Prólogo
Cada vez que ouvia o distinto som dos meus gemidos traçados em meio a escuridão, lamuria, vergonha, destreza e raiva, despertava. Eu poderia gritar e implorar, mas jamais cederia esse gosto a 'ele'.
Olhos vendados, braços rendidos a um aperto voraz, gemidos embaraçosos. As lágrimas se apossava em meus olhos escorrendo em pura raiva. Raiva por saber que não poderia fazer nada além disso.
Dentre a escuridão traçada no interior do quarto qual estive poucas vezes em minha infância, o som pecaminoso de dois corpos enlaçados ao prazer carnal, se alastava pelo ar. Mas infelizmente, não de um jeito que eu aprecie... As mãos firmes de meu tio, prenderam meu puço contra o coxão enquanto suas costas arqueiva meio aos movimentos descuidados acima de meu m****o.
Ele se aproveitou de um momento de vulnerabilidade que eu permitir que existisse. minha cabeça está turva e meus pensamentos distantes. O corpo desenvolvido de meu tio somado as habilidades sanguinária como mafioso, ajudou que isso tudo pudesse virar uma prática tortuosa e maléfica, de vingança.
– Essa é sua vingança ?– indaguei quebradiço.
mesmo de olhos vendados, eu podia sentir seu mortífero olhar preso em meu rosto. Nesse instante, desejei voltar no tempo e manter a boca fechada.
– O que você acha ? acha mesmo que sua virgindade paga um olho ? – A voz dele ecoou fria, coberta de remorso. Eu deveria ter permanecido calado
Sentindo minhas força irem embora, meus braços cedem diante ao medo e irregularidade de minha respiração. Só posso agradecer por não conseguir vê-lo, ou jamais seria capaz de confrontar :
– Então essa suposta união, será baseada em vingança. Não é mesmo ?– engolindo o pavor por finalmente constatar, prenso os dedos em minha pele suficientemente agredida – Não passarei de um boneco sem vontades, pronto para ser dilacerado pelas perversões em sua mente.
Uma risada fria e doentia agrediu meus tímpanos antes que eu pudesse sentir os toques de Jackie, tecendo meu corpo. Desviei tentando evitar seus toques da maneira que pude. entretanto, eu estava fraco demais para resistir, principalmente em um estado de vulnerabilidade. Estou com medo...
– Minha doce irmã implorou que eu não o machucasse. Nem que eu descontasse arrancando um de seus olhos. –Droga, eu não gosto dessa sensação de quem está bastante ferrado. Ele inclinou seu corpo sob o meu agarrando meus lábios com os dentes. – O que não me impede de fazê-lo lamentar o dia em que tirou o meu !
Acha mesmo que não lamento? Eu lamento esse fatídico acontecimento a cada segundo do dia. Me culpo pelas intrigas, o afastamento de nossa familia... Sinto saudades daqueles sorrisos tímidos e genuínos, lançados em minha direção.
Quando tentei desviar meu rosto de suas envestidas perversas, ele agarrou meu queixo : –Vou começar devorando esses doces lábios avermelhados...– Não, eu tenho que...
– Como se sente aproveitando-se do próprio sobrinho ?– murmurei dentre um beijo ou outro. Ele não respondeu. Continuou me beijando. Deus, por favor, me tira daqui!
–Eu não tenho que gostar de ficar com um pirralho que m*l completou dezoito anos. Estou disposto a fazer de sua vida um inferno, não importa os meios. Só isso.
tô cansado demais para revidar...
Fecho os olhos, ignorando a realidade que me rodeia.