1673 Words
   Liz... --Da pra você prestar atenção na estrada?!__gritei com Spencer,que não parava de olhar o maldito do celular. --Se acalma um pouco amor__Penelope pediu me puxando para um beijo calmo__Deixa ele de lado. --Eu até deixaria,se ele não estivesse dirigindo__falei e tomei o celular da mão dele__Não é irmão? --Me devolve!__Spencer gritou e novamente tirou os olhos da estrada. --Não!__devolvi no mesmo tom__Quando a gente chegar,ai sim eu te devolvo__falei decidida__E agora vê se olha pra estrada,quero chegar viva na casa da mamãe__deixei claro, mas ele fingiu não me ouvir,e outra vez tirou os olhos do caminho,se virou pra mim e tentou pegar o celular,mas eu não deixei. --Parem com isso!__Penelope gritou chamando a nossa atenção__Estão querendo m***r a gente?! --É esse b****a inconsequente que não respeita a lei__falei saltando para o banco de trás,ficando ao lado de Penelope__Quero ver você tentar pegar ele agora__provoquei um pouco, e Spencer ficou mais do irritado comigo,tanto que parou o carro e desceu. --Me devolve o meu celular__me pediu novamente__E pode dirigir no meu lugar. --É tão importante assim o que você estava fazendo?__entreguei o celular a ele__Você nunca deixa ninguém dirigir o seu carro__Comentei e peguei as chaves.   Dei a partida,e segui com o restante do caminho para casa da mamãe.Diferente do meu irmão,eu não me desligava da estrada enquanto estivesse no trânsito. --Aprende maninho__eu não aguentei,tive que provoca-lo um pouco mais. --Deixa de ser palhaça__disse ele ao pegar o volante da minha mão. --Spencer para com isso__tentei retomar o controle da direção. --Sai pra la__disse firme e me empurrou contra o banco do carro.   Meu irmão é um chato quando ele quer,mas esse tipo de brincadeira já tinha perdido a graça a muitos anos atrás, só faltava o mesmo perceber isso. Olhei pelo espelho e pude ver o medo nos olhos de Penelope. -- Spencer para com isso?__voltei a pedir, mas ele voltou a fingir não me ouvir__Já não tem mais graça. --Quer ver o que tem graça?__perguntou já colocando o nosso carro na contra mão,de frente a um caminhão__Isso tem graça__disse e voltou para mão certa antes de qualquer tipo de colisão, me causando enorme susto, e Penelope não estava diferente de mim. --Você é um i****a!__Penelope e eu falamos juntas.   Dali pra frente a gente não tocou mais nenhuma uma palavra,o silêncio estava chato pra caramba. Tirei os olhos da estrada por alguns segundos para olhar como Penelope estava,pois ela tinha dormindo a alguns minuto.Esse tempo que me desliguei da rodovia,foi o necessário para eu me virar e dar de frente com um outro carro que invadiu a nossa mão vindo em nossa direção e estava bem próximo. Tentei tirar o carro fora,esperando poder evitar uma colisão mais grave,mas não consegui. A batida de frente foi tão forte,que meu irmão que estava sem cinto de segurança,foi arremeçado para fora do nosso carro batendo contra o parabrisas do outro veículo. Penelope também estava sem cinto, e por consequência parou com metade do corpo dentro do carro e a outra do lado de fora do nosso parabrisas. Diferente de muitos que conheço, eu sempre andei dentro de todas as medidas de segurança, por isso não sai para fora do carro, apenas bati com a cabeça contra o volante,e fiquei um pouco atordoada. No impulso sai do carro e fui tentar ver como Penelope e Spencer estavam, mas fui impedida por alguém que não sabia quem era.   Trinta minutos depois do acidente, os policiais e as ambulâncias chegaram ao local, e que o policial me falou destruiu o meu mundo ali mesmo. --Sinto muito__ele me disse__Eles não resistiram ao impacto sofrido. --Não pode ser__por motivos óbvios, a negação falou mais alto__ Eles não... ***** -- Liz! Acorda!__dei um pulo da cama com Nat me balançando de um lado para o outro__Você sonhou com eles de novo, não é? -- Não consigo esquecer o que aconteceu. Mesmo depois de tanto tempo, não me parece ser algo possível__falei já me levantando__Isso está acabando comigo. -- Você tem que superar o passado__ vindo até mim, disse firme__Sabe que não foi sua culpa, e como primeiro passo, precisa apenas aceitar isso.   Esse foi o meu terceiro pesadelo em quatro dias, o que prova que não menti em minha afirmação. Isso estava realmente acabando comigo, tenho dormido cada vez menos. As lembranças são algo tão poderoso, que possuem a capacidade de ferrar com a mente de qualquer um. E para o meu azar definitivo, era exatamente isso o que estava acontecendo comigo. Fazem dois anos que aquele acidente aconteceu, e desde então nunca mais me envolvi com ninguém. Assim como não tenho ido a nenhum tipo de festa. Mas enfim estou começando a achar que está na hora de dar um fim ao meu luto. Pois como a Nat diz "Não adianta ficar remoendo o passado,se existe um futuro inteiro a ser escrito pela frente". Nat e eu somos amigas há muito tempo, nem mesmo possuo muito certeza quanto a exatidão. Mas desde quando me mudei definitivamente para cidade por causa da faculdade, esse encosto que chamo de melhor amiga mora comigo. Nunca me deixou na mão. -- Você vai tentar algo com o Kauã ou vai ficar ai só na vontade?__como quem não quer nada, perguntei e ela riu. -- Não sei como chegar nele__ se jogando na cama, disse sincera. Ao menos não negava mais, o que se tornou um avanço__Ele é do tipo pegador, e eu não quero isso pra mim. -- Isso é o que você ouviu da boca dos outros__indo em direção ao banheiro, falei o que mais lhe convém__Ele nunca falou ou demonstrou algo assim, e você sabe disso tão bem quanto eu. -- Pode até ser__ergueu a cabeça para me olhar__Mas me falta coragem. -- Se quiser uma ajuda, é só me dizer__avisei e me tranquei no espaço oferecido pelo banheiro. Tomei um banho bem demorado para tirar todo o peso dos pensamentos, pois era algo do qual estava precisando. A tensão dominava o meu ser, e tirar um momento embaixo da água quente me parecia um ótima solução. Ao sair do banheiro, sem me desviar fui logo ao meu closet pegar uma roupa para poder seguir direto para o trabalho. Onde optei por uma calça jeans escuro e uma blusa branca para acompanhar, peguei também um blazer preto para complementar o look, e para finalizar calcei um Scarpan também preto. Estava bem frente ao espelho, apresentável por assim dizer. Não era um estilo que me agradasse muito, mas as vezes era bom seguir as regras, mesmo elas sendo idiotas ao extremo e a minha pessoa indo contra as mesmas a maioria das vezes. Porém, hoje estava abrindo uma pequena exceção. -- Se você quiser carona Nat?__falei ao vê-la terminando de se arrumar__ Já estou indo. -- Quero sim__respondeu terminando de colocar o seu blazer__Me dê apenas um minuto. Enquanto esperava a Srt Natasha terminar o que fazia, aproveitei para tomar meu café. Mas ela não demorou muito. Chegou perto de mim, pegou uma maçã e se foi para a porta. -- Vamos?__perguntou me olhando. -- Vamos sim__concordando peguei minhas chaves,tranquei o apartamento e então saímos. O percurso até a agência era rápido, uma vez que eu morava relativamente perto. O que nos essa vantagem, e nos tirava qualquer desculpa de atraso. Para tudo existe um prós e contra, esse era o nosso. -- Por que você falou que se eu precisasse de ajuda com o Kauã, poderia falar contigo?__já no carro, Nat perguntou mordendo a maçã que havia pego__Pensei que vocês dois não se falassem?__por fim jogou o seu complemento. -- Ficamos mais próximos ultimamente__disse simples. Não havia muito o que explicar. -- Demorou hein?__rindo da minha cara, cassoou sem pensar muito. -- Se ficar de gracinha, vai voltar a pé pra casa. -- Se eu soubesse que iria rolar ameaça, teria chamado um uber__disse contrariada, e em resposta, me limitei a apenas rir dela. O silêncio se estabeleceu durante o restante do percurso que trilhavamos, pois os assuntos essenciais não pareciam existir para o momento. E parecendo ser carma, assim que chegamos a agência, a primeira pessoa que vimos foi justamente o porre do Kauã. -- E ai meninas?__nos cumprimentou do jeito torto dele__Pensei que não fossem vir mais? -- Esqueceu que a funcionária exemplar não pode faltar?__Nat falou apontando o dedo indicador pra mim. -- Você está mesmo querendo perder a carona de volta, não é?__perguntei olhando dela para o Kauã, esperando algum comentário. Sabia que algo estava por vir. -- Se quiser, posso te dar uma carona Nat__Kauã se ofereceu, exatamente da foma em que imaginei que o mesmo fosse fazer__É só pedi. -- Como você é um rapaz prestativo hein, Kauã?__em deboche ao sair do carro deixando o mesmo na minha devida vaga no estacionamento, disse exibindo sorrisos. Enfim me aproximando do Kauã, lhe cedi um abraço e um beijo simples em sua bochecha. Então entrei dentro do prédio já puxando Nat comigo, o deixando para trás. -- Viu só? Ele sabe ser cavalheiro as vezes__me referindo ao traste do Kauã, disse como quem não quer nada. -- Como você sabia que ele se ofereceria daquele jeito? -- Da forma como mencionei antes, ficamos bem próximos nos últimos meses__disse me virando pra ela__E então, vai querer a minha ajuda ou não? -- Vou pensar com carinho__disse entrando no laboratório__Mas ainda não sei se é uma boa idéia. -- E por que você acha isso?__perguntei me sentando sobre sua mesa de pesquisa__Não vai me dizer que está com medo? -- Sai logo daí__disse me fazendo descer novamente para o chão__ E não, não é medo. -- O que é então? -- Precaução__cruzou os braços__Eu prefiro deixar as coisa andarem por si só. -- Você é quem sabe__disse voltando a me sentar sobre a mesa__Mas acho que ele pode estar afim, e da mesma forma que você, não quer falar o que sente. Talvez nem tenha a coragem necessário. -- Quem não quer falar o que?__como o inferno, Kauã apareceu na porta me fazendo descer da mesa imediatamente no susto.
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