Manu narrando Fiquei completamente sem graça com o jeito que o Fantasma me olhou. Não era um olhar qualquer, era aquele tipo de olhar que parece atravessar a alma da gente, que faz o corpo inteiro reagir sem a gente entender o porquê. Assim que ele saiu, eu soltei a respiração que nem percebi que estava prendendo. Me encostei na parede por um instante, tentando retomar o controle. O ar parecia pesado, como se o olhar dele ainda tivesse ficado ali, pairando no ambiente. Suspirei fundo e fui direto pra cozinha arrumar a mesa, que ainda tava com a bagunça do café da manhã. Comecei a recolher as xícaras, o pote de margarina aberto e as migalhas de pão quando ouvi passos descendo as escadas. Olhei por cima do ombro e vi a Emily vindo na minha direção. — Deixa que eu te ajudo. — ela disse,

