Solto um suspiro, me aproximando dela, porque, apesar de tudo, não vou largar minha amiga nessa. Ela precisa de mim, mesmo que seja pra ouvir umas verdades que não quer escutar.
Any: Agora vamos lá pra resenha. Você vai conhecer outras pessoas e, quem sabe, até arruma um bofinho decente. – Falo, me levantando da cama com um sorriso provocador, mas ela só balança a cabeça rindo e negando.
Manu: Ah, Any, cê não tem jeito mesmo. – Ela sorri, mas o olhar ainda tá meio triste.
Any: É sério, amiga. Essa novela tua com o Terror só tem final feliz se for na tua cabeça. Então bora aproveitar a vida e esquecer um pouco disso tudo. – Seguro as mãos dela e puxo, tentando a animar. – Vai, coloca uma roupa bonita, ajeita esse cabelo, porque a gente vai causar hoje. Esquece esse homem!
Manu: Impossível. – Ela fala rindo, com as bochechas vermelhas, parecendo um pimentão, enquanto exibe aquele sorriso malicioso e a cara de safada. Volta pro espelho, fingindo que tá se ajeitando, mas dá pra ver que tá se divertindo.
Reviro os olhos e coloco a mão na boca, fingindo espanto.
Any: Você é uma safada mesmo! – Falo rindo alto, enquanto ela se vira com aquele sorriso travesso, fingindo inocência.
Manu: Para, Any, cê que é! – Ela tenta segurar a risada, mas já tá rindo de novo, com as bochechas ainda mais vermelhas.
Sem pensar, pego uma almofada da cama e arremesso nela, acertando de leve o ombro.
Any: Vamos lá, Manuelaaaa! – grito, me jogando de costas na cama e batendo os pés como uma criança mimada. – Vou ficar sozinha naquela merda! O Renan só fala de droga, arma, invasão e essas porras todas... não dá pra mim, não. – Exagero de propósito, só pra ver ela gargalhar.
Manu: Você é muito dramática! – Ela fala entre risos, se voltando pro espelho pra tentar disfarçar o quanto tava se divertindo.
Eu me sento na cama, cruzando as pernas e fazendo aquela cara de súplica.
Any: Bora, vai! Vai ser bom pra gente. Prometo que nem vou te empurrar pro primeiro bandido que aparecer. – Dou uma piscadinha, arrancando mais uma risada dela.
Manu: Não dá, Any. Tenho cliente às cinco. – Ela fala, pegando a escova e finalizando o cabelo no espelho.
Any: Ah, cancela! Fala que tá com dor de barriga. – Respondo, me jogando de lado na cama, olhando pra ela com cara de quem não aceita desculpa.
Manu: Eu não vou fazer isso, mulher. Amanhã tem baile e eu preciso de dinheiro. – Ela me encara pelo espelho, com aquele olhar de “sou responsável, aceita que dói menos”.
Any: Vou ficar sozinha naquela merda! Renan só fala de morro, droga e essas coisas... – Reclamo, jogando a cabeça pra trás e soltando um suspiro dramático. – Sério, Manu, cê tem que ir comigo, senão vou surtar.
Manu: Ué, mas você escolheu, agora aguenta. – Ela fala, indo até o guarda roupa escolher uma peça pra vestir.
Any: Ah, Manu, pelo amor de Deus, vai se divertir um pouco! Dinheiro você faz outro dia. – Reclamo, fazendo um drama exagerado, mas ela só ri, balançando a cabeça.
Manu: Desiste, Any, eu não vou. – Ela fala, sem nem me olhar, enquanto termina de se vestir.
Any: Ah, vai se fuder! – Resmungo, me jogando na cama antes de me levantar, espreguiçando com aquele exagero teatral. – Você é traíra. Se fosse a Larissa te chamando, você ia correndo.
Manu: E eu também vivo te chamando pra sair, mas você nunca vai. – Ela vira pra mim, levantando uma sobrancelha com aquele ar de “toma essa”.
Any: Porque eu trabalho, né, querida! e geralmente tô morta. – Respondo de cara fechada, colocando as mãos na cintura. – Só que hoje eu tô aqui, disposta, e você que tá dando pra trás. Quem é a traíra agora? – Provoco, mas ela só revira os olhos e solta uma risadinha, sem dar o braço a torcer.
Manu: Mas pra sair com o Renan, né? – Ela rebate, passando creme nas pernas, com aquele tom que mistura provocação e acusação.
Any: Tá descontando, né? Sua mula... Beleza. – Dou uma risada, apontando pra ela enquanto caminho até a porta. – Só te aviso, a barriga não dói só uma vez, viu, p*****a? – Falo rindo, já saindo do quarto, e ela não deixa barato, me mostrando a língua enquanto ri.
Manu: Some, Any! – Grita atrás de mim, mas a risada dela entrega que tá achando graça.
Dou uma última olhada pra trás e balanço a cabeça, ainda rindo.