Malva — O que você está fazendo aqui? — perguntei, encarando aquela figura que não era exatamente uma assombração, pois tinha carne e osso. Seus olhos, ardentes e selvagens, não se desviaram, não piscaram, e não houve sinal de hesitação. Ele continuou em silêncio, me observando com uma intensidade que me deixava inquieta. Meu coração disparava em batidas descompassadas, tomada pelo susto. De fato, eu não me sentia "segura" naquela casa. Abaixei-me e deslizei o zíper das minhas botas, livrando-me delas. Olhei para minhas meias, adornadas com a estampa do peixinho palhaço mais adorável do mundo, um presente da minha mãe no último Natal. — Onde você esteve? — a voz dele ressoou grave, como um eco que eu nunca havia escutado antes. Paralisei, sentindo uma vibração densa percorrer meu cor

