Gabriela Alguns dias tinham passado desde que cheguei na Penha. A cada manhã que eu acordava naquela nova casa, o coração pesava menos… mas ainda doía. Era como se o corpo fosse se curando mais rápido que a alma. Os hematomas já estavam amarelados, quase sumindo da pele. Mas dentro de mim? Tava tudo longe de cicatrizar. A casa que a Jade arrumou pra mim era simples, mas aconchegante. Era a minha primeira vez sozinha com os meus filhos, sem ninguém mandando, gritando, botando medo. Ainda tava me acostumando com o silêncio. O silêncio de não ter briga. O silêncio de não precisar se encolher. - Bora dar uma volta na praça mapoa? _ Alice perguntou, encostada na porta com aquele jeitinho que só ela tem, que sempre me trazia paz. Vem aqui me ver sempre que pode. Olhei pros meninos brincando

