estavam muito acumuladas e seria muito difícil encontrar outro emprego em um curto espaço de tempo. Ela suspirou fundo e segurou as lágrimas. Aquele emprego literalmente estava sendo uma enorme desafio. Mais tarde, Fernando volta da rua e procura por Helen. Ela estava em seu quarto deitada. Fernando estava a procurando para conversar. Ele sabia que ela não estava executando nenhuma tarefa em pleno domingo a tarde. — Srta Helen. Eu preciso falar com você. - ele disse atrás da porta. Helen se levantou correndo e se ajeitou. — Pois não Sr? - ela diz abrindo a porta. — Não queria incomoda-la no seu descanso, mas quero pedir desculpas pela Camila. Tenho certeza que ouviu as baboseiras dela. Esse é um dos motivos que não a quero mais em minha vida. - ele olha pra baixo e ela o encara. — Está tudo bem. Não se preocupe. - ela engole seco — Mesmo assim, eu faço questão. Não posso permitir que ela falte com respeito a nenhum de vocês. — Só esqueça isso... - ela fala tímida — Mas.. se quer saber, eu acho que se não está feliz com alguém, não tem porque insistir. Sei que não é da minha conta, mas é preciso ouvir da boca de outra pessoa para criar coragem e fazer o que temos vontade. - ele a encara com seriedade em suas palavras. — É... eu sei disso. - ele olha pra ela de novo e se afasta. - com licença.. Helen estava estranhando o comportamento com chefe com ela. Pelo que ela sabia e havia presenciado nos primeiros dias, via que ele era sim muito sério e rude as vezes. Mas com ela isso não estava acontecendo mais. Ele pedindo desculpas por algo que não foi nem ele quem disse foi ainda mais esquisito pra ela. P.O.V Helen Acho que ele não é assim tão grosseiro. Tem se mostrado um bom homem. Pelo menos comigo. Sem falar que é muito bonito, eu nunca havia estado tão perto de um homem como ele. As vezes acho que ele se sente atraído por mim. Não sei se é o jeito que me olha, ou o que diz... ele me deixa confusa. Porque me encara tanto? E porque faz tanta questão de resolver isso? Não teria necessidade de cuidar de um assunto fútil se eu não fosse "importante" pra ele. Enfim, não posso alimentar nada comigo. Não posso negar que a beleza dele me abala, mas isso não significa nada, ele é apenas o cara que manda em mim e mais nada.
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