Capítulo 3

1729 Words
O almoço foi bem agradável apesar dos comentários do senhor Silver. Nathan por alguma razão não me deixou sozinha um minuto, talvez aquilo tenha sido uma estratégia para impressionar os senhores ali presentes. Me entrosei com as duas senhoras apesar da nossa diferença de idade, os assuntos que conversamos nos entre teu. Aproveitei antes de voltarmos ao hotel, para ir ao toalete, sendo acompanhada por Victoria e Susan. Elas estavam animadas conversando sobre um jantar que haveria amanhã á noite. - Amélia você e Nathan precisam ir – Victoria disse animada. - Isso mesmo, será uma noite maravilhosa – Susan completou. - Será um prazer. Mas acho que vou precisar de um vestido – comentei, ao me lembrar que tudo o que trouxe foram roupas normais para jantares e compromissos menos glamorosos. - Resolveremos isso, podemos leva-la para encontrar um – E amanhã poderemos ir ao salão – Susan disse. Seus olhos brilharam de excitação. Concordei me animando. Quando voltamos, os nossos maridos estavam nos esperando prontos para irmos embora. - Robert meu querido, não vou voltar com você – disse fazendo o marido olhá-la confuso e curioso – Susan e eu iremos às compras com Amélia, ela precisa de um vestido para o evento de amanhã – explicou. Olhei para Nathan que pareceu curioso. - Claro – ele assentiu – Nathan pelo visto você acabou de perder sua esposa – acrescentou. - Desde que me devolva ela no fim do dia e que cuidem bem dela, tudo bem – ele sorriu. Meu coração se quebrou um pouco mais. Ele estava fingindo, fingindo que se importava. Odiei aquilo. - Pode deixar, devolveremos Amélia inteira á você – Susan disse num tom divertido. Nathan se aproximou sorrindo, me puxando gentilmente pelo cotovelo nos afastando um pouco dos outros. - Espero que essas compras não me saiam caras demais – murmurou baixo me olhando fixamente, afastando gentilmente alguns fios de cabelo do meu ombro. - Não vou usar o seu dinheiro Nathan – disse confrontando-o. - Você sabe do que estou falando Amélia – insistiu arqueando uma sobrancelha. - Quanto a isso não se preocupe – rebati – Agora se afaste de mim – pedi firme. Nathan me observou por alguns segundos e então se afastou. Quando voltei minha atenção para os outros, percebi o olhar afiado e atento de John, por um momento fiquei receosa e apreensiva. Mas decidi não me preocupar com ele, aquele homem era um problema de Nathan. Ao contrário do que pensei, uma tarde de compras com aquelas duas mulheres foi bem divertida. Victoria e Susan tinham um bom gosto incrível, o vestido que elas tinham me ajudado a escolher era simplesmente maravilhoso. Apesar da tarde maravilhosa, eu estava um pouco cansada, mas também com muita vontade de ir até a piscina aquecida do hotel e depois iria ao restaurante jantar e de preferencia sozinha. Nathan estava no quarto ao telefone, deixei minhas coisas em cima da cama e peguei um maiô e fui para o banheiro me trocar, tomei um banho rápido e vesti por cima um vestido leve. Quando sai do banheiro encontrei Nathan parado diante da janela de braços cruzados. - Como foram as compras? – perguntou, ainda de costas para mim. - Interessante – respondi simplesmente, pegando o celular na bolsa. - Só isso? – insistiu. - O que mais você queria? – rebati desviando minha atenção para o moreno que agora me olhava sério, ele estava com a camisa branca com alguns botões abertos deixando á mostra um pouco da pele bronzeada. - Sobre o que vocês conversaram? – quis saber. Aquilo me irritou, aquele tom me irritou. Endireitei o corpo e o confrontei. - Não é da sua conta, não pense que só por que é meu marido, vou contar o que faço ou que converso com as pessoas com quem saio – soltei as palavras com raiva. Nathan me encarou firme, os olhos me fulminando. Mas eu não recuei, estava cansada de ser tratada daquela forma. Decidida caminhei até a porta a passos duros, mas ele me parou antes mesmo que eu conseguisse alcançar a porta me puxando pelo braço me fazendo bater em seu corpo com força. - Não tente brincar comigo Amélia, você não vai gostar de me ver irritado – rosnou. - E você não me trate como seu eu fosse sua escrava, como se eu fosse criança. Não tenho medo de você – confrontei – Tire suas mãos de mim – mandei firme devolvendo seu olhar raivoso. Sem esperar que ele o fizesse puxei meu braço com força e sai do quarto. Estava tremendo quando entrei no elevador, me encostei no canto respirando fundo para conseguir me acalmar. Senti meus olhos arderem, mas eu engoli o choro não iria chorar, Nathan não merecia minhas lágrimas. Estava cansada daquela situação, cansada de viver daquele jeito de ser tratada daquela maneira. Deixei meu celular e o vestido em cima da espreguiçadeira e entrei na piscina, a temperatura da agua estava agradável, mergulhei algumas vezes antes de sair, meu celular começou a vibrar assim que me sentei na cadeira. O sorriso de Richard apareceu na tela. - Já está sentindo a minha falta? – brinquei ao atender. - Você não imagina o quanto Amy – ele suspirou me fazendo franzir o cenho, o tom de voz dele não me agradou. - O que houve? – perguntei preocupada. - Não sei como, mas alguém flagrou Julianne e Arthur, e vazou uma foto dos dois, as coisas saíram do controle – disse. - O que? E como ela está? – quis saber. - Arrasada. Estão falando coisas horríveis dela. Os fãs do Arthur estão atacando Julianne de todas as formas possíveis – continuou. - Coitadinha, vou ligar para ela para dar o meu apoio. Cuide dela Rich – pedi. Julianne era uma boa pessoa, eu gostava dela. - Não precisa nem pedir Amy – murmurou. Eu sabia que não precisava, Richard adorava Julianne, eram muito amigos, uma amizade muito bonita por sinal – E como está indo as coisas por ai? – quis saber, depois de um longo suspiro. - Esta tudo na mesma, mas estou me divertindo – contei. - Meu Deus, o que esse homem tem na cabeça? – Richard murmurou. Eu me perguntava o tempo todo o que eu tinha na cabeça de continuar com aquilo. Fiquei com Richard por mais alguns minutos ao telefone e então voltei para o quarto, tomei um banho relaxante de banheira e desci para o restaurante do hotel para jantar. Pedi uma salada de frango e uma taça de vinho tinto para acompanhar. Tinha gostado muito do ambiente, era gostoso e aconchegante, avistei o rapaz de mais cedo acompanhado de uma loira de vestido vermelho solto que só poderia ser a noiva, eles combinavam só de olhar de longe, tive certeza que seriam felizes. O cheiro maravilhoso da salada de frango me deixou com água na boca, estava uma delicia. Beberiquei um pouco do vinho distraída que nem ao menos percebi quando alguém se aproximou da minha mesa. - Olá senhora Woods, que prazer revê-la – disse John parado me olhando firme, as mãos nos bolsos da calça social. O moreno usava um terno cinza bem cortado e que parecia ser bem caro. - Senhor Silver, como vai? – cumprimentei o moreno. - Muito bem – sorriu – Jantando sozinha? Onde está Nathan? – perguntou curioso. - Sim, meu marido está trabalhando – respondi, mentindo. Não fazia ideia de onde Nathan poderia estar, mas sei que não estava sozinho. - Trabalho em primeiro lugar não é? – indagou sorrindo. Assenti – Já que está aqui sozinha, se importaria se eu me juntasse a você? – quis saber. Eu poderia ter dito não, poderia ter dito simplesmente não. Mas não foi o que eu fiz, indiquei a cadeira vazia a minha frente e ele rapidamente se sentou chamando o garçom que rapidamente se aproximou anotando o pedido do moreno e se afastou. - E então senhor Silver, onde está a sua esposa? – puxei assunto já que ele tinha ficado calado apenas me observando. - Primeiro, pode me chamar de John, por favor – pediu – Segundo, eu não tenho esposa ainda não tive a sorte de encontrar a mulher certa – completou. O jeito como aqueles olhos castanhos brilhavam em minha direção, o modo como ele me analisava me incomodou muito – Você e Nathan estão casados a quanto tempo? – continuou. - Três anos – contei. - Tão pouco tempo? – franziu as sobrancelhas. - É – concordei – Mas e você? Há quanto tempo tem negócios com meu marido? – perguntei, tomando mais um pouco do vinho. - Na verdade, conheço Nathan há alguns anos, estudamos na mesma faculdade e nossos pais são amigos. Mas negócios tem pouco tempo – explicou. - Claro – assenti. - Passei algum tempo e fiquei surpreso em saber que Nathan tinha se casado – contou. - Imagino que sim – forcei um sorriso. O silencio reinou entre nós assim que o prato dele foi servido, mas nem por isso deixei de ficar receosa com aquele homem por perto. Não sei ao certo, mas alguma coisa dentro me dizia para não ficar perto dele e muito menos abaixar a guarda, nunca havia sentido algo assim antes. - Então Amélia, você não costuma acompanhar muito Nathan nessas viagens de trabalho? – quis saber, depois de algum tempo em silencio. - Na verdade não. Não tenho muito tempo para acompanha-lo nessas viagens, eu trabalho com organizações de casamentos e nossas agendas não batem – contei. - Entendo – balançou a cabeça devagar me olhando por cima da sua taça de vinho, os olhos castanhos fixos em mim. Me ajeitei na cadeira - Espero que tenha um espaço na sua agenda para ir a festa de inauguração da minha nova joalheria na próxima sexta – comentou. - Não sei se poderei ir, mas meu marido com certeza irá prestigiá-lo – murmurei. - Ah, mas eu insisto Amélia. Adoraria ter a sua presença – insistiu. - Senhor Silver... – tentei me esquivar. - Eu faço questão Amélia. - Faz questão do que? – a voz séria de Nathan fez um arrepiou tomar meu corpo me arrepiando por completo, levantei os olhos para o meu marido que olhava com curiosidade de mim para John – Estou atrapalhando alguma coisa?
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