Terror narrando:
Saio do restaurante, a cabeça a mil, com aquela sensação estranha na mente. Essa mina tem um jeito que parece me fazer sair do controle, e isso me incomoda. Passo a mão no rosto, tentando afastar o pensamento, mas é f**a. Só de lembrar o jeito que eu fico perto dela, fico puto comigo mesmo.
Se continuar nessa vibe, vou acabar fazendo merda. Ela tem esse poder estranho de me virar do avesso, me fazer questionar até as coisas que nunca cogitei.
Mas não pode ser assim. Eu não posso deixar ninguém ter essa p***a de poder sobre mim.
Por isso, depois que voltei da fazenda, tomei a decisão de me afastar dela, apagar essa p***a de sentimento da minha mente. Só que, fala sério, como que esquece uma desgraça dessas? Parece que a vida faz questão de esfregar a presença dela na minha cara. Antes, era discreta, andava só com a irmã do RD, na dela, sossegada. Agora? Agora tá pra cima e pra baixo com a Larissa e aquela p*****a da mulher do L7, esbanjando pra geral, indo pra baile, pagode, chamando atenção de qualquer cuzão que olha.
Ontem foi o ápice. Um vacilão meteu a mão nela, no meio de todo mundo. Tá maluco, caraí! O sangue subiu na hora. Se o RD e o Renan não me tirassem de lá, tinha despachado o infeliz direto pro inferno, na frente de geral. Minha mão já tava coçando pra puxar o ferro. Se fuder, mané! Fica difícil manter a cabeça no lugar quando se trata dela.
Sento na moto, o guidão firme na mão, mas minha mente ainda lá, naquele sorriso.
Terror: Vai ficar se enrolando ou vai subir logo? — pergunto, mas o tom sai mais grosso do que eu queria. A verdade é que ver ela tão perto me desconcerta.
Ela me encara, revira os olhos daquele jeito dela que já tô acostumado e sobe na moto, sem nem pegar na minha mão. Toda marrenta.
Terror: Onde fica essa p***a? — solto.
Manu: Pode me deixar na esquina, perto de onde arruma motos.
Terror: Parar em esquina? Tá de marola, p***a? Fala logo onde é, não sou de deixar ninguém largado em canto nenhum. — viro pra encarar ela.
Ela solta uma risada que me pega desprevenido. Cara, até isso nela mexe comigo.
Manu: Eu não sei exatamente onde é. Vou ter que perguntar pros vizinhos. — responde
O silêncio toma conta por uns segundos, e eu só observo. De perto assim, é impossível não reparar nos detalhes dela. O jeito que ajeita o cabelo, a forma como os lábios dela se movem... tá maluco. Minha mente já tá indo pra um lugar que não devia.
Desvio o olhar pra boca dela, e já era, mano, tô fudido mesmo. Meu coração acelera na ideia, e, p***a, minha intenção é clara: beijar essa boca de uma vez. É agora ou nunca, e que se dane o resto.
Mas, como a desgraça nunca anda sozinha, o filho da p**a do RD grita lá de longe, estragando todo o clima.
RD: Até agora aí, caraí? Vai perder a cliente. — Ele grita saindo do restaurante, rindo alto, e a gente desvia o olhar em direção a ele ao mesmo tempo.
Seguro a vontade de xingar alto, respirando fundo, mas já sinto o ódio subindo. Mostro o dedo do meio pra ele. Desvio o olhar dela e passo a mão na nuca, tentando disfarçar o quanto fiquei bolado. Ela sorri de canto, como se estivesse adorando a situação, e eu só penso em como vou matar aquele desgraçado depois.
Mas na real tô é grato por ele ter quebrado o clima. Porque, se tivesse continuado mais uns segundos, eu ia fazer essa p***a outra vez.
Terror: Segura firme. — solto acelerando a moto
Acelero mais um pouco, só pra ver até onde ela vai reclamar. Ela se agarra mais firme na minha cintura, e dá uns tapas nas minhas costas que só me fazem rir mais.
Manu: Para de correr, Terror! — grita no meu ouvido, a voz misturada com o barulho do vento e da moto. O cheiro dela bate, aquele doce que parece grudar na mente, e me desconcentra por um segundo.
Terror: Tô andando normal, p***a! — grito de volta, provocando, porque ver ela irritada me diverte. Deixo uma mão guiando a moto e a outra escorrego pra coxa dela, apertando de leve, só pra ver a reação.
Ela dá um tapa na minha mão, tirando ela dali, e eu não consigo segurar o riso.
Manu: Ridículo! — fala apertando ainda mais a minha cintura, e sinto a quentura do corpo dela encostado no meu.
Terror: Tá sendo m*l agradecida pô. — respondo, soltando mais uma risada, acelerando só um pouco mais, enquanto sinto ela me xingar baixinho.
Entro no beco devagar, atento a cada canto, enquanto piloto a moto. Essa p***a tá com um clima estranho, mané, como se alguma merda estivesse prestes a acontecer. Paro a moto de frente pra terceira casa, que ela aponta com o dedo, e só então me ligo que essa é a rua da mina do RD. p**a que pariu, meu irmão. O rádio tá mudo, mas a tensão é real. Manu já tá no celular, ligando pra mina, e pela voz que ouço de longe, é ela mesma. Desgraça. Tiro meu celular do bolso, pronto pra passar a visão pro RD.
Manu: É aquela casa ali. — Ela aponta de novo, como se eu não tivesse entendido da primeira vez.
Terror: Vou te levar lá. — falo, ligando a moto.
Manu: Não precisa, já tô vendo ela ali. Pode me deixar aqui.
Terror: Por que não quer que eu vá lá? Tem homem nesse c*****o? — olho de canto pra ela, estudando cada movimento enquanto ela revira os olhos, impaciente.
Manu: Tem, Terror. Tá lotado de homem lá. Meu Deus! Eu atendo em domicílio, faço unha na casa das minhas clientes. A menina em questão tá grávida e você acha mesmo que vim aqui atrás de homem? — Ela solta, com a voz afiada enquanto me encara.
Terror: Sei lá, então por que não quer que eu vá? Só pode tá escondendo alguma parada aí. — Respondo, sem desviar o olhar da movimentação ao redor, já bolado
Manu: Ah, por favor, né, Terror. Eu não quero que você vá porque não precisa. Simples assim. Para de inventar coisa. — Ela solta, mexendo na bolsa como se quisesse encerrar o assunto.
Terror: Não precisa. Tá de marola, c*****o? Se não tem nada a esconder, qual o problema?
Manu: O problema é que eu tô trabalhando, só isso. Eu nem sei por que você tá fazendo essa cena toda. E outra, se tivesse homem lá, o que você teria com isso? — Ela me encara, como se tivesse jogado uma carta na mesa.
Solto uma risada curta, olhando pro outro lado da rua, dando tempo pra ela se enrolar nas próprias palavras. Ela desce da moto e eu desligo o motor, sentindo o peso da tensão no ar.
Terror: Se tiver homem lá dentro, eu meto bala em você e em quem mais tiver lá. — falo frio, sem desviar o olhar.
Ela ri, mas tá p**a. Dá pra perceber pelo jeito que mexe no cabelo, a cor do rosto e a forma como segura a alça da bolsa. É sempre assim quando ela tenta disfarçar o nervosismo.
Manu: Você anda pra cima e pra baixo com aquele pincher a tiracolo, pode, né? Mas eu não posso nem conversar com homem? — Solta, jogando veneno enquanto vira o rosto e acena pra Agatha esperar.
Meu olhar acompanha o dela até a Agatha, mas volto pra Manu com um sorriso carregado de sarcasmo.
Terror: Não tenho nada com ninguém, fia. Sou solteiro, posso andar com quem quiser. — falo, rindo do apelido que ela deu pra Stefany.
Manu: Eu também, direitos iguais, bebê. — Ela dá de ombros, toda afrontosa, dá um passo pra trás, revirando os olhos enquanto mexe na alça da bolsa, irritada.
Terror: Direitos iguais o c*****o! Nãopaga de maluca não. Já tô avisando: se eu te ver dando ideia pra algum comédia, vou cobrar dos dois.
Manu: Você é maluco! — fala, se virando e andando em direção à casa, balançando a cabeça, provavelmente me xingando em pensamento.
Terror: Sou mermo. Não paga de maluca e abraça o papo que tô te dando — grito de volta enquanto ligo a moto de novo, o som do motor abafando qualquer resposta dela.
Acelero de leve, mas meu olhar segue ela indo em direção à casa. Maldita mulher que consegue me tirar do sério e me deixar ainda mais pilhado.