Allana narrando Fiquei ali, sozinha na cozinha, com a xícara morna entre as mãos e o coração disparado como se tivesse corrido uma maratona. Mas eu não corri. Eu fiquei parada. Olhando a porta por onde ele saiu. Tentando entender o que acabou de acontecer. Ele fez café. Ele. O Pesadelo. A mesma lenda viva que os moleques sussurram no morro como se fosse um monstro debaixo da cama. O mesmo que me olhou no primeiro dia com uma frieza que fez meu estômago revirar. Hoje… ele sorriu. Pra mim. Com os olhos. Sem defesa. E isso… assusta mais do que qualquer grito. A verdade é que ele me quebra. Devagar, mas constante. Cada gesto, cada palavra que não combina com a fama que carrega. Ele me confunde, porque eu cresci ouvindo que homens como ele não sentem. Não se importam. Mas ele se importa

