Deena's POV
- Já venho! - Sam diz, e corre até a amiga dela (acho), que estava tomando vodka.
Eu a fico observando tirar a garrafa da mão da amiga, e a ajudar a sentar, até que ouço Kate dizendo:
- COMO FOI?? NOS CONTA TUDO! - ela fala, e Simon começa a dar pulinhos de alegria, provavelmente porque está bêbado.
Eu sorrio lembrando do beijo e dela falando que também gosta de mim.
- Eu tava tomando uma cerveja com uma garota que eu conheci aqui mesmo e daí, do nada, a Sam chega e me leva correndo até o banheiro, daí a gente ficou. - eu falo, tentando parecer normal, mas na verdade tô surtando por dentro.
- E ela beija bem? - Simon pergunta, que pervertido.
- Não que seja da conta de vocês, mas sim, ela beija muito bem.
Os dois se olham e começam a gritar, enquanto davam pulinhos e ficavam me empurrando.
- Deena tá apaixonada! Deena tá apaixonada!
- Calem a boca, seus otários, ela pode ouvir! E eu não to apaixonada!- eu falo, tampando a boca dos dois, e segurando eles do lado para pararem de pular.
Eu sou amiga de duas crianças.
- Oi gente, desculpa ter saído daquele jeito. - Sam disse, andando até ficar do meu lado e tocando na minha mão, o que me fez sentir calafrios.
Não segurei a mão dela, mas queria muito muito mesmo. Que saco ela não ser assumida.
Sorri pra ela e disse:
- Relaxa, você não perdeu nada. - eu falo, olhando duro para meus amigos que não paravam de rir. Alguém me segura, porque vou bater neles. - Nossa, já são 23h, que horas você tem que ir pra casa mesmo?
Eu pergunto para Sam, que fala:
- Ah, eu combinei 23h30 com os meus pais, mas se você quiser ficar um pouco mais, não tem problema por mim.
- Melhor a gente chegar no horário, não quero que seus pais pensem que eu sou irresponsável. - eu falo, olhando para ela, que sorri pra mim.
- Beleza, pode me esperar no carro, só vou me despedir das minhas amigas. Ah, Simon a festa tava bem legal, obrigada pelo convite. Até amanhã! - ela fala, e entra no meio do bolo de adolescentes que dançavam na sala.
Meu Deus, os pais do Simon vão matar ele, a casa tá virada de cabeça pra baixo.
- Tá, então vejo vocês na escola na segunda, otários. - eu falo, mas quando me viro para sair da casa e esperar Sam no carro, sinto alguém me puxar pelo ombro e dizer:
- Nem vem, você e a Kate vão me ajudar a limpar tudo isso amanhã. - Simon diz, meio tropeçando, mas parece que falava sério.
- O que?! - ouço Kate dizendo, brava.
- Nem fodendo, você que quis fazer a festa. - eu falo, também já ficando estressada.
- Nada a vê, eu só fiz essa festa pra você ficar com a Sam, e deu certo, então acho melhor você estar aqui às 9h da manhã. E você também Kate. - ele diz.
Suspiro, mas concordo, a festa foi realmente planejada para eu ficar com a Sam, e tecnicamente, graças aos meus amigos, tive o melhor beijo da minha vida.
- Okay, okay, amanhã eu chego aqui pra ajudar a limpar.
- Me pega na minha casa? - Kate pergunta, também já aceitando a derrota.
- Aham, até amanhã então. - eu falo, e sou abraçada pelos dois bêbados.
Saio do abraço rindo, depois que eles começam a falar o quanto me amam e toda aquela faladeira de bebuns, e vou até a saída da casa.
Vejo Sam encostada no carro, com as pernas cruzadas e os braços ao redor do corpo, ela deve estar com frio. Boto minhas mãos no bolso e ando até ela, tirando meu casaco logo depois.
- Desculpa a demora. - eu falo, e estendo o casaco para ela, ficando só de blusa. - Aqui, você parece com frio.
- Mas assim você vai ficar com frio. - ela fala, sorrindo.
- Eu não sinto frio. - digo, sorrindo pra ela também.
Ela veste meu casaco, que fica um pouco grande. Fofinha. Eu abro a porta pra ela e vou sentar me no banco do motorista.
- Então... - ela diz, meio exitante.
Merda, vai ter uma conversa. Será que ela vai me dar um pé na b***a?
- Hum, você quer conversar sobre o que aconteceu antes? - eu falo, indo direto para o assunto.
Pelo jeito dessa vez não vai ter música.
- Pode ser. É que, ahn, eu não posso me assumir, pelo menos não agora. Minha mãe vai me matar. - ela fala, roendo as unhas. - Mas eu realmente gosto de você. Será que tem como a gente... ficar em segredo, por agora pelo menos?
Pego a sua mão e entrelaço com a minha.
- Claro que tem. - eu falo, sorrindo pra ela.
Olha, eu sei que não vai ser fácil para mim isso de ficar no sigilo, mas é melhor que nada, não é? Até porque não é qualquer garota, é ela. Eu sei que pareço meio boiola, ou sei lá, mas eu também to gostando muito dela, muito mais do que já gostei de qualquer outra pessoa... Isso é estranho, mas eu to gostando até, ela me faz sentir como se eu fosse a pessoa mais sortuda do mundo.
- Quer ir no parque amanhã comigo? De tarde.- ela pergunta, apertando minha mão.
- Ah, eu fiquei de ajudar a arrumar a casa do Simon com ele e a Kate, mas acho que tipo às 17h dá. Pode ser?
- Claro. - ela diz, sorrindo.
- Eu te pego na sua casa ou a gente se encontra lá?
- A gente se encontra lá.
- Beleza.
- Já to animada. - ela diz, me olhando enquanto eu observo a estrada.
- Eu também. - digo, sorrindo pra ela. - Sam, posso te perguntar uma coisa?
- Qualquer coisa.
- Por que do nada você me puxou pro banheiro? - eu pergunto, rindo da lembrança dela literalmente do nada ter me puxado pela mão até o banheiro.
- Ah, eu acho que porque... eu não gostei de ver você com aquela garota. - ela fala, envergonhada e ficando vermelha.
Awnnn, ela ficou vermelha.
- Então quer dizer que você é ciumenta, é?
- Não sou não! - ela fala, me batendo fraco.
Eu começo a rir dos esforços dela, até que ela acerta um peteleco na minha orelha que dói bastante.
- Ai Sam! - eu digo, rindo ainda.
- Machucou de verdade?- ela fala, tentando examinar minha orelha com uma cara de preocupada, tocando em meu rosto.
- Óbvio que não, você é fraquinha.
Ela me olha com uma cara de que vai me matar e para de tocar em mim. Fodeu.
- Tô brincando, você é fortinha até. - eu falo, tocando no braço dela, mas ainda dirigindo.
Ela continua quieta. Eu encosto o carro na rua e viro pra ela, sorrindo e dizendo:
- É brincadeira, Sam.
Ela ainda não olha pra mim, então levanto o seu rosto até nossos olhares se encontrarem. Faço um carinho em sua bochecha, e fico tão hipnotizada em seu rosto que acabo esquecendo que ela está brava.
- Você é tão linda.
Ela sorri, ainda vermelha, e diz:
- Você que é.
Me aproximo e dou um beijo nela, que corresponde na hora, me puxando mais pra perto pela gola da blusa. Eu coloco uma mão na coxa dela, que suspira enquanto eu a subo, mas sem passar dos limites, óbvio. Ela posiciona uma mão em meu pescoço e arranha, me fazendo morder seu lábio inferior e sorrir no meio do beijo.
- Uau. - ela diz, ainda com o rosto bem perto do meu. - Quem diria que você beija tão bem?
- Olha, algumas pessoas diriam isso... - eu falo, rindo. - É brincadeira, é brincadeira!
Ela me bate, rindo também e eu ligo o carro de novo.
Passamos o resto do caminho até a casa dela em silêncio, de mãos dadas e de vez em quando trocando sorrisos. Sei lá, mas eu me sinto tão bem com ela. Quando chegamos na frente de sua casa, nos olhamos e ela diz:
- Então... até amanhã?
- Até amanhã. - eu falo, e me aproximo para um último beijo.
Ela corresponde, querendo aprofundar, mas eu me afasto, rindo.
- Calma ai mocinha, até já passamos um pouco do horário.
- Ah, é. - ela fala, também rindo.
Sam saí do carro, me mandando um beijo quando entra dentro de sua casa.
Só posso dizer que passei o resto do caminho com um sorriso estampado no rosto.