Capítulo 8

542 Words
Terror: c*****o, irmão! Esqueci da enfermeira lá, mano. Tava tão focado com os bagulhos que me perdi. Olho pra RD, com as mãos enfiadas nos bolsos da bermuda. A lembrança de que era pra ter liberado a mina depois do almoço me acerta como um soco no estômago. RD: A Any já colou lá parceiro. Ela vai ficar te a irmã do RN chegar. Terror: Pode crer. Tu desenrolou essa fita, ainda bem. Mas, p***a, isso é prioridade. Não posso deixar esses detalhes passarem batido. RD: Relaxa c*****o! Monte de p**a pra resolver. Terror: Mas não posso dar o vacilo que eu dei novamente. Tenho que desenrolar uma enfermeira lá pra casa. RD: Deixa a mina, pô. Terror: Não quero ninguém desconhecido me cercando, não. RD: Ela estudou com a Any irmão. É de confiança mané Terror: Tu tá fumando estragado, só pode, pra vir meter um caô desse. – minha voz sai cortante, cheia de desprezo. – Não vou colocar ninguém desconhecido na minha goma, não. Acabei de enterrar a filha da p**a da Zuleica. Enquanto falo, pego um baseado e acendo. A fumaça se espalha. Sinto o calor da chama e a leveza da fumaça me envolverem, como se me afastassem do caos que reina na minha cabeça. RD: Tu conhecia a Zuleica há quanto tempo? – a voz dele vem no mesmo tom da minha. – O que impediu ela de fazer o que fez? Quando a pessoa é filha da p**a, ela é, irmão. Essa p***a tá no sangue é questão de caráter. – Ele balança a cabeça, como se a lógica fosse incontestável, e continua. – Não importa o tempo que a gente se conhece. Se eu tiver que te f***r, eu vou. Tá ligado? Vacilão é vacilão e p*u no cu é p*u no cu. RD é direto, cru, igual eu. Ele é o único que fala comigo dessa forma. Terror: E tu conhece o caráter da mina desde quando? – minha voz sai ríspida. – Ela chegou praticamente ontem ou antes de ontem, sei lá. E tu vem meter essa de caráter irmão? Tomar no cu, pra lá, RD! – jogo a fumaça pro alto. – Tu sabe os motivos que me faz não acreditar em ninguém.Tem sempre um arrombado querendo meu lugar parceiro. Não confio nem na minha própria mente, tenho um pé atrás com todo mundo mermão. Toda vez que confiei, levei na cara. Isso já me custou tanto... E a última vez que vacilei quase levei um tiro no peito. RD: Eu sei, parceiro, dessa tua dificuldade aí. – Ele abaixa o tom, mais não afrouxa a postura. RD sabe quando precisa ser duro comigo. – Mas tem gente que merece um voto de confiança, e p***a, eu sinto que ela merece. Aquelas palavras entram como uma faca que rodopia dentro da minha cabeça, fazendo eco. Minha mente, sempre blindada, n**a. Confiança? Merecimento? Duas coisas que nunca andaram lado a lado pra mim. Mas ele fala, e me deixa pensativo. Talvez... talvez o Pulga tenha razão. Terror: Vamos ver no que dá. Mas se der merda... RD: Não vai dar. Apago a ponta do beck e sigo em direção à minha casa, a mente ainda rodando com tudo que o RD falou.
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