Passos ao ritmo do sonho 🌙

Ficha da Personagem Principal – Fanfic de Bailarina Nome completo: Maria Alice Marames Apelido ou nome artístico: Esmeralda Idade: 16 anos Data de nascimento: 15/12/2008 Signo: Capricórnio Cidade: Bahia Crystal, Brasil (Mesma cidade onde si passa a fanfic " O primeiro e último amor proibido 🥀🔥) ------------------------------------------------------- Capítulo 1 - Entre Sapatilhas e Cicatrizes O som da campainha tocou suavemente pelo quarto, como se pedisse permissão para entrar. Maria Alice, ou Esmeralda, como todos a chamavam no mundo da dança, abriu os olhos lentamente. A luz suave da madrugada se infiltrava pelas frestas da janela de madeira, iluminando seu quarto simples, mas com a sensação acolhedora de um lar. A cama, ainda desarrumada, estava um pouco apertada para a menina de 16 anos, mas não era a bagunça que a incomodava. Era o fato de que o relógio já marcava 5:00 da manhã, e a rotina parecia, mais uma vez, pronta para engolir a jovem antes mesmo que ela tivesse tempo de respirar. "Mari... acorde, filha. Está na hora de se preparar", a voz suave, mas firme de sua mãe, Maria das Dores, ecoou pela porta entreaberta. Maria Alice se espreguiçou, ainda sem entender direito o motivo de ser acordada tão cedo. Ela se sentou na cama, os cabelos cacheados caindo sobre os ombros, e tentou ajustar os pensamentos. O ar fresco da manhã adentrava o pequeno quarto, ainda marcado pelas sombras da noite. "Ainda está escuro, mãe... O que está acontecendo?", respondeu ela, a voz rouca de quem ainda estava dominada pelo sono. Maria das Dores entrou no quarto, com um sorriso enigmático no rosto, e sentou-se na beira da cama. Seu rosto, marcado pela idade e pelos sacrifícios que a vida lhe impôs, estava iluminado por uma expressão de carinho. Ela pegou as mãos de Maria Alice nas suas e as apertou suavemente. "Hoje é um dia especial, minha filha. Hoje, vamos dar o primeiro passo para o seu futuro. Prepare-se. Você tem uma surpresa de aniversário." Maria Alice piscou, confusa, tentando entender. Surpresa? De aniversário? Era dezembro, mas o aniversário dela, no dia 15, ainda estava a alguns dias de distância. Então, por que a mãe estava a acordando tão cedo para uma surpresa? "Mãe, meu aniversário é semana que vem... Não precisava disso." "Eu sei, mas é algo que você vai adorar, minha filha. Levante-se e se arrume. Vamos logo." Maria Alice não sabia o que pensar, mas viu nos olhos da mãe uma determinação que ela não via há tempos. Algo estava prestes a acontecer, e seu coração começou a bater mais rápido. Ela se levantou, com o corpo ainda pesado pelo sono, mas a curiosidade tomando conta. Olhou para o espelho sujo e arrumou o cabelo cacheado de qualquer jeito, com um lenço verde que ela costumava usar para as aulas de balé. "Não me faça esperar demais, Maria Alice", a mãe disse com um sorriso afetuoso, mas carregado de impaciência. "Agora, vá se arrumar direito. A surpresa não vai esperar." Maria Alice se levantou, tentando deixar as incertezas de lado. Ela sabia que sua mãe fazia de tudo para garantir que ela fosse feliz, mesmo que, no fundo, soubesse que a vida delas nunca seria fácil. O bairro de Maré Alta não era exatamente o melhor lugar para criar sonhos grandes. As ruas eram movimentadas, sujas e cheias de sons caóticos. Mas Maria das Dores sempre acreditou no potencial da filha. Ela sabia que Maria Alice tinha algo especial. Algo que poderia levá-la longe. O Instituto Cristalino de Dança era, sem dúvida, um dos maiores sonhos de Maria Alice, mas parecia ser algo tão distante de sua realidade. Ela sabia que seria impossível pagar as mensalidades, e o sonho de dançar em uma escola renomada parecia um conto de fadas distante demais. Ela dançava sempre com a esperança de que, um dia, as portas se abririam. Após o banho rápido, Maria Alice vestiu uma camiseta simples e calça preta de moletom, confortável para o dia que, agora, parecia se tornar um pouco mais misterioso a cada segundo. Ela sabia que sua mãe sempre cuidava dela de maneira especial, mas o fato de acordá-la tão cedo a deixou ainda mais intrigada. "Pronta?" perguntou Maria das Dores, com uma expressão ansiosa no rosto. Seus olhos brilhavam. "Pronta para o quê?", Maria Alice perguntou, ainda sem saber o que esperar. Maria das Dores sorriu e fez um gesto com a mão, como se indicasse que Maria Alice a seguisse. Quando elas saíram de casa, Maria Alice sentiu o vento frio da manhã acariciando seu rosto. As ruas de Maré Alta estavam desertas, mas a cidade, mesmo na calma matinal, tinha algo pulsante, como se ela estivesse cheia de segredos aguardando para serem revelados. Quando chegaram à porta de casa, Maria das Dores virou-se para a filha, com os olhos quase brilhando de emoção. "Hoje, minha filha, você vai fazer sua audição no Instituto Cristalino de Dança." Maria Alice parou, com os olhos arregalados, sem saber se havia entendido direito. O Instituto Cristalino de Dança? Ela havia sonhado com esse momento, mas nunca imaginou que poderia realmente acontecer. "Mãe, você... você está falando sério? Mas e a mensalidade, os custos? Não temos dinheiro para isso..." "Deixa comigo, minha filha. A oportunidade apareceu, e você merece muito mais do que o que temos. A vida vai mudar para nós. Você vai ver." Maria Alice, sem palavras, olhou para a mãe. Ela queria acreditar, queria ter esperança. Mas a realidade de sua vida era sempre mais dura do que os sonhos. E, mesmo assim, sua mãe acreditava. E isso era suficiente para fazer seu coração bater mais forte. trajeto até o Instituto Cristalino foi silencioso, mas cheio de pensamentos turbulentos na mente de Maria Alice. Ela olhava pela janela do carro, observando o contraste entre os bairros. O centro da cidade estava distante de Maré Alta, e ela nunca imaginara que um dia se veria ali, diante das portas de uma instituição tão prestigiosa. Ela e a mãe chegaram ao Instituto, um prédio imponente de vidros e aço, cercado por jardins bem cuidados. Maria Alice se sentia deslocada naquele lugar, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela se acendeu. Uma chama de esperança que ela pensou que estivesse apagada. “Vamos, filha. Entre. O seu futuro começa aqui.” A porta do prédio se abriu, e o ar fresco do ar-condicionado tomou conta do ambiente. Era um contraste tão grande com o calor e a bagunça de Maré Alta que Maria Alice quase se sentiu pequena, sem saber como se encaixar naquele novo mundo. A secretária do Instituto, uma mulher alta e esguia com óculos de aro dourado, sorriu para elas. “Bom dia, você deve ser Maria Alice Santos não é?” Maria Alice assentiu, ainda sem palavras. “Estamos aguardando você. O professor Carlos vai recebê-la para sua audição.” A palavra audição soou como música aos ouvidos de Maria Alice, e, pela primeira vez naquele dia, ela se sentiu viva. Quando a secretária a conduziu até a sala, Maria Alice sentiu o nervosismo tomá-la. As paredes de vidro refletiam sua imagem, e ela viu, pela primeira vez, uma bailarina diante de um espelho em um lugar que parecia fazer sentido. Ela era forte. Ela era capaz. No momento em que o professor Carlos entrou na sala, Maria Alice sentiu uma energia nova no ar. Ele era um homem de meia-idade, com cabelo grisalho bem aparado e um olhar que transmitia experiência e seriedade. Mas, ao ver Maria Alice, seus olhos brilharam. “Você é a Maria Alice? Diga-me, minha querida, o que espera de sua arte?” A pergunta a pegou de surpresa, mas ela não hesitou. A arte era tudo. “Eu espero que a dança me leve a um lugar onde eu possa ser vista, onde minha história tenha valor, onde meu corpo, meu movimento, minha alma possam contar algo que ninguém mais pode contar. Eu espero… poder ensinar às meninas de minha comunidade que é possível, sim, sair de onde viemos, com a força que a arte nos dá.” O professor a observou em silêncio por alguns segundos, então acenou com a cabeça. “Você tem algo, minha filha. Algo que não vejo todos os dias. Vamos ver o que você é capaz de mostrar.” E, assim, Maria Alice começou sua primeira audição no Instituto Cristalino de Dança, sem saber que aquele seria o começo de uma jornada que transformaria sua vida para sempre.