JOHN Os dias seguintes ao início da universidade foram marcados por uma nova rotina. Naty parecia empolgada, cheia de energia, e eu observava de longe, tentando me adaptar à mudança. Ela acordava cedo, se arrumava com um brilho no olhar que me era familiar, mas agora, direcionado para algo que não envolvia apenas nós dois. Eu a levava todos os dias, religiosamente. Não havia espaço para ela pegar um ônibus, muito menos uma carona. Eu fazia questão de estar ali, mesmo quando meu trabalho começava a acumular. Ela sempre agradecia com um sorriso, aquele sorriso doce que me fazia querer protegê-la de tudo e todos. Mas eu sabia, no fundo, que meu controle sobre o que acontecia na universidade era limitado. Naquela manhã, enquanto ela terminava de se arrumar, eu estava na cozinha, tomando um

