Charlotte saiu da emergência do hospital com os resultados dos exames firmemente presos contra o peito. A cabeça girava; ela ainda não conseguia acreditar que estava grávida. Nenhuma possibilidade lhe ocorrera sobre esse enjoos e tonturas matinais — fibrose cística, sim, mas… Gravidez? Jamais imaginara. Ela parou por um instante na calçada, respirando fundo para recuperar as forças. Laura, ao seu lado, mexia impaciente no celular, como se procurasse algo — talvez passagens de avião, talvez hotéis ou, quem sabe, alguma forma de agilizar o próximo passo. — Char, — chamou Laura, erguendo os olhos do visor. — Você está bem? Parece que viu um fantasma. Charlotte riu sem humor, passando a mão trêmula pelos cabelos. — Se você estivesse no meu lugar, também estaria assim. Eu sequer tenho um em

