VICENT NAVARRO: A casa estava num silêncio estranho… aquele tipo que pesa no peito. E mesmo assim, não era paz. Era um incômodo constante. Hanna andava pela casa como um fantasma de si mesma. Os olhos dela perderam o brilho e ninguém parecia se importar. Nem o Landon, que estava mais preocupado com o próprio ego ferido. Nem a mãe dela, que chamou o bebê de “fardo”. Aquilo me fez enjoar. E pra completar, tinha Zaya. Sempre no entorno. Na piscina, mergulhando de forma ensaiada. Saía de toalha, deixava a porta do quarto aberta, cruzava comigo no corredor com aqueles olhares longos. Mas tudo o que eu sentia era desprezo. Um teatro barato. Uma mulher desesperada por atenção, usando sensualidade como armadura. Foi quando vi Hanna, sozinha, encolhida numa poltrona do jardim. Era tarde, pa

