Lisandra narrando
Continuação...
Tati fechou a porta devagar, se aproximando de mim como se tivesse medo de me assustar. Eu ainda tava sentada na cama, com o meu coração acelerado, tentando disfarçar o turbilhão que se passava dentro de mim.
— Lis… tu tá estranha, amiga. O que rolou? — ela perguntou, olhando no fundo nos meus olhos.
Desviei rápido, fingindo ajeitar o lençol.
— Não rolou nada, Tati. Tô cansada só… — menti, mas minha voz falhou no meio da frase.
Ela não engoliu.
— Mentira tua, desde que eu te conheçi, sei quando tá escondendo algo. Teus olhos tão diferentes, como se tivesse acontecido alguma coisa pesada.
Engoli em seco, o meu peito apertado. Se eu contasse, ela nunca entenderia. Pior: ia me julgar. Eu mesma já me sentia a pior mulher do mundo, imagina ela sabendo?
