Falar de tamanhas dores não estava nos meus planos, e nem sabia se era capaz de cometer tal ato.
Em dúvidas olhei ao homem ao meu lado amigavelmente lhe ofereci um sorriso sincero.
– Obrigado pelas palavras de conforto, ainda é muito difícil falar sobre isso.
Ele sorriu com um aceno de cabeça compreendendo a situação.
– Tudo bem, eu entendo..
Um silêncio se estendeu por grande parte daquele voo, me senti incomodada e me questionava se havia feito a escolha certa.
…
No meio daquela viagem uma turbulência nos acertou, confesso que não era uma das garotas mais corajosas e temi a queda daquele transporte aéreo.
O avião tremia violentamente sob a influência da turbulência, e meu coração acelerava em sincronia com cada sacudida. Instintivamente, busquei a mão de j**k, que estava ao meu lado.
— j**k, eu... eu tenho tanto medo de voar — murmurei, apertando sua mão com força, buscando algum conforto naquele caos momentâneo.
Ele virou-se para mim, seus olhos encontrando os meus com calma e segurança.
— Layla, está tudo bem. Turbulências são normais. O piloto sabe como lidar com isso. Olha lá fora, vê as nuvens? Elas são como pequenas ondas. Nós estamos seguros.
Respirei fundo, tentando seguir seu olhar e encontrar a serenidade nas nuvens. j**k continuou a apertar minha mão, transmitindo uma sensação de p******o.
— Eu estou aqui com você, Layla. Nada vai acontecer. Confie em mim — ele disse, sorrindo gentilmente.
Assenti, sentindo a tensão aos poucos se dissipar. Ainda nervosa, mas com a confiança renovada pela presença de j**k, enfrentamos juntos as oscilações do voo, e as palavras tranquilizadoras dele ecoaram em minha mente, tornando a turbulência apenas uma lembrança passageira.
…
Meu corpo mesmo com a mente já relaxada continuou a apertar a mão de j**k com uma pressão intensa, como um extinto ou por impulso.
Ao notar que minhas unhas mesmo em formato amendoado estava apertando sua pele, afrouxei o aperto.
– Desculpa!
Me senti m*l ao ver a marca da minha unha estampada em sua pele branca, que havia se tornada avermelhada na região pressionada.
– Tudo bem! - disse com um sorriso
Mas pra mim não estava, havia lhe machucado.
– Eu sinto muito, não deveria ter feito isso!
Sua mão buscou a minha agora com uma carícia na parte superior, encarei seu carinho sentindo o calor das suas ações.
– Tudo bem Layla! Olhe pra mim..
O encarei com uma expressão impressionada.
– Algo em você me acalma! – Revelei.
Ele sorriu acenando.
– Posso dizer o mesmo!
Uma tensão momentânea se instalou em nossos olhares.
Estava mesmo hipnotizada, é só agora notando sua aparência.
Jack tinha cabelos escuros, barba devidamente feita e aparada, baixa.
Pelo seu porte sentado o considerava alto, suas roupas elegantes porém um tanto atual, ele tinha uma jaqueta de couro preto, sua calça em um tom mostarda um pouco apagado.
Seu sorriso surgiu e pude ver o delineado dos seus dentes perfeitos e brancos.
Havia uma covinha na bochecha e tinha certeza que acabei de me apaixonar por um homem desconhecido em um voo.
– Vai me deixar sem jeito..
Usou um tom brincalhão, e quem acabou corando foi eu de tanta vergonha.
– Meu deus! - baixei o olhar envergonhada com um sorriso pequeno
– Desculpa! – Riu dando menos importância aquela situação.
O olhei de novo pondo a mecha dos meus cabelos atrás da orelha.
– Você é especial Layla.. me lembra muito alguém que amei muito.
Foi um balde de água fria.
Sabe quando você está entorpecida e fora de área por alguém, e recebe um choque de realidade..
Eu nem sabia se este rapaz tinha namorada, mulher ou um relacionamento.
Estava tensa por alguém que poderia ser comprometido.
Virei o olhar nervosa
– É - pausei nervosa – Obrigado!
Notando minha estranheza ele franziu o cenho.
– Falei algo errado? Me desculpa por favor!
– Não! Não falou, é só que -pausei nervosa.
O olhei abrindo um sorriso envergonhado
– Eu nem sei se você é comprometido, e acabei de passar pelo momento mais vergonhoso da minha vida - Rir nervosa
Ele por sua vez me lançou um sorriso admirado.
– Não sou comprometido e não foi vergonha alguma, posso dizer que foi especial.
Corei envergonhada mas tão satisfeita por suas palavras.
– Você é linda. - me elogiou.
- Você também! -Afirmei o que já estava estampado em meu rosto.
A conversa foi tão gostosa que se quer botei o tempo passar e aquela turbulência acabar, assim que o notei ele fez o mesmo como em conexão.
– Acho que a turbulência acabou.. - Disse ele.
– É - Rir fraco
Sua mão ainda estava na minha, e afastei sem jeito a minha do seu aperto.
– Bom.. além da sua situação vulnerável dessa viagem, o que mais você faz..
O olhei abrindo um sorriso pequeno.
– Quer saber sobre mim?
Ele acenou que sim.
– Se você me der a honra, temos exatamente - pausou olhando ao relógio -mais 1 hora de voo.
Soltei uma gargalhada baixa e divertida.
Ele parecia adorar todas as minhas ações pois seus olhos acompanhavam tudo com muita atenção.
Jack era uma companhia perfeita, e me permitir contar-lhe tudo sobre o que me descrevia..
C O N T I N U A..