Desci um degrau com cuidado, sem tirar os olhos dela. Laura se afastou da porta, ainda tensa, os ombros rígidos, como se carregasse o peso de tudo que tinha acontecido em poucos minutos. Quando me viu se aproximando no topo da escada, ela endireitou o corpo, cruzando os braços instintivamente, como se quisesse esconder o que havia entre nós. Cheguei mais perto. Silencioso. A luz fraca do corredor m*l tocava o rosto dela, mas eu via... a pele ainda quente, os lábios entreabertos. Tão bonita... tão perdida quanto eu. A tensão entre nós era um fio esticado, pronto para arrebentar. Falei baixo, a voz ainda rouca: — Você sabe que tudo o que ele falou é mentira, não sabe? Ela respirou fundo, desviando o olhar por um segundo. Pensei que ia se afastar. Que ia correr. Mas ficou ali. Fi

