Caveira narrando Continuação — Você tá de s*******m comigo, Lisandra? — rosno minha voz, cuspindo veneno, dando dois passos à frente. — Sai da favela pra se esconder na casa de um cuzão? — Você é louco? — ela rebateu, me encarando de frente, a sua respiração curta. — Não lembra que foi você quem me mandou embora? Eu ri sem humor, aquele riso que sai mais amargo que sangue na boca. A minha raiva tava estampada na minha cara, sem disfarce. — Eu mandei tu sair da minha casa, Lisandra. Nunca da favela. — Cuspi as palavras, pesado. — Tu sabe que lá é teu lugar. — Lugar? — a voz dela tremeu de indignação. — Tu acha que eu vou aceitar ser tratada como um objeto, descartada quando tu tá puto e puxada de volta quando dá na telha? Avancei mais um passo, o meu olhar queimando em cima dela.

