Os dias após a festa se passaram de forma estranha. Mesmo com a rotina normal voltando ao seu curso, meus pensamentos sempre retornavam àquela noite, à maneira como John havia me olhado enquanto eu dormia no sofá. Desde então, eu o via mais frequentemente, talvez até mais do que o normal. Era como se, de repente, ele estivesse mais presente em minha vida.
Naquela manhã, recebi uma mensagem dele:
"Vamos passar o final de semana em uma chácara que eu aluguei. Seus pais vão depois, estão viajando, mas eu já estou por lá. Você pode vir comigo antes."
Meus pais viajavam a trabalho com frequência, então não era uma surpresa saber que eles iriam direto de uma viagem para outra. O convite de John parecia inocente, familiar. Ele já havia me levado a outros lugares antes, então, de certa forma, parecia algo comum.
Mas algo em mim hesitava. Talvez fosse o jeito como ele havia agido na noite da festa. Talvez fosse o fato de eu ainda não conseguir esquecer como ele me olhara no sofá, ou como suas palavras naquela madrugada me haviam deixado inquieta. Mesmo assim, aceitei o convite.
Lá no fundo eu só queria acabar com essa agonia, essa sensação de que não estava sentindo atração pelo meu padrinho sozinha.
Claro, vou com você." Respondi, tentando ignorar a expectativa de estar com ele sozinha".
No dia seguinte, John passou para me buscar. Ele estava exatamente como sempre, com aquela postura confiante e relaxada, como se nada estivesse fora do normal. Mas, assim que entrei no carro e me sentei ao lado dele, o ar entre nós parecia denso, carregado de algo que eu não sabia como descrever.
Enquanto dirigia, ele falava sobre a chácara, como o lugar era isolado, tranquilo, e perfeito para descansar. Eu tentava prestar atenção, mas a verdade era que cada vez que ele falava, minha mente vagava para os acontecimentos recentes. O silêncio entre as frases de John parecia mais longo do que o habitual, e a maneira como ele me olhava quando pensava que eu não estava notando fazia minha pele arrepiar.
Após algumas horas de estrada, finalmente chegamos. A chácara era realmente bonita, cercada por árvores e campos amplos. O isolamento do lugar era notável, o que me deixou com uma sensação estranha, como se estivéssemos completamente fora do alcance de tudo e todos.
John abriu a porta para mim, e eu sorri, tentando manter as coisas leves. Ele carregou nossas malas para dentro e, por um momento, tudo parecia tranquilo demais. Ele era o Tio John de sempre, cuidadoso e presente. Mas o modo como ele estava agindo... havia algo diferente ali. Algo que eu não conseguia nomear, mas que me fazia sentir estranha.
— Fique à vontade — ele disse, enquanto me mostrava o quarto que eu usaria. — Seus pais devem chegar amanhã à noite, então temos bastante tempo para relaxar.
O tom dele era descontraído, mas havia uma intensidade velada em suas palavras. Aquela sensação de que algo estava por vir, algo que eu não conseguia identificar completamente, crescia a cada segundo que passava.
Depois de me acomodar, saí para explorar o lado de fora da casa. O silêncio ao redor era reconfortante, mas também havia algo desconcertante na ideia de estarmos completamente sozinhos ali. John apareceu atrás de mim, silencioso como sempre, e eu me virei ao ouvir seus passos.
Ele me olhou por um momento, aqueles olhos escuros parecendo captar cada movimento meu. Então, com um sorriso quase despreocupado, ele se aproximou, ficando ao meu lado enquanto observávamos a paisagem.
— É bonito aqui, não é? — ele comentou, sua voz baixa, mas profunda, ecoando no ar ao nosso redor.
Assenti, tentando não deixar transparecer o quanto aquele simples ato de estar ao lado dele me deixava nervosa.
— Seus pais provavelmente vão demorar mais do que eu esperava — ele disse, quase casualmente. — Mas não se preocupe, eles vêm.
Algo na maneira como ele falou me deixou com a sensação de que ele queria que estivéssemos sozinhos. Mas por quê? Era apenas o Tio John, eu repetia para mim mesma. Mas a cada toque, a cada olhar, o calor no meu corpo dizia o contrário.
Ele colocou uma mão no meu ombro, o toque forte, mas cuidadoso. Meu corpo respondeu imediatamente, como se tivesse sido ligado a uma corrente elétrica. Eu olhei para ele, esperando encontrar o mesmo John de sempre, mas seus olhos me encararam de volta, um brilho diferente ali.
— Está tudo bem, Naty? — ele perguntou, e dessa vez sua voz tinha um tom mais baixo, quase provocador.
Eu engoli em seco, forçando um sorriso.
— Sim... só... só cansada da viagem — menti, desviando o olhar, tentando disfarçar a tensão que crescia dentro de mim.
John me estudou por um momento antes de se afastar, o toque em meu ombro permanecendo por mais alguns segundos do que o necessário. Ele sorriu de novo, mas agora havia algo mais sombrio em seu sorriso, algo que me fez sentir como se eu estivesse entrando em um território perigoso sem nem perceber.
— Aproveite o final de semana, Naty — ele disse, sua voz carregada de algo que eu não conseguia definir completamente. — Mas lembre-se... não passe dos limites.
As palavras eram as mesmas que ele tinha dito na festa, mas agora, naquele lugar isolado, elas pareciam ter um peso completamente diferente. Eu sorri de volta, tentando agir como se tudo estivesse normal, mas dentro de mim, eu sabia que esse final de semana não seria como os outros.
...
"Claro, vou com você." Respondi, tentando ignorar o aperto no peito.
No dia seguinte, John passou para me buscar. Ele estava exatamente como sempre, com aquela postura confiante e relaxada, como se nada estivesse fora do normal. Mas, assim que entrei no carro e me sentei ao lado dele, o ar entre nós parecia denso, carregado de algo que eu não sabia como descrever.
Enquanto dirigia, ele falava sobre a chácara, como o lugar era isolado, tranquilo, e perfeito para descansar. Eu tentava prestar atenção, mas a verdade era que cada vez que ele falava, minha mente vagava para os acontecimentos recentes. O silêncio entre as frases de John parecia mais longo do que o habitual, e a maneira como ele me olhava quando pensava que eu não estava notando fazia minha pele arrepiar.
Após algumas horas de estrada, finalmente chegamos. A chácara era realmente bonita, cercada por árvores e campos amplos. O isolamento do lugar era notável, o que me deixou com uma sensação estranha, como se estivéssemos completamente fora do alcance de tudo e todos.
John abriu a porta para mim, e eu sorri, tentando manter as coisas leves. Ele carregou nossas malas para dentro e, por um momento, tudo parecia tranquilo demais. Ele era o Tio John de sempre, cuidadoso e presente. Mas o modo como ele estava agindo... havia algo diferente ali. Algo que eu não conseguia nomear, mas que me fazia sentir estranha.
— Fique à vontade — ele disse, enquanto me mostrava o quarto que eu usaria. — Seus pais devem chegar amanhã à noite, então temos bastante tempo para relaxar.
O tom dele era descontraído, mas havia uma intensidade velada em suas palavras. Aquela sensação de que algo estava por vir, algo que eu não conseguia identificar completamente, crescia a cada segundo que passava.
Depois de me acomodar, saí para explorar o lado de fora da casa. O silêncio ao redor era reconfortante, mas também havia algo desconcertante na ideia de estarmos completamente sozinhos ali. John apareceu atrás de mim, silencioso como sempre, e eu me virei ao ouvir seus passos.
Ele me olhou por um momento, aqueles olhos escuros parecendo captar cada movimento meu. Então, com um sorriso quase despreocupado, ele se aproximou, ficando ao meu lado enquanto observávamos a paisagem.
— É bonito aqui, não é? — ele comentou, sua voz baixa, mas profunda, ecoando no ar ao nosso redor.
Assenti, tentando não deixar transparecer o quanto aquele simples ato de estar ao lado dele me deixava nervosa.
— Seus pais provavelmente vão demorar mais do que eu esperava — ele disse, quase casualmente. — Mas não se preocupe, eles vêm.
Algo na maneira como ele falou me deixou com a sensação de que ele queria que estivéssemos sozinhos. Mas por quê? Era apenas o Tio John, eu repetia para mim mesma. Mas a cada toque, a cada olhar, o calor no meu corpo dizia o contrário.
Ele colocou uma mão no meu ombro, o toque forte, mas cuidadoso. Meu corpo respondeu imediatamente, como se tivesse sido ligado a uma corrente elétrica. Eu olhei para ele, esperando encontrar o mesmo John de sempre, mas seus olhos me encararam de volta, um brilho diferente ali.
— Está tudo bem, Naty? — ele perguntou, e dessa vez sua voz tinha um tom mais baixo, quase provocador.
Eu engoli em seco, forçando um sorriso.
— Sim... só... só cansada da viagem — menti, desviando o olhar, tentando disfarçar a tensão que crescia dentro de mim.
John me estudou por um momento antes de se afastar, o toque em meu ombro permanecendo por mais alguns segundos do que o necessário. Ele sorriu de novo, mas agora havia algo mais sombrio em seu sorriso, algo que me fez sentir como se eu estivesse entrando em um território perigoso sem nem perceber.
— Aproveite o final de semana, Naty — ele disse, sua voz carregada de algo que eu não conseguia definir completamente. — Mas lembre-se... não passe dos limites.
As palavras eram as mesmas que ele tinha dito na festa, mas agora, naquele lugar isolado, elas pareciam ter um peso completamente diferente. Eu sorri de volta, tentando agir como se tudo estivesse normal, mas dentro de mim, eu sabia que esse final de semana não seria como os outros.
...
O dia parecia se arrastar, mas ao mesmo tempo, cada momento passava em um borrão, envolto em uma tensão silenciosa que crescia a cada segundo. O ar estava carregado, pesado, como se houvesse algo não dito, não feito, pairando entre nós. Eu tentava ignorar, ocupar minha mente com a paisagem ao redor da chácara, mas era inútil. John estava presente em cada pensamento, mesmo quando não estava ao meu lado.
Quando a tarde começou a cair, eu finalmente decidi voltar para dentro. A casa parecia ainda mais vazia com o silêncio do campo ao redor. O som do vento movendo as árvores lá fora era o único ruído, e a sensação de isolamento se intensificava. Eu me perguntei quando, exatamente, meus pais chegariam, mas John não parecia preocupado com isso. Ele havia mencionado que eles demorariam, e isso parecia lhe agradar de alguma forma.
Entrei na sala, onde John estava sentado no sofá, parecendo completamente relaxado, como se nada estivesse fora do normal. Mas algo dentro de mim sabia que havia. Ele estava lendo um livro, o som de uma música baixa vindo de algum lugar da casa. Quando ele levantou os olhos e me viu, um sorriso lento se formou em seus lábios, aquele mesmo sorriso que eu começava a reconhecer como algo mais... sombrio.
Tudo que eu sinto é que esses dias, fariam total diferença, e não sei se temo a isso ou se desejo ainda mais.
...