O sol ainda nem tinha subido direito quando senti o colchão se mexendo. O calor do corpo dele deixou o lençol com um espaço vazio e frio. Abri os olhos apenas o suficiente para acompanhar o movimento. Kauan se levantou devagar, como sempre fazia quando precisava sair cedo, mas dessa vez não foi direto até a porta. Ficou parado na beira da cama, com os cotovelos apoiados nos joelhos, como se carregasse uma decisão difícil. A respiração dele estava pesada, e quando falou, foi num tom baixo, mas firme. — Ju. — Que foi? — Me virei um pouco, ainda sonolenta, mas desperta o suficiente para notar a seriedade no olhar dele. O coração acelerou de imediato. Ele se agachou ao meu lado, uma das mãos firme na beirada do colchão. O rosto dele estava a poucos centímetros do meu, a sombra das primeira

