Amanda:
- Rodrigo?! - Sussurrei o empurrando.
- Ai meu Deus,não me diz que é o que eu tô pensando! - Passou as mãos pelos cabelos, nervoso.
- Eu sou a Amanda. - Falei sem esboçar reação nenhuma.
- Meu Deus, me desculpa! Eu realmente pensei que fosse a Marcela! E agora? Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara! Burro! Burro! - Ele batia a cabeça na porta, e andava de um lado para o outro.
- Não! Shii.. - Pus um dedo na boca dele.
- Mas.. - Tentou dizer algo.
- Vamos fingir que nada aconteceu! Mas por favor, não faz mais isso! Que m***a, Rodrigo! O que deu em você? - Bati o pé no chão com força.
- Me perdoa,Amanda! Eu pensei que a Mar tivesse sozinha em casa! - Explicou.
- Tá, agora deixa eu ir. - Falei sem olhar para ele.
- Amanda! - Me puxou pelo braço.
- Oi. - Respondi sem graça.
- Jura que não vai falar para a Marcela? Eu morro se ela não me quiser mais! Eu amo demais a tua irmã! Não foi a minha intenção jamais fazer isso! Eu vou me culpar por isso pelo resto da minha vida! - Uma lágrima percorreu o rosto dele.
- Juro! Mas por favor, lembra que a tua namorada tem uma irmã gêmea?! - Falei com irritação.
- Obrigada. Você é muito importante não só para mim, mas para a Mar também! Te adoro cunhada! - Me abraçou.
Fiquei imóvel, e não consegui retribuir o abraço.
Quando vi, Marcela saiu do quarto de roupão, penteando os cabelos.
- Tudo bem aí? - Perguntou estranhando o abraço.
- Tudo ótimo! - Me desvencilhei de Rodrigo rapidamente.
- Meu amor! Estava aqui falando pra sua irmã, o quanto ela é importante para nós! - Rodrigo a beijou com intensidade.
- Ela é a minha bebê! Te amo Mandinha! - Ela soltou um beijinho para mim, e eu apenas acenei.
- Bom, vou indo! Até mais casal! - Saí de casa sem graça, e fui correndo para o elevador,para respirar um pouco.
Nós moramos em um apartamento, mas o andar de cima, é separado do andar de baixo,como se fossem duas casas distintas.
Eu e Marcela moramos no andar de cima onde tem : Uma sala, dois quartos com suíte ,um quarto com banheiro social, e uma cozinha,
Tem também o elevador que dar acesso ao andar de baixo,onde a Marcela utiliza como ateliê para as suas criações de jóias,e onde tem o deck (área com piscina).
Saí de casa desnorteada, e novamente sem saber para onde ir,ou o que fazer. Peguei o meu celular, e liguei para a vaca.
- Letícia? - Falei trêmula quando ela atendeu a minha ligação.
- Diz, coruja! Tudo bem? - Perguntou.
- Letícia, pelo amor de Deus! Vem me buscar aqui em casa! Eu tô precisando muito de você! - Eu disse quase chorando.
- Tá, chego aí em cinco minutos! - Ela falou desligando o telefone.
Algum tempo depois, a Letícia chegou de carro, e eu fui para a casa dela.
Eu necessitava conversar com alguém urgentemente,ou iria ficar louca!
- Ah nãão,Manda! - Disse ela boquiaberta após eu lhe contar o ocorrido.
- E o pior de tudo, é que eu gostei demais daquele beijo,prima! O que eu faço? - Choraminguei.
- Esquece! Tenta esquecer! Pelo amor de Deus, Amanda! - Retrucou.
- Eu esperei tanto por esse momento! Mas eu não esperava que fosse assim, vaca! - Chorei.
- Vem cá, sua coruja f**a! - Minha prima me abraçou carinhosamente, e acariciou os meus cabelos.
Mas em minha cabeça, eu não parava de me perguntar : Por quê, Rodrigo?
Amanda:
Depois do beijo acidental, eu decidi dormir na casa da Letícia mesmo.
Voltar pra casa, e ver ele com a minha irmã felizes, como se nada tivesse acontecido, certamente me deixaria super desconfortável.
00:30
Meu celular tocou.
- Amanda, pelo amor de Deus! Onde você está? Liguei para a vovó, e ela disse que você não foi pra casa dela! Você está bem? Já tá tarde! Você foi sequestrada, foi isso? - Marcela perguntou desesperada.
- Nossa, quanto drama Marcela Ruperto! Eu estou na casa da Letícia! - Respondi seca.
- E você não vem pra casa? Se quiser, o Rodrigo pode ir te pegar aí! Ele está de carro! - Ela disse.
Me pegar? Melhor não!
- Não precisa se preocupar! Eu vou dormir por aqui mesmo. - Falei.
- Poxa, e o que custa avisar? Eu fico preocupada com você! - Ela reclamou do outro lado da linha.
- Desculpas. - Mordi o lábio inferior.
- Tudo bem. E a faculdade? Você não vai assistir aula amanhã não? E a sua roupa, livros? - Perguntou pausadamente.
- A Letícia vai me emprestar! Como já disse, não precisa se preocupar! - Suspirei.
- Você jura, que não vem pra casa né? - Insistiu.
- Marcela, não há necessidade de você me tratar como se eu fosse uma criança! Eu sei que o Rodrigo vai dormir aí com você, e isso pra mim tanto faz! - Fui direta.
- Nossa, como você está rude comigo "Manda!". Eu na verdade só queria saber se o fato de o Drigo dormir aqui, te incomoda! - Baixou o tom de voz.
- De jeito nenhum! Agora eu vou dormir, Mar! Amanhã tenho aula cedo, e você tem trabalho. Te amo minha xérox! - Encerrei o assunto.
- Nossa, você sabe que eu odeio quando você me chama assim! - Mostrou irritação.
- Brincadeirinha! Não precisa partir para a agressão! - Sorri levemente.
- Tá, boa noite Dinha (Apelido carinhoso que ela me deu quando ainda éramos crianças). Te amo! - Marcela falou suavemente.
- Boa noite pra você também raposa (Apelido carinhoso que dei a Marcela, nos nossos tempos de "ruivice" em nossa adolescência). Te amo! - Retribuí.
- Nossa! Esses apelidos são antigos pra caramba! - Gargalhamos.
- Agora é sério! Beijo! - Falei, e desliguei o celular.
*****
- Quanta fofura! Já pensou se a Marcela ao menos sonhasse, que você gosta do Rodrigo? Era treta na certa! - Letícia falou.
- Nem fala prima! Se depender de mim, guardarei esse sentimento pra sempre! Eu jamais atrapalharia o namoro da Mar! - Falei tentando desapegar de meus pensamentos.
- Parte pra outra, prima! Isso só te faz m*l! - Aconselhou.
- Eu sei, mas se eu te disser que depois que senti o gosto do beijo dele, eu me apaixonei ainda mais, você acredita? - Choramingo.
- Ah não, Amanda! Pensa assim: Ele me confundiu cara! Foi isso! O Rodrigo não foi na intenção de TE beijar! Ele foi na intenção de beijar a namorada dele! No caso, a Marcela. - Falou pausadamente.
- Tá,eu sei! Mas o meu coração é burro, e insiste em criar falsas ilusões! - Bufei.
- Falsas mesmo! Por quê do jeito que ele ama a Mar.. Prima, pensa mais na tua irmã! Pensa no quanto a decepcionaria! - Letícia apertou a minha mão.
- Leh, você acha que eu estou sendo falsa com ela? - Perguntei.
- Um pouco.. -Ela me respondeu olhando para um canto específico do quarto.
- Nossa, cara! Por quê eu fui me apaixonar logo por ele? Que burra! - Praguejo.
- Imagina que neste exato momento, os dois estão transando! Eles se amam, e você não pode atrapalhar isso, Mandinha! - Letícia prosseguiu.
- Tá, mas me poupe dos detalhes sórdidos! Simplesmente acho desnecessário você tocar nesse assunto, Leh! E eu não estou atrapalhando nada! Eu estava bem quietinha no meu canto, e o Drigo veio me beijar! - Me irritei.
- Ao menos ela transa.. - Gargalhou.
- Cala a boca, Letícia! Assim como eu,você também é virgem, e fica aí dando uma de sexóloga! Não precisa ficar lembrando que a Marcela.. Ah, deixa pra lá! - Resmunguei.
- Tá com ciúmes! Aah prima! - Gargalhou.
- Cala a boca, sua vaca do satanás! - Gritei.
- Shii, tá bom, desculpa! Não poderia perder a oportunidade de te ver irritada! Você fica muito engraçada prima! Você precisa ver a sua cara! - Ela gargalhava sem parar.
- Boa noite pra você também! - Dei as costas para ela, e dormi.