Sam's POV
Quando vi Deena daquele jeito, como se ela estivesse se sentindo enganada, triste, traída, meu coração se quebrou em milhões de pedacinhos. Eu sabia que quando Phillip me chamou para conversar no pátio, e não no refeitório, ia dar merda. Eu tinha certeza que quando chegasse na aula de química e eu encontrasse Deena, ela ia estar muito, mas muito brava comigo, por isso já fui me preparando para levar esporro.
Só que dessa vez ela não estava brava, ela estava triste. Sua reação me pegou de surpresa, e quando vi seus olhos marejados eu quase chorei junto. Decidi levá-la no banheiro para podermos conversamos melhor e com mais privacidade, mas a partir do momento em que pisamos para fora da sala, eu comecei a me desesperar.
E se ela "terminasse" comigo? Eu ia ficar desolada. Deena era a única pessoa com quem eu me sinto bem esses dias, ela consegue me fazer sorrir apenas piscando os olhos, e a sua risada faz meu coração quase explodir de tanta felicidade. Eu não posso perdê-la, mas também não posso me assumir, pelo menos não ainda... Eu tinha que achar uma solução, mas quando comecei a pensar em nós duas nunca mais nos falando, eu me desesperei, e comecei a chorar compulsivamente, o que a fez vir me abraçar fortemente.
Naquele momento eu soube que ela faria qualquer coisa por mim, e eu me odiava por fazê-la sofrer desse jeito. Sim, eu sei que sou uma péssima... amante? Enfim, quando Deena disse que iria continuar comigo, eu quase disse que não, pois ela merece alguém mil vezes melhor do que essa pessoa egoísta e mau caráter que eu sou, mas não fui capaz de dizer isso. Eu sinceramente não sei o que aconteceria comigo se ela começasse a me ignorar.
Nós ficamos abraçadas no banheiro por alguns minutos até eu conseguir me acalmar e parar de soluçar compulsivamente, mas estava bem difícil. Deena não estava chorando, pelo menos não igual a mim, que já estava quase desidratada de tantas lágrimas que derramei em sua blusa, mas consegui ver algumas lágrimas brotando em seus olhos castanhos, mas ela logo as limpou com a manga da blusa em uma tentativa de escondê-las de mim, eu acho.
- Quer matar o resto da aula e ir para a minha casa? - ela disse, com aquele sorriso lindo cafajeste dela.
Eu assinto, ainda meio sem forças depois da sessão de choro compulsivo, que fez minhas pernas ficarem extremamente bambas. Ela me segurou pela cintura, e nós fomos saindo do banheiro. Eu era tão sortuda por tê-la do meu lado, tenho que demonstrar isso de algum jeito... Já sei! Vou pedi-la em namoro! Claro que não vai ser um pedido super romântico, com gestos grandioso, mas vou fazer o possível para mostrar a ela que ela é o motivo que me faz levantar de manhã, e que é a única que eu quero na minha vida.
Quando estávamos andando pelos corredores até nossos armários, para pegar a minha mochila e a dela, Deena faz menção de querer tirar seu braço de minha cintura, já que estávamos em "público", mesmo que não houvessem muitas pessoas nos corredores agora, porém eu seguro sua mão e entrelaço com a minha, a olhando com um sorriso.
Ela me olha, surpresa com minha atitude, e depois olha para baixo, com um sorriso discreto brotando em seus lábios. Eu só queria abraça-la de tão fofa que estava, mas me segurei até chegarmos no carro.
Ela abriu a porta para mim, como sempre, mas ainda parecia bem tristinha, então quando ia dar a volta no carro, eu segurei sua mão e a puxei para perto de mim novamente.
- Eu vou terminar com ele amanhã, ok? Não quero ninguém que não seja você. - eu disse, levando uma de minhas mãos para seu rosto, e fazendo um carinho em sua bochecha, que ainda parecia meio molhada pelas lágrimas.
- Mas e as suas amigas? - ela perguntou, olhando para seus pés.
- Danem-se elas. Se elas ficarem bravas por eu não querer ficar com um garoto, é problema delas, e não meu. - eu falo, tentando transparecer toda a minha confiança para ela.
- Tem certeza, Sam? Ainda da tempo de fugir. - ela disse, mas eu levanto seu rosto e faço ela olhar em meus olhos, que já estavam um pouco marejados com o fato de que eu estou deixando ela insegura.
- Deena, eu escolho você. Eu sempre vou escolher você, sempre. Nunca duvide disso.
Ela sorri, ficando vermelha, fazendo minha vontade de querer beijá-la aumentar significativamente. Espera, eu posso beijá-la! Não tem muita gente aqui mesmo, só espero que ninguém veja...
- Posso te beijar? - eu falo, já aproximando meu rosto do seu e roubando a sua fala de antes.
Ela me olha, surpresa, e diz:
- Deve.
Eu umedeço meus lábios, e a beijo, sentindo o gosto de café com um pouco de canela. Ela coloca suas mãos em minha cintura, apertando de leve quando eu mordo seu lábio inferior. Dou um último selinho rápido nela e entro no carro, sorrindo.
Deena contorna o carro também não conseguindo conter um sorriso, que não passou despercebido por mim. Ela se senta do meu lado, liga o carro e sai do estacionamento da escola, e depois descansa uma de suas mãos em minha coxa, que estava descoberta por eu estar de saia. Aquele simples ato me acendeu, e eu tentei espremer minhas pernas para aliviar um pouco daquela sensação que só Deena me fazia sentir, mas estava bem difícil. Eu precisava dela. Olho para a janela em uma tentativa de conter os pensamentos pervertidos que eu estou tendo, tentando me distrair para não pensar em Deena me tocando, seus lábios nos meus meus e nós duas enroscadas em sua cama. Meu Deus, isso é mais difícil do que eu pensava.
Quando ela começa a fazer carinho na minha perna, fecho os olhos e inspiro fortemente o ar, como se não estivesse mais conseguindo respirar. E olha que ela nem está fazendo carinho com malícia! Eu só posso estar de TPM, não é possível...
Acho que Deena percebe a minha mudança de estado quando minha respiração começa a ficar ofegante, e diz, com um sorriso malicioso e cínico naquele rosto lindo dela:
- Está tudo bem, Sam?
Ela começa a apertar minha coxa, subindo cada vez mais sua mão, a fazendo chegar perto da minha i********e, que estava literalmente pulsando por ela. Fecho meus olhos com força, e me seguro no banco de couro, sentindo meu corpo esquentar em questão de segundos.
- S-sim, por q-que não e-estaria? - eu falo, meio gaguejando, o que a faz rir.
- Porque você está com a respiração ofegante como se tivesse corrido uma maratona de 10 km e suas unhas estão cravadas no banco do carro. - ela responde, ainda meio rindo de mim.
Sua mão começa a chegar perigosamente perto de minha i********e, e a medida que Deena apertava a parte interna da minha coxa, mais molhada minha calcinha ficava. Eu não sei quanto tempo mais eu aguento essa tortura.
- E-estamos chegando j-já? - eu pergunto, suando frio por conta de seus toques.
- Quase lá, linda. Mas por que a pressa? - ela diz, claramente zoando com a minha cara.
Eu não respondo, apenas respiro fundo. Decido acabar com a tortura e pego sua mão, entrelaçando nossos dedos. Ela apenas olha para mim com um sorriso sacana, já sei que vai falar alguma besteira.
- Não gostou do carinho? - ela disse, olhando para a estrada ainda com aquela cara de cínica dela.
- Você quer jogar esse jogo, é? - eu falo, me inclinando para olhá-la melhor.
Me aproximo mais de rosto, e mordo o lóbulo de sua orelha, e sinto ela arrepiar. Agora sim.
- S-sam, vamos esperar chegar em casa, senão eu vou bater o carro.
Eu rio com seu tom mais desesperado e volto a me sentar do seu lado, parando de provocá-la. Vai que ela bate o carro mesmo, né?
- Tudo bem. - eu digo, ajeitando a minha saia que tinha levantado um pouco.
Estávamos ouvindo alguma música que eu não distingui qual era, quando eu lembro que Deena não voltou para a aula hoje de manhã depois que nós fomos para o banheiro aquela hora. Fiquei esperando ela voltar, mas quando a aula acabou, não parei de pensar sobre onde ela deve ter ido.
- Deena, onde você foi depois que a gente ficou no banheiro? Eu percebi que você não voltou para a sala. - eu falei, realmente intrigada.
- Ah, eu tinha que fazer uma coisa... - ela respondeu, mas logo percebi que estava escondendo alguma coisa de mim, porque quando ela mente sua voz fica mais fina.
- Aham, sei. Me conta, vai. - eu insisto.
- É vergonhoso, Sam. - ela falou, meio rindo.
- Não tem problema. Me fala, por favor. - eu falo, fazendo um biquinho.
- Depois que você literalmente me provocou no banheiro e foi embora sem mais nem menos, eu tinha que, ahn, resolver a minha situação... lá embaixo. - ela disse, em um tom tão baixo que eu quase não a ouvi.
Quando entendi o que ela quis dizer, começo a rir bastante. Não acredito que ela matou a aula para siriricar!
- Não acredito, Deena! - eu falo, rindo.
Ela ri também, e diz, se defendendo:
- Você me abandonou lá em um estado deplorável, Samantha Fraser! Eu fui obrigada a terminar o que você começou!
Ficamos rindo juntas até que chegamos em sua casa. Saímos do carro, que ela estacionou na garagem, e entramos dentro da casa de mãos dadas.
- Seu pai está aqui? - eu perguntei.
- Não, só nós. - ela respondeu com um sorriso malicioso.
Eu revirei os olhos para o pensamento impuro que eu tenho certeza que ela teve, e observei a casa. Estava um pouco bagunçada, com várias latinhas de cerveja na sala e uma louça suja na pia da cozinha, mas fora isso era bem agradável e confortável, bem mais que a minha casa pelo menos, que não tem uma coisa fora do lugar.
Ela me puxou pela mão até o seu quarto e depois fechou a porta, a trancando. As paredes cobertas de pôsters e várias roupas jogadas no chão e em sua escrivaninha chamaram minha atenção. O quarto dela é exatamente como eu imaginava, todo bagunçado e com um toque de rock, igualzinho à Deena.
Ela rapidamente começa a juntar as roupas espalhadas pelo quarto todo e a jogá-las na poltrona que estava do lado da cama. Uma bateria no canto me chamou atenção, não sabia que ela tocava...
A quantidade de coisas aleatórias espalhadas pelo quarto de Deena era enorme, ela tinha uma caixa cheia de fitas cassetes no chão, suas prateleiras continham vários livros e alguns filmes de terror, e em sua mesinha de cabeceira tinha um maço de cigarros e alguns remédios, que quando os vi lembrei imediatamente do corte em seu braço.
Ela tinha usado blusas de manga comprida esses dias, então esqueci que ele estava enfaixado.
- E o seu machucado, como está? - eu perguntei, me aproximando dela e levantando a manga de sua camiseta.
- Ah, já está bom, nem se preocupe.
Mesmo assim, fiquei analisando a faixa branca que circulava o local do machucado para ter certeza de que não estava sangrando. Quando percebi que estava mesmo tudo certo, disse para ela, com um certo alívio:
- Que bom que você foi no hospital, eu não tinha certeza se iria.
- Err, sobre isso... - ela falou, coçando a cabeça e olhando para baixo, com um sorriso no rosto.
- Deena Johnson, não me diga que você não foi! - eu falo, a olhando fundo nos olhos, levantando minha voz.
- Eu não precisei ir, não era um corte tão grande. - ela falou, se virando de costas para mim.
A viro de volta para me encarar, e falo, começando a ficar brava com ela:
- Claro que era! Deena, você precisava de pontos! Como você fez?!
- Hum, a Kate e o Simon me ajudaram. - ela falou, com um fio de voz.
De repente a cor do meu rosto sumiu, e eu tenho certeza que fiquei mais branca que papel. Ela não liga se morrer, não?
- Como assim a Kate e o Simon te ajudaram? - eu falo, tentando me acalmar, mas estava bem difícil.
- Eles, ahn, costuraram o corte. - ela disse, olhando para suas mãos.
- ELES O QUE? - eu gritei, minha paciência já tinha se esgotado. - Deena, você poderia ter perdido o braço se eles tivessem feito alguma besteira!
- Mas eles não fizeram, Sam... Deu tudo certo.
Reviro os olhos para a resposta dela, e me sento na beira de sua cama, cobrindo meu rosto com minhas mãos, que estavam apoiadas em meus joelhos. Não acredito que ela fez isso, ela é i****a por acaso?!
- Não fica brava, Sam... - ela disse, se sentando do meu lado e fazendo carinho em minhas costas.
- Eu não tô brava, é só que eu fico preocupada com você. - eu falei, me acalmando aos poucos e tirando as minhas mãos de meu rosto.
Olho para ela, e falo, com a voz firme, para ela perceber que agora eu estou falando sério:
- Nunca mais faça isso, ouviu?
Ela assente freneticamente, segurando minha cintura com sua mão e chegando mais perto de mim.
- Não vou mais fazer, eu prometo. - ela disse, com um sorriso que eu teria achado muito fofo se ainda não estivesse brava.
- Eu não quero te perder, Deena. Eu realmente não saberia o que fazer, você se tornou uma parte tão grande na minha vida em tão pouco tempo que me assusta a ideia de ficar sem você. - respiro fundo, e continuo, já sabendo o que vou fazer. - Você é tão... você. Toda vez que te vejo meu coração pula, e você é a única que tem conseguido arrancar sorrisos meus ultimamente. Só de ver a sua cara de marrenta, eu já me alegro, tá me entendendo? Eu te quero, mas não quero continuar com essa coisa indefinida que nós temos...
- Como assim, Sam? Eu não estou entendo. - ela disse, me olhando com uma cara de assustada quando disse a última frase.
- Eu quero que você seja minha namorada, Deena Johnson.