O começo

1473 Words
Boston. A Família Reed estava completa, Dante e Elisa Reed, o casal perfeito, com os seus filhos adotivos Thomas e Alexander Reed. Por mais que a família fosse perfeita, a matriarca da família sempre sentia que algo faltava para enfim os seus sonhos se tornarem cem por cento completos, ela queria ter uma filha. Uma menina, para mimar e dar amor assim como ela dá aos seus dois filhos. Elisa nasceu já estéril, ela tentou todos os tratamentos possíveis, mas todos falharam, quando o médico descobriu ser uma questão hereditária, que vinha de alguma parte da sua família, mas nenhuma dessas notícias abalou o seu sonho de ter uma enorme família, então ela decidiu optar pela adoção. O primeiro foi Thomas, ela adotou-o quando ele tinha 3 anos, era um menino loirinho e com um olhar sapeca, tinha sido deixado na frente do orfanato enquanto ainda era um recém-nascido, a sua mãe biológica nunca foi encontrada. Dois anos depois, Elisa e Dante conheceram o pequeno Alexander, ele tinha apenas 4 anos, era uma criança muito quieta e não falava nada, apenas assentia ou negava com a cabeça, Elisa e Dante se apiedaram da situação horrível em que ele foi encontrado. O pequeno Alexander ficou quatro dias dentro de uma casa — em péssimo estado — com a sua mãe morta após ela ter cometido suicídio, os policiais não chegaram a investigar muito sobre o caso. O pequeno foi encontrado em estado de desnutrição e o seu corpinho tinha várias cicatrizes, na sua grande maioria se localizava nas costas, ele tentava a todo custo proteger a mãe morta, ele tinha colocado seu pequeno cobertorzinho azul em cima dela, para deixa-la aquecida, mais tarde os médicos presumiram que aquelas cicatrizes estranhas foram causadas por garrafas de vidro que eram quebradas nas costas do pequeno menino, as garrafas eram quebradas seguidas vezes sobre o mesmo local assim evitando que a ferida antiga cura-se e já fazendo novas feridas por cima, supõe-se que, ou a mãe o batia, ou outra pessoa o fazia. Thomas, já tinha 5 anos quando Alexander chegou e adorou ter alguém para brincar, mas achava muito estranho o comportamento do novo irmãozinho, Alexander nunca falava, era muito quieto e retraído. Depois de quase seis meses de Alexander morando com a família Reed, Thomas conseguiu fazer o pequeno irmão demonstrar certas emoções, mas nunca conseguiu fazer o pequeno falar. Dois anos depois, em uma noite bastante chuvosa, Elisa estava de plantão, por ser pediatra e médica-chefe dessa área, ela sempre ficava um pouco mais tarde para checar sempre a troca de turnos dos seus outros médicos, até que ela nota uma certa bagunça na entrada do pronto-socorro, ela vai até o local para ver o que está acontecendo. Chegando ao local os residentes dão espaço para ela passar, Elisa para de frente para uma médica que carrega uma menininha linda de cabelos pretos e olhos grandes azuis e com alguns machucados na sua pele rosada e delicada. Elisa sente o seu coração apertar. — Doutora Smith, onde estão os pais dessa linda garotinha? — Elisa pergunta e a Doutora Smith a encara, os olhos da médica ficam com um ar triste no mesmo momento — Ah, Doutora Reed, aconteceu algo horrível, os pais da pequena morreram em um horrível acidente de carro, por sorte a neném está bem, só com alguns arranhões, o carro dos pais derrapou no asfalto molhado e colidiu com outro carro, que vinha na direção contrária — Elisa viu mais macas, trazendo os passageiros que sobreviveram, entrar pela porta de emergência — A nossa assistente social andou pesquisando e descobriu que ela não tem parentes próximos. Procuramos em todos os cantos, não achamos ninguém para cuidar da pequena Angelina — Doutora Smith fala e Elisa sente o seu coração saltar. Finalmente achou a sua pequena e tão esperada filha, seu pequeno anjo. O seu filho Thomas e Alexander já sabiam que poderiam, a qualquer momento, ter uma irmãzinha, e Thomas estava louco para isso acontecer, mas sentia certo ciúmes por ter que dividir o amor dos pais com outra criança, novamente. — O que irão fazer com ela? — Elisa pergunta e estende os braços para a pegar a menina e para sua grande surpresa a pequena Angelina estende os seus pequeninos bracinhos na sua direção. Elisa sorri emocionada e pega a Angelina nos seus braços, a menina se encolhe e se aconchega ali e fecha os olhinhos. — A levarão para o orfanato, lá passará os seus dias até alguém querer adotar — Dra. Smith fala soltando um suspiro. — Não será necessário ela esperar muito tempo, eu mesma irei adotá-la — Elisa diz com determinação enquanto encara a pequena dormindo nos seus braços. — Oh! Isso é ótimo, ela terá uma família incrível — Dra. Smith sorri. * * * Se passam os dias, Dante, sendo um advogado extremamente reconhecido no meio jurídico, ficou extremamente feliz ao descobrir que seria pai de uma menina, por isso entrou rapidamente com toda a papelada para adotar Angelina. Finalmente após dias, os papéis da adoção estão prontos e está tudo nos conformes e exigências feitas pelo Estado. Elisa diariamente dava uma passada no orfanato para qual Angelina foi levada, ela não quer que a menina esqueça dela e nem se sinta sozinha ou abandonada, e para momentos em que ela não está lá com Angelina, Elisa contratou uma babá de confiança para que cuidasse de Angelina lá dentro. Então finalmente chegou o grande dia, todo o processo de adoção tinha sido bastante rápido por se tratar de uma família com renome e já tinha um histórico de adoção naquele orfanato, a família Reed finalmente ganharia mais um m****o. Dante e Elisa finalmente poderão levar a sua pequenina Angelina para casa e apresentar ela para seus filhos. Elisa está com Angelina nos braços, no carro com o seu marido ao lado, indo em direção da mansão da família Reed. Assim que chegam aos portões, Dante para o carro e sai do mesmo e abre a porta para a sua mulher, que está com a sua nova filha nos braços. Eles sobem as escadas brancas da frente da sua casa e a empregada abre a porta para eles, ela dá um sorriso ao ver a linda garotinha no colo da patroa. Assim que entram, os dois veem os seus lindos filhos no sofá, Thomas, agora tem sete anos, está pulando em cima do sofá cheio de energia e Alexander, com os seus seis anos, está sentado quieto e enrolado em volta de um lençol fino, calmo como sempre, os seus olhinhos verdes claros acompanham toda a movimentação a sua frente. Assim que Elisa adentra a sala, chama a atenção dos seus dois filhos, que a olham. Thomas vem correndo esbaforido na direção da mãe. — Mamãe eu quero ver primeiro, deixa eu ver, mamãe eu quero ver a irmãzinha Angel — Thomas dá pulo na frente de Elisa querendo ver a nova irmã. Já Alexander observa Elisa com enormes olhos verdes. Ela percebe a curiosidade no seu olhar. — Calma meu filho, vou mostrar aos dois, sente-se e se comporte, igual a seu irmão — Elisa fala sorrindo e Thomas resmunga, mas corre para se senta ao lado de Alexander. Já o pequeno Alexander se afasta um pouco de Thomas, ele não quer ser tocado. Elisa caminha até os dois e se senta no meio deles e mostra a pequena Angelina aos seus filhos, ela abre os seus grandes olhos azuis e encara todos. Thomas solta um “Awww” enquanto Alexander observa a garotinha avidamente com os olhos verdes sem perder um movimento que a garotinha faz. Elisa percebe que os dois adoraram a nova irmã e isso enche o seu coração de felicidade. Ela olha para seu marido e ele dá um enorme sorriso de satisfação. — Finalmente temos uma filha, meu amor — Dante fala e Elisa sente os seus olhos marejados e sorri com alegria. Ela observa Angelina e então vê uma mãozinha se aproximando e quando olha direito percebe que é a mão de Alexander que está tocando na garotinha, Elisa não poderia ficar mais feliz, finalmente o seu filho está se envolvendo mais com a família. — Gostou da sua irmã? — Elisa pergunta a Alexander. Ele olha para Elisa. - Angelina... Angel — Ele diz com uma voz suave e depois volta a encarar a pequena, Elisa solta um arfar de surpresa e choque, pois ele acabou de falar a primeira palavra desde que chegou, antes ele apenas assentia ou negava com a cabeça. Ela observa a sua filha e se surpreende ao ver que a pequena Angelina abre um sorriso para Alexander. Ela olha surpresa para a cena. — Sim, querido, essa é a nossa pequena Angelina, a nossa anjinha — Ela diz muito emocionada.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD