Hoje era dia de baile. E dia de baile significava uma coisa: muito dinheiro girando na favela. Dirigi pelo morro com o som no talo, vendo a movimentação já começando. O fervo já tava rolando, as ruas cheias, os becos cheios, a favela respirando adrenalina. Essa era minha casa. Meu território. Parei na boca e desci do carro, já me sentindo no pique. — Boa noite, chefe! — Os moleques da contenção cumprimentaram, todos a postos. — Boa, c*****o! — bati a mão com eles, já andando direto pra banca. A banca da entrada do baile já tava montada, a outra já rodando no meio da festa. Tudo certo, do jeito que eu queria. Passei o olho rápido nos pacotes, nos rádios, nos fuzis que tavam sempre do lado dos meus homens. O lucro hoje ia ser pesado. Virei pro Berrete, que já tava no corre. — E aí,

