LAURA: As luzes já estavam mais fracas no corredor quando fechei o notebook. Minhas costas doíam, a nuca estava tensionada e meus olhos ardiam. Não dormia direito há dia, não quando minha mente insistia em repassar argumentos jurídicos como se fosse uma advogada veterana e não uma quase advogada tentando desesperadamente provar seu valor antes mesmo de ter uma carteira da OAB nas mãos. Vicent me ensinou a ser assim. Exigente até com os silêncios. Rigorosa com os prazos, com os detalhes, com tudo. Ele dizia que não existia "bom trabalho", existia "trabalho perfeito ou nada". E mesmo que hoje ele nem saiba onde estou, cada passo que dou ainda ecoa o método dele. Só que agora... por outras mãos. Para outro nome. — Laura. A voz de Wagner me tirou do devaneio. Me virei rápido, limpando do

