05 - Termos e Condições Do Acordo

2007 Words
Chegamos ao *Winterfell* Café (que possuia o mesmo nome da cidade Winterfell City) de que tanto Dante gostava. Era lindo a arquitetura do lugar, na entrada havia um arco de trepadeira Primavera com folhas rosadas super convidativo a entrar. Um garçom veio nos recepcionar, mostrar as mesas e o cardápio. Assoalho e paredes eram rústicos, o que tornava o ambiente ainda mais aconchegante. Escolhemos nossos pedidos e Dante percebeu o quanto eu estava deslumbrada com o local. — É lindo o local né? - Ele me perguntou. — Sim, não conhecia este café ainda. - Falei admirando o local. — Acertei então! Agora, vamos provar os cafés. - Disse ele sorrindo. — Sim, mas falta conversarmos sobre os Termos do nosso "Relacionamento Fajuto". — Você é bem estraga prazeres! - Disse Dante fazendo careta. — Ué, não foi por isso que viemos? — Foi, mas podemos aproveitar este maravilhoso espaço, com um café da manhã magnífico de sábado. Vai dizer que estou errado? Adoraria retrucar, dizer que ele não era encantador e que eu não corria o risco de me apaixonar, porém, eu sabia que nada disso era verdade. Tudo era maravilhoso, coisas que nunca havia passado antes e que estavam afetando minha mente e meu coração. Não são sentimentos ruins, pelo contrário, dava aquele quentinho no coração, uma sensação maravilhosa. Então só o que tinha a fazer era concordar. — Sim, você tem razão. - Eu disse conformada com a situação. — Mais animação Kyra. — To tentando. - Eu disse sorrindo amarelo. — Que horror, assim você está me assustando. - Disse Dante franzindo a testa e arregalando os olhos. Eu não poderia perder a oportunidade e fiz careta ficando vesga e sorrindo feito doida. Sério, ficou hilário, só não esperava que ele iria cair na gargalhada. O homem era lindo sorrindo! Acabei ficando com as bochechas rosadas. — Você é hilária! — Eu sei, sou boa no que faço. - Me senti orgulhosa da minha personalidade. — Nunca conheci alguém com a sua personalidade, você realmente é uma montanha-russa. — Eu sei e me orgulho disso. Mas, agora sem enrolação, bora para os termos. Você os trouxe ou vamos definir por agora? — Já os trouxe, só falta você assinar. — Ué, mas não iríamos definir juntos? - Falei sem gostar muito daquilo. — Sei que você não aprova a forma como o fiz, mas pode ter certeza que não será prejudicada em nada. Cuidei de tudo nos mínimos detalhes. — Ok, mas eu quero ler o contrato e ver se concordo. — Sem problemas, está nessa pasta. - Disse ele tirando da sua pasta um envelope, onde encontrava-se o documento do qual eu deveria assinar. — ok, vou lê-lo. - Peguei o envelope e retirei o documento onde continham as seguintes informações:Continha as nossas informações no cabeçalho e logo abaixo vinham as cláusulas. ***Contrato de Namoro*** Primeira cláusula: contratada terá que fazer o que o contratante solicitar durante as aparições públicas, no qual terá que demonstrar afeto, dar as mãos, abraços e até mesmo beijo. Segunda Cláusula: Fica expressamente proibído r************l. Terceira Cláusula: Ninguém poderá saber deste contrato, salvo as duas pessoas que estão presentes no mesmo (contratante e contratada). Quarta Cláusula: Duração do contrato será de no máximo 6 meses, podendo ser extendido pelo contratado caso o mesmo permaneça mais algum tempo na cidade. Quinta Cláusula: Caso a cláusula terceira seja descumprida, a contratada terá que pagar R$ 100 mil ao contratante e ainda será processada por calúnia e difamação pública. O mesmo se aplica ao contratante. Sexta Clausúla: Fica a critério do contratante pagar todos os custos em estabelecimentos, viagens, eventos, as mensalidades da faculdade e a ensinar as matérias das quais a contratada precisar de ajuda, além dos honorários (R$ 100,00 a hora). Sétima Cláusula: Caso o contratante faça quebra de contrato, o mesmo deverá pagar R$ 100 mil a contratada, além dos honorários, mensalidades da faculdade e taxas firmadas. Comecei a ler o bendito contrato, quando cheguei na segunda cláusula estava bebericando meu café e cheguei a engasgar. — Como é que é? - Eu falei incrédula. — Você está bem Kyra? - Disse Dante parecendo preocupado. — Sim, mas que cláusula é essa senhor? Eu não achei que passaria do abraço, quem dirá isso? — Calma docinho, isso é para te proteger, vai por mim. — Como assim? Tipo, você fez essa cláusula para me proteger ou para "te proteger"? — As duas coisas. Assim, não corremos o risco de nos apaixonar. — Ah sério? Então você acha que é pelo s**o que as pessoas se apaixonam? — E não é? Eu comecei a rir e depois eu que era a ingênua aqui. — Por que você está rindo? Não estou entendendo. — Você é mais ingênuo que eu! Não é possível que você acredita nisso, está tentando se enganar? Ah já sei! Enganação do cérebro para proteger o coração. — E se for? Tenho que tentar me blindar de alguma forma. — Oras, você gosta da Lola e não tem como se apaixonar por mim, pode ficar tranquilo. — Já gostei da Lola, hoje estou vacinado. — Sei, você ainda fica tocado por ela quando a vê. — Sim, mas tenho vontade de mandar ela para o inferno, porém tenho que ser integro. — Quando você tem mágoa ou amargura pela pessoa, é porque ainda possui sentimentos pela mesma. A partir do momento que você não se importar mais com ela, é quando a terá esquecido de vez. — Como sabe dessas coisas se você não tem namorado? — Isso não quer dizer que nunca me apaixonei. Ter namorado, não diz nada, mas decepção amorosa todos já passamos por isso. — Ok, mas você concorda com as cláusulas do contrato? Quer modificar algo? — Deixa eu terminar de ler. Voltei a ler o contrato e li o tempo do contrato. — Você ficará 6 meses aqui na cidade? — Sim, a princípio são de acordo com a minha agenda, terei várias palestras, algumas aulas que lecionarei na universidade da qual você estuda e mais alguns eventos nas cidades vizinhas. — Caramba! Vou ter que fingir durante esse tempo todo? — Sim, vai ter que ir nos eventos comigo, eventuais viagens e tudo que for relacionado a aparições públicas. — Mas, eu não tenho roupas, sapatos e coisas afins para ir nos eventos. — Termina de ler o contrato por favor. — Ok, ok. - Voltei a ler novamente o contrato. — R$ 100 mil! Você está ficando louco? Não vou assinar isso, m*l tenho dinheiro para me sustentar, como vou pagar isso? — Kyra, é só para segurança. Eu também terei de pagar, caso quebre alguma regra ou anule o contrato. Quanto as roupas e demais acessórios, eu arcarei com os custo. Tudo isso está nas cláusulas 5 e 6. — Realmente estou bem insegura em assinar este acordo. — Pense bem, vamos ambos nos beneficiar, você chegou a ler a última cláusula do contrato? — Ainda não. — Então leia. Acredito que será justo com você. Li a última cláusula do contrato e fiquei em choque. Dante me olhou surpreso com a minha reação. — O que foi Kyra, não gostou das condições? Por que essa cara de horror? — Nem tudo é dinheiro sabia? — Eu sei, mas quero te ajudar e encare como se fosse um extra além do seu trabalho de meio período. — Você tem pena de mim? — Claro que não, mas gosto de remunerar bem quem trabalha comigo. Políticas minhas, sempre fui assim com a minha equipe de trabalho. — Não faço parte da sua equipe. - Eu disse totalmente magoada com a situação. — Mas eu quero que você faça, por favor, não me faça implorar. — Não quero que implore, mas não tenho inteção de aceitar isso. — Pense bem, se você não assinar, não poderá se defender caso algo saia de controle. — Como assim? Me defender? — Sim, porque todos já sabem que estamos saindo. Não adianta agora você querer pular fora, olha pela janela do café. Olhei na direção da janela e vi vários reporteres batendo fotos nossas e quando viram que eu estava olhando, disfarçaram com seus celulares e maquinas digitais, fingindo serem turistas. Vendo aquilo, percebi que não tinha como escapar daquela situação da qual eu mesma me deixei levar e que Dante estava certo. — Eu te odeio, você sabe disso né? - Eu falei querendo bater nele. — Eu sei que é mentira, que no fundo me adora. - Sorrindo de forma charmosa. — Você deve estar louco, só pode! Vou assinar essa porcaria porque não tenho como fugir. Que d***a! - Resmunguei e assinei o contrato. Dante sorriu com ar de vitória, ambos ficamos com uma cópia assinada por ambas as partes. — Satisfeito? - Eu disse brava. — Claro que não, quero terminar meu café com bolo de morango que ainda não tive oportunidade de experimentar. O que você pediu? — Leite com café e bolo de leite em **. Eu também não experimentei o meu, tava tão focada no contrato que esqueci até desse manjar dos deuses. — Quero um pedaço do seu bolo, nunca experimentei bolo de leite em **. — Óbvio que vou comer sozinha, você não merece meu bolo. — Ahh mas agora você terá que me dar de acordo com as cláusulas do contrato. Na boca ainda por cima. — Você está brincando né? - Eu disse incrédula. — Óbvio que não! Bora, quero ver se o bolo é tão bom quanto falou.O que eu faço agora? Já assinei o contrato, não tem mais como voltar. Coloquei a mão na testa como forma de desaprovação e suspirei derrotada. — Tudo bem, mas vai ser do meu jeito! - Cortei um pedaço do bolo e fui no estilo "aviãozinho" para colocar na boca dele. Quando chegou na boca e ele foi morder o bolo, eu retirei rapidamente o garfo, deixando ele no vácuo. Ele ficou com cara de tacho e eu comecei a rir, ri tanto que chegou a lacrimejar os olhos. — Ha, ha, não teve graça. Será que dá para fazer certo? - Disse Dante, com sorriso amarelo. — Tudo bem. - Limpei minhas lágrimas e refiz o processo, só que desta vez, da forma correta. O povo que estava na janela foi a loucura, vi flash até no bolo. — Realmente o bolo é muito bom. Agora é a sua vez de provar o meu. — Por que Deus? Justo comigo? - Eu disse olhando para o céu fictício. — Anda, não é tão r**m assim. — Tudo bem. - Eu disse esperando o "aviãozinho". Realmente o sabor do bolo era maravilhoso. Não era tão doce, mas ao mesmo tempo, o morango não estava amarrando. Tudo ali era delicioso, inclusive os cafés. — Gostou? — Sim, tudo aqui é maravilhoso. — Vou te contar, fazia tempo que não me divertia assim com alguém. Você realmente é uma caixinha de surpresas. - Dante disse isso olhando para o relógio, já eram 11:30 da manhã. - O papo está bom, mas infelizmente tenho que pegar a estrada. Nesse evento você não precisa ir, fica tranquila que vou te deixar em casa. — Não precisa, eu pego um táxi, pode ir sem problemas. - Eu disse piscando para ele. — Você tem certeza? Na verdade eu me sentiria melhor se te deixasse em casa, em segurança. — Eu sei, mas vou dar uma caminhada pelo centro. — Ok, mas toma cuidado com os repórteres. Qualquer coisa diz que está muito feliz e que em breve, eles nos verão em um evento social, onde falaremos abertamente da nossa relação. — Beleza. Dante se levantou, foi até a minha cadeira e me deu um selinho. Fui pega de surpresa e ele notou a minha confusão, então sussurrou no meu ouvido: - Fica tranquila, é só um beijo de despedida do namorado. Temos de ser convincentes. - Dito isso, ele pegou suas coisas e saiu do café.
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