18- Visão de Misha

1216 Words
— Vamos, homem! Diga que sim. – falou Misha. — Ok, vocês me venceram. Eu vou ficar! – concordou Joshua. — Aí sim, até que enfim você concordou com algo que te trará coisas boas. - Eu falei. — Sabe, eu perdi minha família precocemente. Sim, de uma forma trágica porque todos eram da máfia e eu só sobrevivi porque não estava no mesmo avião. - Falou Joshua. — Nossa, eu não sabia do seu passado. Sinto muito amigo. - Falei dando minhas condolências. — Obrigada Misha. Quem os assassinou não veio atrás de mim porque sabia que eu era "diferente" e que não faria mau algum a eles. Eu sabia que havia rixa dos meus pais com os próprios irmãos na busca louca pelo poder, mas eu não gostava nada daquilo. — Então quer dizer que você nunca matou ninguém? - Perguntou Claire confusa. — Não, sempre adorei cozinhar, vinhos, decorações... Enfim, falavam que eu não tinha "futuro". Aí com a tragédia, meus tios me colocaram para fora da propriedade, eu não estava no testamento de meus pais e tive que lidar com a vida sozinho. — Agora entendi a razão de você ter me ajudado. Muito obrigada por isso. - Falei um tanto emocionado. — Sim, não fiquei confortável em vê-lo passar por tudo o que eu passei. - Disse Joshua bebendo um gole de seu café. — E com isso, acabou ganhando uma família. - Disse Claire sorrindo. — Eu poderei cozinhar? - Disse Joshua empolgado. — O que quiser fazer. Só que dividirá a cozinha com a minha mãe. O restante, se quiser até decorar a casa, te dou meu aval. - Disse Claire. — Fico bem feliz com tudo isso. Muito obrigada por me acolherem. - Disse Joshua agradecido. — Que bom que estamos resolvidos. Agora só temos de nos preocupar com os próximos passos da minha tia, pois sei que vem "bomba". — Sim, ela ainda não sabe o endereço daqui, mas não levará muito tempo para descobrir. Sei que ela mandou alguém me seguir. O despistei, mas não sei quanto tempo levará até eles chegarem aqui. - Falou Joshua desanimado. — Bom, podemos bolar um plano e coletar provas contra ela. - Falou Claire. — Sim, mas a primeira coisa é você quebrar o seu celular. Não se preocupe, eu compro outro. - Eu falei para confortá-lo. — Eu não tenho celular Misha. O que eu tinha, estragou há muito tempo e eu nunca consegui consertar. Todos da sala se entreolharam. "Que tristeza isso". - Eu pensei. Sinto meu celular vibrando e quando o pego, vejo o número da minha tia estampado na tela. — Olá víbora, digo tia. Ao que devo a hora de sua ligação? - Perguntei sarcástico. Todos na sala me olharam de forma assustada. — Olá inútil, digo sobrinho. Você viu o Joshua? - Perguntou ela do outro lado da linha, parecendo um anjo. — Ainda não o vi, mas pode deixar que se eu o ver, você será a primeira a saber. — Maldição! Aquele "desprovido de cérebro" ainda não deu as caras por aí? - Falou ela um tanto irritada. — Tia, que m*l lhe pergunte... Mas, por qual motivo o Joshua viria aqui me procurar? - Me fiz de sonso. — Você tem uma documentação pendente para assinar. — Sério? Que estranho... Geralmente a minha secretária me envia todos os documentos por e-mail no qual eu preciso assinar. — Esse não foi encaminhado. — É referente ao que? - Eu já sabia o que era. — Bom... Então.... É algo que o seu tio já deveria ter assinado há muito tempo. - Disse ela meio gaguejando. — E do que se trata? — Alguns papéis da contabilidade que precisam ser assinados. — É referente a juros, empréstimos ou impostos? — Vai a merda Misha! Só assina essa porcaria quando ele chegar aí! - Falou Joyce extremamente brava. — Já te adianto que não irei assinar nada. — Como ousa me desafiar? — Não ouso, eu só não quero ser tapeado por você. — Misha... Eu vou te mat... - Eu tirei o telefone da orelha e mesmo longe, ainda dava para ouvir seus berros. Desliguei a ligação. — Ela ficou irada. - Eu falei passando as mãos nos cabelos. — Obviamente que ficaria. Com isso, sei que o Erick está vindo. - Falou Joshua. — Quem é Erick? - Eu e Claire perguntamos ao mesmo tempo. — Digamos que é quem "limpa a bagunça" para Joyce. - Falou Joshua. — Temos alguma chance? - Perguntou Eduard tremendo nas bases. — Talvez... Mas ele não age sozinho. Sempre trás capangas para fazer a pessoa assinar. — Eu sabia! A vilã de tudo sempre foi a minha tia e meu tio caiu como patinho. - Eu falei empolgado com a descoberta. — Eu não entendo a sua empolgação descobrindo isso... - Falou Claire com o cenho franzido. — Ah... Então... Pelo menos consegui colocar 1 atrás das grades. Agora só falta o outro. - Falei esperançoso. — Fato é... Temos que sobreviver ao que virá. Sei que ela mandará os capangas para cá e quer tudo resolvido até o final de semana. - Falou Joshua com a mão no queixo. — Então temos 3 dias para isso. - Falou Claire. — Acredito que menos. - Eu falei tentando pensar no que fazer. — Devemos bolar um plano para pegá-los de surpresa. - Falou Eduard. Todos na sala olharam para ele. — Que foi? Falei algo errado? - Disse ele com os olhos arregalados. — Eduard, você pode ir embora para não arriscarmos a sua vida. Isso é perigoso. - Eu falei preocupado com a segurança dele e também querendo me livrar (se é que me entende). — De jeito nenhum! Vocês são MEUS AMIGOS e quero ajudar da melhor forma possível. - Disse ele discordando de mim com os braços cruzados. — Eduard, já tentaram matar o Misha várias vezes. Você já levou um tiro? - Perguntou Claire, tentando fazê-lo mudar de ideia. — Já, uma vez e foi bem dolorido. - Falou ele tocando no traseiro. Eu e Claire seguramos o riso. — Exato, dói. Isso se você ficar vivo. - Eu falei seriamente, mas querendo rir. — Tudo bem, eu aguento. - Disse Eduard balançando a mão negativamente. — Não vamos conseguir fazer você mudar de ideia né? - Eu perguntei com o cenho franzido. — De maneira alguma. - Disse Eduard fazendo biquinho de forma bem decidida. — Pois bem, que não reclame depois. Se reclamar, eu mesmo vou chutar o seu traseiro, ouviu bem? — Totalmente. - Concordou Eduard. — Certo, primeiramente temos que tirar os seus pais daqui, pelo menos por uns 5 ou 6 dias. Algum lugar que eles sonham conhecer? - Eu perguntei a Claire. — Sim, podemos mandá-los para Paris, assim eles comemoram o aniversário de casamento. - Disse Claire. — Perfeito, vou providenciar as passagens para que eles embarquem amanhã cedinho. Outro ponto, é dar folga para os seus colaboradores daqui da fazenda. Não quero arriscar a vida de ninguém. — Certo Misha, vou providenciar isso assim que terminarmos a reunião. - Disse Claire aceitando as minhas "sugestões", digo plano. — Agora só resta saber o que faremos quando os capangas chegarem. - Falou Joshua.
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