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Lilia Narrando Eu nunca fui de me permitir essas coisas. A vida toda foi eu e minha filha. Trabalho, casa, trabalho, casa. Não tinha tempo pra mais nada. E agora que a Sabrina tava namorando, eu tava ficando mais sozinha. Muito sozinha. E foi aí que eu acabei mergulhando fundo nas investidas do Marcos. Marcos era dono do mercado e da padaria do morro. Mas ela anda igual um bicheiro, com ouro no pescoço, no braço, numa Hilux prata. Sempre foi um homem respeitado, trabalhador, sem envolvimento em nada de errado. E sempre jogou umas indiretas pra mim. No começo, eu achava graça. Dava risada, fingia que não era comigo. Mas ele foi insistindo. Toda vez que eu ia na padaria tomar café, ele aparecia. Sempre puxava assunto, perguntava do meu dia, elogiava minha roupa, meu cabelo.

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