( Um hotel de luxo discreto em Paris. Noite.)
Paris. A Cidade das Luzes servia como um refúgio irónico para os segredos sombrios da Máfia. Deixei Marco em Milão, encarregado de enviar relatórios secretos para Alessandro, para fingir que eu ainda estava no controle da Sicília.
Eu e Serafiny estávamos com documentos falsos, num hotel simples e chique. O rastreador da Alice estava ligado, mostrando uma área de dois quilômetros a leste do Rio Sena. Minha desconfiança em Serafiny era um peso frio e constante; os documentos de Milão tinham confirmado que havia um traidor no nosso círculo mais próximo.
“O rastreador aponta para o lado leste do rio. Preciso saber: quem do nosso grupo controla essa área? Quem tem a capacidade de esconder um bem tão importante aqui por três anos?” perguntei, com a voz calma, mas dura, enquanto checava minha Beretta.
Serafiny se inclinou sobre o mapa digital.
“O Chefe da Camorra aqui é Lucien Dubois. Ele não é da nossa família, mas obedece à posição Corleone. Ele usava esta área para guardar arte roubada e para esconder pessoas. Mas ele só moveria Alice seguindo ordens de muito alto escalão, deixadas pelo seu pai para proteger a herdeira se ele morresse.”
“Meu pai confiava no plano, não em pessoas,” eu disse.
“Exatamente. Ele confiava que ele seria o último a saber. O assassino, sabendo do plano, moveu Alice antes da hora. O rastreador é uma armadilha, mas não para você. É uma armadilha para nos expor.”
Serafiny hesitou. “Seu pai me deu um código que eu podia usar com Dubois em caso de emergência. ‘A Vingança dos Pais’ ele sabia que eu teria que trabalhar com você. Eu sou a Sombra; eu controlo a informação para a sobrevivência.”
Aceitei a explicação por parecer possível. “O lugar. Qual é o plano de entrada?”
Serafiny me entregou um mapa codificado. “O rastreador nos leva para o cofre que Dubois usa para a arte. É uma fortaleza, com sensores de pressão e calor. O plano é silêncio total. Eu desligo o sistema por trinta segundos. Entramos, pegamos a pista, saímos. Dubois não pode sobreviver; ele é um risco de segurança. Ele é o elo mais fraco.”
A Falsa Pista no Cofre
Nossa invasão foi nosso primeiro teste de verdade. Serafiny desativou os sensores e eu acabei com os guardas com uma precisão brutal. Éramos eficientes, um Punho (eu) e uma Sombra (ela).
Chegamos ao cofre. O rastreador piscava. Alice estava aqui.
A porta abriu. Lá dentro, não estava Alice. Apenas um pequeno urso de pelúcia , o urso da Alice, e um cartão preso na patinha.
A fúria me congelou, mais intensa do que a traição de Moretti ou Gianni. Virei minha Beretta para Serafiny.
“Você sabia que ela não estava aqui! Foi uma armadilha para me fazer m***r Dubois e sumir com uma ponta solta!” acusei, minha voz era uma navalha fria.
Serafiny continuou calma. “O assassino está seguindo nosso plano e movendo Alice antes de chegarmos. Fomos enganadas. O rastreador é real, mas eles estão usando ele para nos guiar a lugares vazios e gastar nosso tempo.
Leia o cartão.”
Minhas mãos tremiam enquanto eu pegava o cartão. A letra era elegante, a mensagem c***l.
“A Executora não é uma Mãe. Vá para o leste. O Sedutor está esperando. Ele tem a sua filha.”
Sebastian. Meu marido, o homem que pensei estar refém, estava movendo Alice. Ele não era a vítima; ele era o próximo nível do jogo.
Meu coração quebrou, e a Executora assumiu o controle.
“Ele não está com a minha filha. Ele está sendo forçado. Ele é uma isca,” murmurei, mas era uma mentira que eu contava para mim mesma.
“Não importa. O rastreador nos leva a Budapeste. E se ele a tiver, ele é o próximo alvo,” Serafiny disse, sem dó.
Olhei para Dubois, que estava acordando no seu escritório, confuso. Eu não o matei. Minha prioridade era Sebastian e a verdade.
“Dubois, eu sou Íris Corleone. Diga-me quem te deu ordens para mover o ‘bem’ ou eu vou esmagar sua Camorra até virar **. Quem está seguindo meu plano?”
Dubois, aterrorizado, apenas apontou para a parede, onde havia um quadro com uma única letra sob a poeira: “S.”
“A Sombra,” eu sussurrei. Serafiny. Meu olhar fixou nela, agora não apenas com suspeita, mas com a certeza gelada de que a traição estava me acompanhando.
“Vamos para Budapeste. Mas se você estiver mentindo sobre meu marido, Serafiny, eu vou te m***r primeiro"
" Vamos,”
ordenei, aceitando meu destino como o Punho da vingança.