Em seus braços.

1034 Words
___ Então aconteceu. A primeira vez que senti, de fato, o corpo dele se unindo ao meu. Foi rápido e tão arrebatador que eu perdi a noção de onde eu terminava e ele começava. Deslizando a cada centímetro pra dentro de mim. — Anh, Isso... — Agarrei com mais força seu corpo.  adentrando minhas unhas na sua pele enquanto ele puxava minha b***a pra mais perto enfiando todo seu cumprimento. Um calor percorreu minhas pernas, minha barriga, fazendo um arrepio tomar conta de mim. Involuntariamente, soltei um suspiro que, de tão alto, me assustou. Me agarrei ainda mais nele, esperando que aquilo me desse alguma segurança. Eu estava nervosa, e acho que deu pra ver no meu rosto, porque ele diminuiu o ritmo, me olhando com preocupação. Esse cuidado instantâneo me derreteu. Parecia louco desejar tanto alguém e, ao mesmo tempo, ter medo, tudo misturado. — Relaxa o corpo, eu vou cuidar muito bem de você. Acenei deixando o corpo menos tenso, o senti remover e entrar de novo me causando um arrepio.  Ele era tão grosso, podia sentir um leve incomodo não acostumada com algo tão grande. Eu não queria parar. Não mesmo. Por mais que a razão me avisasse que era arriscado, o meu corpo clamava por aquilo. O gosto da boca dele se misturava à minha, e cada beijo fazia eu me esquecer de todos os riscos. Sentia minha pele queimar, as pernas trêmulas, e todo aquele nervosismo inicial se transformando em uma vontade incontrolável de continuar. Era a minha primeira vez com ele, e eu queria que fosse intensa, real. E estava sendo. Meu peito subia e descia numa cadência desenfreada, e o dele também. A cozinha, de repente, pareceu pequena demais pra conter tanta energia. Mesmo perdida naquela confusão de sensações, não pude deixar de soltar, num sussurro: — Kaio… as crianças… Ele deu um sorriso de canto, aquela expressão de puro atrevimento que eu nunca tinha visto tão de perto. — Vamos pro quarto — disse, numa convicção que me fez estremecer. Apoiando uma mão nas minhas costas e outra por baixo das minhas coxas, ele me ergueu da bancada e me carregou nos braços, como se eu fosse a coisa mais valiosa do mundo. Conforme saíamos da cozinha, me agarrei ao pescoço dele, ainda assustada com a possibilidade de ver uma cabecinha curiosa surgindo no corredor. Mas tudo estava em silêncio. Só nós dois, respirando acelerado, indo a passos largos até o quarto dele. Quando ele fechou a porta do quarto, a tensão no ar pareceu dobrar. Era como se, ali, estivéssemos livres pra deixar tudo acontecer de verdade. O quarto tinha pouca luz, só uma fresta da janela deixava passar a claridade da rua. De repente, eu me senti nua diante de Kaio, mesmo ainda vestida parcialmente. O jeito como ele me olhava, como se eu fosse a única coisa que importava no mundo, fez meu coração disparar. Eu estava envergonhada, nervosa, mas também tomada de uma certeza: eu queria ele. Já não havia espaço pra arrependimento. Ele me deitou na cama, com cuidado, ajeitando meu corpo de um jeito que quase me fez rir, de tão delicado. Mas logo o sorriso virou um gemido abafado quando ele retomou os beijos no meu pescoço e desceu até a curva do meu ombro. Cada toque dele enviava pulsos quentes pelo meu corpo, me fazendo tremer de expectativa. — Você é linda demais — ouvi ele dizer, a voz soando grave no meu ouvido. Aquele elogio me fez arrepiar da cabeça aos pés, uma confirmação que eu precisava pra me entregar sem reservas. E eu me entreguei. Com o rosto pegando fogo, as mãos tremendo, deixei que Kaio tirasse o que fosse preciso, enquanto eu buscava nos olhos dele a sensação de estar segura, apesar de todo o fogo que nos consumia. Estava por cima dele, meus joelhos afundados no colchão. Kaio me olhava com olhos ardentes, seu corpo tenso sob o meu. Seu beijo foi intenso, sua língua explorando minha boca com fome. Eu senti meu corpo derreter em seus braços, meu desejo por ele crescendo a cada segundo. Suas mãos escorregaram pelo meu corpo, sentindo cada curva, cada dobra. Eu senti arrepios onde ele tocava, meu corpo reagindo ao seu toque como se fosse feito de pólvora. O que aconteceu a seguir foi a mistura de tudo o que eu sempre quis sentir: a força gentil dos braços dele, o calor intenso da pele, o frenesi de cada movimento. Parecia que cada segundo era o primeiro e o último ao mesmo tempo, e eu nunca tinha experimentado nada assim antes. Quando enfim paramos por um instante, ofegantes, eu me dei conta de que estava suando, o cabelo colado na testa, e Kaio também. Encarei seu rosto na penumbra, tentando ler alguma coisa nos olhos dele, e encontrei o mesmo deslumbramento que eu sentia no meu peito. — Está tudo bem? — perguntei, ainda trêmula, querendo ter certeza de que ele também não estava arrependido. Ele se aproximou e beijou meu rosto, o canto da minha boca, o queixo, como se quisesse deixar claro que sim, estava tudo mais que bem. Naquele instante, senti uma onda de alívio misturada a uma felicidade estranha, e me permiti relaxar nos braços dele. Eu sabia que, a partir dali, tudo mudaria. Sabia que teríamos que enfrentar a realidade quando o sol surgisse, pensar nas crianças, na situação complicada que nos cercava. Mas, por ora, só conseguia sentir o calor do corpo dele contra o meu e a certeza de que, mesmo nervosa e envergonhada, eu não me arrependia de nada. Porque a paixão que nos uniu naquela madrugada foi mais forte do que qualquer receio. E, enquanto os batimentos cardíacos dele acalmavam aos poucos, senti que, acontecesse o que fosse, agora eu já tinha provado o gosto de estar com ele, e isso mudava tudo. ..... Quando abri os olhos, ainda estava atordoada pelos momentos intensos que vivi com Kaio. Meu corpo todo parecia lembrar das mãos dele, do jeito que ele me tocou... A cama ao meu lado tava vazia, e foi aí que o vi: sentado na beirada, já de terno e gravata, como se nada tivesse acontecido.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD