Capítulo 17

1063 Words
RD narrando: Entro no carro, olho no rosto de cada um desses caras que agora tão no meu comando. Cada vez que vamos invadir um morro, bater de frente com os inimigos ou defender nosso pedaço, o arrepio é o mesmo, aquela tensão que corre no sangue. Sempre fui doido, mano, metia o peito, nunca fui de ficar pensando em consequência, por isso que minha vida é desse jeito. Gosto é do corre, de sentir a adrenalina queimando, o coração disparado, de ver a bala passar rente, sentir o vento dela na pele. Isso aqui é o meu trampo, meu mundo... eu nasci pra essa p***a, entendeu? Olho pros caras de novo, cada um com sua história, suas lutas. Tem uns com filho esperando em casa, outros com mãe que nem sabe o que o filho faz de verdade. Mas tá todo mundo aqui, com os olhos fixos, esperando o momento de agir. Cada um com seu motivo, mas na mesma determinação. O plano tá todo gravado na minha mente, cada detalhe. O carro-forte vai passar naquela reta, sem muita opção de fuga. Vamos encurralar eles, render e levar o dinheiro dando fuga em seguida. Se algum deles tentar reagir, é bala. Não tem conversa. O foco é o dinheiro e sair inteiro. Sem baixas do nosso lado. (....) Avistamos o carro-forte e, na hora, nosso carro acelera, já fechando a passagem dele. O outro carro segue na manha, tudo nos conformes, sem deixar nada pra chance. Num movimento rápido e coordenado, descemos todos juntos, já rendendo os otários. Eles, de primeira, ficam parados, sem saber o que fazer, como se estivessem decidindo o que fazer. Mas não dá pra esses filhos da p**a fugir. Reagir é suicídio. Aqui a gente tem poder de fogo, cada um dos meus homens com um AK-47 pronto pra ação. Faço sinal com as mãos, dando ordem pra aproximação. Xxx: Perdi, perdi, c*****o! — grita alto, abrindo a porta e descendo devagar com as mãos na cabeça. RD: Ainda bem que tu sabe, arrombado! Não tenta nenhuma gracinha, se não vai morrer! — grito de volta, sentindo a adrenalina subir, e faço sinal pros meus homens esperarem, mantendo a calma. Xxx: Vai tomar no **, filhos da p**a! — grita o último homem a descer, sacando a arma e começando a atirar na nossa direção. Tava muito fácil demais essa p***a. O som dos tiros ecoa na ponte, e a adrenalina dispara ainda mais. RD: Cuidado. Se protegem agora! — gritei pros meus soldados, já me jogando pra trás do carro, enquanto as balas zumbiam perto de mim. Os otários começam a responder com tudo, os tiros voando em nossa direção. Dá pra ver a fumaça saindo do cano das armas deles, mas aqui ninguém tá de brincadeira. Eu e os soldados nos abaixamos atrás dos carros, protegidos, enquanto devolvemos fogo pesado. RD: Esses arrombados tão achando que podem com a gente! — grito, a raiva esquentando o sangue. Seguro o fuzil firme, trocando olhares com n**o ao meu lado. Nego: É hoje que esses cuzão vão pro saco! — responde, com um sorriso torto, malandro. Ele se move rápido, levanta e dispara, abaixando logo em seguida, sempre atento. Rogerin: Pra cima deles, rapaziada! — ele grita, a voz ecoando, chamando todos pra avançar. Xxx: Vocês vão se arrepender disso, seus lixos! Temos reforço a caminho! — gritou um dos caras, se escondendo atrás da porta do carro-forte e disparando na nossa direção. RD: Olha como tamo com medo — dou uma sequência de tiros na direção dele — Vocês tão é mortos seus arrombado! — respondo, metendo a cara pra atirar no p*u no **. Neném: Tô sem visão, RD! Tô indo pela direita! RD: Vai! Mantenha a linha, não deixa eles se espalharem! — mandei, tentando coordenar a ação, enquanto recarregava minha arma. Os seguranças estavam se protegendo, mas um deles, mais nervoso, decidiu dar a cara a tapa. Xxx: Vocês vão morrer aqui mesmo, seus vermes! — gritou, avançando um pouco. RD: Mete a cara aí e fala isso olhando nos meus olhos boneca — eu gritei de volta. Nego: Vai morrer filho da p**a! — grita metendo bala nos arrombados O clima esquentava, e as balas voavam. Tinha que ser rápido e inteligente, porque a última coisa que eu queria era ver um dos meus caindo ali. RD: Peguem a cobertura e vamos avancar! Precisamos encurralar esses otários! — gritei, já me movendo pra frente, buscando uma posição melhor pra atirar Conseguimos acertar um por um, e eles vão caindo que nem um pedaço de bosta no chão. Faço sinal com os dedos, e os moleques já vão em direção à porta, abrindo pra pegar o dinheiro. Mas aí ouço um barulho e sinto uma queimação na região da barriga. Os soldados param e ficam olhando na minha direção, com os olhos arregalados, visivelmente assustados. Olho pra trás e vejo um cuzão, rindo com a boca cheia de sangue e uma arma na mão. Esse filho da p**a voltou do inferno só pra me levar junto com ele. Se fuder, mermo! Um frio na barriga me percorre, mas não posso demonstrar fraqueza. Vejo os caras disparando contra o arrombado, e vindo em minha direção. Nego: RD, tu levou um tiro parceiro! — fala se aproximando rapidamente, o rosto marcado pela preocupação. Levemente me escora, tentando me manter de pé. RD: Tô bem, c*****o, foi só raspão! — falo tentando manter a calma, mas a voz sai trêmula. Noto a tensão nos rostos dos soldados, que se entre olham, nervosos. Rogerin: Já foi, RD! — grita, enquanto se apressa dizer que acabou de guardar o dinheiro no carro. RD: Segue a p***a do plano agora! — Grito, tentando parecer firme, mas a dor tá se intensificando. Dou um passo, e as pernas vacilam, como se o chão estivesse balançando sob meus pés. NEGO: Alguem ajuda aqui, p***a! — grita, chamando outro soldado. Um vem correndo pra ajudar, seus olhos cheios de arregalados. RD: Me solta, p***a! Dou conta de ir andando, c*****o! — falo, tentando manter a bravura, mas sinto a sensação de desespero me invadindo. Meu coração dispara e o sangue escorre pelas pernas Entramos no carro e damos fuga a mil por hora. O motor grita enquanto Gordo acelera, seus olhos fixos na estrada, mas a expressão dele é de pura apreensão.
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