O som da moto roncando atrás de mim me fez sorrir de canto. Mais uma vez fui levada até ele, sem ao menos procurá-lo. Parecia coisa do além... e confesso, isso me atraía muito. Virei-me, colocando a mão na cintura e sorrindo de forma provocante. Ele estava ali, com aquele sorriso malandro nos lábios, travesso como sempre. Juro que tento entendê-lo, mas já desisti há muito tempo. Um mistério sem fim para mim... O mesmo vizinho enigmático de sempre. Nunca sei como decifrá-lo. Louco. Era o que ele era. Mas quem disse que eu era sã? Caminhei até ele, que sorriu. — Bora, velhote! — desafiei. Ele gargalhou, me entregando um capacete extra. Sempre preparado. — É bom te ver bem... — disse, ajeitando meus cabelos laterais para trás. Seu olhar encontrou o meu, intenso. — Eu gosto de me senti

