Sabrina Narrando Eu tava sentada do lado dele, segurando a mão quente do Tiago, enquanto o médico analisava os exames. Meu coração ainda tava disparado. Os tiros tinham parado há um tempo, mas meu medo ainda tava preso no peito. Eu olhava pra ele ali, deitado na maca, sujo de sangue, sujo de pólvora, mas vivo. E isso era tudo que importava. O médico ajeitou os óculos e virou pra mim, tranquilo. — A bala não afetou nenhum órgão. Meu corpo relaxou um pouco, mas eu só consegui apertar mais a mão dele. — Dá pra retirar? — perguntei, a voz ainda meio trêmula. O médico assentiu. — Dá. O tiro pegou numa área mais superficial, então o procedimento é rápido. Olhei pro Tiago, que me observava com aquele sorrisinho de canto, o mesmo de sempre. — Tá vendo, mulher? — ele murmurou. — Falei

